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ditadura da beleza

Hoje na visita que fiz ao Bacalhôa Buddha Eden, vi uma escultura que me despertou uma reflexão. Não sei se aquilo em que eu refleti está relacionado com o tema da escultura, mas a verdade é que “mexeu comigo”.

Desde sempre o conceito da beleza foi algo que me incomodou. Por achar que não pertencia ao grupo das consideradas “bonitas”, sentia-me inferior. A forma como me via a mim mesma refletia esse sentimento e por muito que eu tentasse modificar a minha aparência havia sempre alguém mais bonito que eu.

Tentava pertencer a um padrão e pensava que quando tivesse determinadas roupas, determinado corpo, determinada postura, aí me ia sentir bela. Mas isso nunca aconteceu.

Começo agora a vislumbrar a verdadeira beleza. Aquela beleza que vem do interior. Que nada tem a ver com aparência, mas que no fundo interfere com ela.

Se eu me sinto bem comigo mesma, com o mundo e se o meu foco principal é estar bem, como é que eu poderei não irradiar um brilho, uma beleza?

Quando me sinto bem e me olho ao espelho, vejo alguém que se sente bem. Mas quando não me sinto bem comigo, vejo tudo aquilo que está fora do padrão e que devia ser diferente.

É impressionante o quanto eu me “mutilei” para pertencer a um grupo e no final apenas sobrou um pedaço igual à maioria. Tudo o que era “eu” desapareceu.

Está na altura de me libertar da ditadura da beleza.

Obrigado!

Ângela Barnabé

Foto original por Mack Fox (MusicFox) on Unsplash

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