
Sempre que estou aberta a receber aquilo que preciso, para além de conseguir trabalhar diversos aspetos que me impedem de viver uma vida plena, sou presenteada com situações das quais posso retirar lições.
O ano de 2019 foi o melhor ano da minha vida e como tal não poderia desvalorizar aquilo que aprendi com ele. Uma das aprendizagens que retirei destes 365 dias foi que a felicidade está no fazer.
A importância do percurso em relação ao resultado final é um tema sobre o qual eu tenho escrito frequentemente, mas quanto mais me abro para essa consciência, mais clara é a mensagem.
Seja qualquer for a área da minha vida, a felicidade está sempre no fazer e é essa forma de ver as coisas que tem feito muita diferença.
Muitas vezes me perguntava porque que é que os resultados que obtia não me satisfaziam e porque é que todo o processo que me levava ao resultado final estava cheio de obstáculos e dificuldades.
Tenho observado que se o foco for só naquilo que irei alcançar lá à frente, o descuido com o que está a acontecer no momento vai fazer com que eu ignore os melhores caminhos e as melhores oportunidades. Não vou olhar para as aprendizagens, vou querer despachar tudo e no final vou ficar com algo, que está muito aquém daquilo que eu poderia ter obtido se tivesse fluído e navegado nos acontecimentos, consoante eles me eram apresentados.
Um olhar rígido perante a vida, agarrado a uma satisfação que posso obter quando tiver isto ou aquilo, só me irá trazer mais insatisfação, mais vazio e um desligar do que mais importa.
Pelo contrário, um envolvimento com o que acontece, um olhar atento às arestas que preciso de limar e um carinho enorme pela forma como a vida me leva àquilo que mais preciso e que no final deveria ser aquilo que mais quero, permite-me sentir plena com o resultado e acima de tudo com os passos que tenho que dar para lá chegar.
Vou dar um exemplo concreto. Eu adoro comer bolos e muitas vezes parava em lojas para os comprar. Depois comecei a fazê-los em casa e o resultado final nunca era muito bom. Podia ser da falta de experiência, sim, mas a partir do momento em que me comecei a divertir com todos os passos da receita e me deixei de importar com o seguir as coisas à risca, o resultado final começou a ser sempre excelente.
Comer uma fatia de bolo agora dá-me tanto prazer como misturar os ingredientes, esperar que o bolo coza ou decorá-lo.
O resultado das coisas deve ser apreciado e valorizado, mas não devo descurar aquilo que me permite chegar lá e aproveitar todos os momentos da vida.
A felicidade está no fazer. Está em cada momento.
Ângela