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Já faz algum tempo que não partilho uma “Aventura de uma Míope” e penso que chegou o momento de encerrar este capítulo da minha vida.

Não que eu tenha parado de trabalhar na melhoria da minha visão; a verdade é que neste momento aplico uma nova visão da vida e também um nova postura em relação à questão da miopia.

Neste último capítulo, quero partilhar aquilo que levo desta jornada de 5 anos de “Aventuras de uma Míope” e aquilo que me motiva a encerrar esta parte da minha mudança.

Aprendi que identificar-me com o problema não é a solução. O primeiro passo em direção à solução é assumir a responsabilidade pela situação. No meu caso, o primeiro passo em relação à clareza foi assumir que a minha falta de visão era ( e ainda é) da minha responsabilidade e que só eu teria o poder de mudar essa situação. Até aí tudo bem. Mas identificar-me como míope, ou seja, rotular-me desta forma fez-me envolver-me com o problema em diversas situações. Daí que o título “Aventuras de uma Míope” já não faça sentido.

A clareza de visão não é um destino a alcançar. Penso ter partilhado isso em alguns artigos dedicados ao tema da visão, mas nunca é demais relembrar-me que a falta de clareza estará comigo enquanto a minha consciência for de separação e de não confiança no processo e fluxo da vida. Consigo identificar o meu estado emocional apenas pela forma como vejo (literalmente) o mundo e já tive diversos momentos de clareza total. Mas o atingir essa clareza num dado momento não impediu que no momento seguinte existisse uma névoa entre mim e o mundo. Portanto, a clareza não é o destino mas sim um processo.

No seguimento do parágrafo anterior vem outra reflexão: a questão não é a visão mas sim o que motiva a que ela se manifeste da forma que o faz. A falta de clareza não é a causa mas sim o sintoma. Não tenho que me focar no “problema” físico, mas sim naquilo que, ao nível da consciência, me impede de ver o mundo da melhor maneira. Se eu visse claramente sempre, será que estaria ainda a trabalhar a minha resistência à mudança? Será que se o sintoma físico não me “atrapalhasse” desta maneira, será que estaria focada em todo este processo? Assim, concluo que o meu foco é acima de tudo confiar no processo e fluxo da vida, pois esta falta de confiança, para além do problema de visão, me traz outras consequências também urgentes a serem transformadas.

Não me posso esquecer que a miopia foi uma das maiores bênçãos que tive na minha vida. A miopia representa para mim um lembrete daquilo que preciso estar atenta. Apesar de eu precisar focar-me no interior, na causa e raiz do “problema”, a minha falta de clareza está lá para me indicar que algo que não está bem. Claro que sempre que isso acontece eu não me apresso a fazer exercícios para a visão, mas sim tento assimilar o que é que eu estou a sentir. A partir daí, uso as ferramentas que tenho para me ajudarem a sair daquele estado e a voltar ao fluxo.

Sentir e saber são coisas bastante diferentes. No início do meu processo de melhoria de visão eu sabia muito, mas não sentia tanto. Sabia que tinha que confiar, sabia que tinha nas minhas mãos ferramentas excelentes, mas aquilo que sentia era em muitos momentos resistência. Tive que sair muitas vezes do meu próprio caminho e muitas vezes só pedi ajuda quando já estava tão baralhada com todos os meus processos mentais que não conseguia ver nada à frente. Com o tempo e com a prática constante, aquilo que sei já se transformou em parte naquilo que sinto. E tudo isso faz parte do processo.

E estas são as aprendizagens que considero mais relevantes, das muitas que trago comigo.

No próximo artigo falarei de todo o meus percurso, onde comecei e onde me encontro neste momento.

Até já,

Ângela

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