
As experiências que fui tendo ao longo da minha vida e a forma como fui lidando com elas fez com que eu criasse conceitos. A forma como eu fui educada, as ideias que me foram passadas pelos meus progenitores também foram a base de muitos conceitos que eu fui criando.
Muitas vezes via tudo isso como limitações que me tinham sido impostas e responsabilizava os outros pelos meus comportamentos. Achava que as coisas poderiam ter sido feitas de forma diferente e que assim tudo seria melhor para mim.
Mas a verdade é que eu, ao conseguir identificar aspetos que poderiam ser melhorados e a ver formas diferentes (e melhores) de fazer as coisas, fiquei responsável por mudar isso na minha vida.
É fácil julgar os outros, que para além de terem feito o melhor que sabiam, desempenharam na perfeição o papel de me permitirem ser quem eu escolhi ser.
Mas na hora de mudar, na hora de decidir agir de uma forma diferente, eu escolhia fazer sempre da mesma maneira, usando como desculpa terem feito isso comigo.
Mas onde está a responsabilidade de mudar? Onde está o quebrar de ciclos?
Os meus pais deram-me a melhor educação que podiam e tentaram sempre melhorar aquilo que tinham feito com eles.
Eu, que com o trabalho que os meus pais fizeram, tive uma base que me permitiu ter uma consciência mais “elevada” ou pelo menos uma visão mais alargada relativamente a uma forma melhor de viver, só tenho a responsabilidade de mudar e de fazer de forma ainda melhor, não com base na revolta mas sim com base na aceitação e gratidão de todo o percurso até aqui percorrido.
Se eu vejo que algo não está bem ou que há uma maneira melhor de fazer as coisas, em vez de perder tempo a julgar quem as fez, ou de me condenar por as ter feito no passado, só tenho que me responsabilizar e pôr ação na mudança.
Grata por este dia repleto de mudança,
Ângela Barnabé