Os objetivos sempre desempenharam um papel na minha vida. Seja a sua ausência, que me levou a um caminho de indiferença em relação à vida; seja o seu “excesso” que me levou a um estado de ansiedade; os objetivos sempre contribuíram para o rumo que fui seguindo ao longo da minha existência.
Durante muito tempo, considerei a vida um constante alcançar de objetivos, na medida em que só estaria a aproveitar realmente a vida se conseguisse atingir o máximo de metas possível, num curto espaço de tempo.
Não importava o que tinha que fazer, fosse controlar, manipular, “pôr a carroça à frente dos bois”… quando atingisse aquilo que tinha programado tudo passava e podia usufruir daquilo que tinha alcançado.
Mas o que realmente acontecia era que mal eu conseguisse por
as mãos naquilo que queria, já estava ansiosa de conquistar o “nível” seguinte e
assim sucessivamente, nunca apreciando nem o caminho que me levava onde queria
ir, nem o destino ao qual chegava.
E quando não conseguia obter o que queria da minha maneira e no tempo que eu programava, ficava de tal maneira ansiosa que mesmo vendo que tudo estava a acontecer da melhor maneira e que se não tinha aquilo num dado momento era porque o momento certo ainda não tinha chegado, duvidava de tudo e bloqueava todo o processo.
Com o tempo, o conceito de que tudo vem ter comigo no momento
certo foi se firmando e comecei a expandir a consciência para ter objetivos e
largar, ficando a ansiedade e a dúvida de parte.
Mas hoje, no meio de todas as aprendizagens, no meio de objetivos alcançados, no meio de acontecimentos que nunca pensei serem possíveis e que me realizaram mais do que qualquer objetivo, estou a abrir-me para uma nova consciência.
A vida não está lá… Viver não é alcançar objetivos uns atrás de outros, nem mesmo quando eles são alcançados através do pôr ação e largar.
A vida está aqui, neste momento.
O tempo que passo a definir objetivos, a pensar que quando
isto ou aquilo acontecer tudo vai melhorar, é um tempo que não é vivido e que
não volta mais.
As melhores coisas da minha vida aconteceram de forma inesperada e mais do que isso: nunca foram objetivos meus. Foram oportunidades que surgiram de onde eu nunca pensaria e que mudaram tudo.
Cada vez que me apeguei a um objetivo, limitei-me a uma
possibilidade que conseguia conceber e não permiti que o infinito leque de acontecimentos
me fosse apresentando.
Quando deixei ir, tendo apenas na minha mente o abrir-me a
todas as possibilidades, foi presenteada com tudo o que era maravilhoso.
Mas agora vem a pergunta: devo largar todos os meus objetivos?
Não, penso que a ideia não será bem essa. Mas em vez de deixar que os objetivos comandem a minha vida, devo apenas usá-los como linhas orientadoras.
Um objetivo pode bem ser como uma chave que abre uma porta. Ao pensar em algo que quero alcançar, agarro na chave. Depois de pôr ação, abro a porta. De seguida basta observar aquilo que se esconde por detrás da porta e aproveitar até ao último segundo tudo aquilo que está reservado para mim.
Mas mais importante que os resultados, que o alcançar de objetivos, está o apreciar cada momento, cada passo da aprendizagem. A vida não está lá… A vida está aqui!
Desde que comecei a escrever artigos para blogs e a criar conteúdo para redes sociais que sei da importância da assiduidade com que os conteúdos são publicados.
Todos os anos, durante três anos, pus como intenção escrever um artigo por dia para o meu blog. Nos primeiros dois ou três dias conseguia cumprir o objetivo, mas depressa perdia o foco.
Quando conseguia realmente escrever, era motivada pela culpa de não o ter feito antes.
Em 2017 decidi escrever reflexões diárias para me ajudar a libertar de pensamentos, medos e inseguranças e para partilhar as minhas experiências da minha jornada de mudança.
Conclusão: durante dois anos escrevi artigos quase todos os dias e existem dias em que escrevo mais do que um texto.
O que mudou? O que é que me levou a ir de escrever um texto por mês a escrever um texto por dia?
Analisando todo o percurso, através da minha experiência, o que mudou foi a minha intenção e o motivo que me levava a fazer as coisas.
Antes queria escrever para movimentar o meu blog, para aumentar os meus rendimentos e até mesmo para criar uma imagem na Internet.
Hoje, apesar de ainda ter como intenção aumentar os meus rendimentos, não escrevo com esse propósito; escrevo sabendo que ao fazer a minha parte e ao usar as ferramentas e aquilo que tenho ao meu alcance, permito que as coisas fluam e que no momento certo as coisas aconteçam.
Todos nós temos talentos e é da nossa responsabilidade desenvolvê-los. A energia da criatividade está presente em nós e ao pormos essa energia em movimento asseguramos que nada nos falte.
Ao escrever artigos para o meu blog consegui diretamente atingir os meus objetivos? Não, mas ao pôr ação nas ferramentas que tinha ao meu alcance, desencadeei um processo para que fosse encaminhada para aquilo que era o melhor para mim.
Ao fazer aquilo que era preciso e aquilo que estava ao meu alcance, sem tentar prever aquilo que iria conseguir e estando motivada pela melhoria contínua e pelo meu crescimento, permiti que tudo acontecesse da melhor maneira.
Então, no meio de tudo isto, o que é que eu aprendi ao escrever artigos (quase) todos os dias?
Aprendi que o que nos motiva a fazer as coisas influencia não só o resultado final, como também a forma como fazemos as coisas;
Aprendi que se usar o que tenho ao meu alcance serei encaminhada para aquilo que quero e, ainda mais importante do que isso: serei encaminhada para o que realmente preciso.
Finalmente aprendi que se fizer as coisas pelo prazer de as fazer em vez de ter apenas em mente o objetivo poderei não só usufruir da viagem e do crescimento que ela traz, como também irei valorizar muito mais o destino final.
Comemoro hoje dois anos que comecei a escrever as reflexões
diárias. Quando tomei a decisão de partilhar os meus pensamentos do dia-a-dia
através de artigos publicados neste blog, fi-lo com intenção de aprender a
lidar com emoções que estavam “presas” dentro de mim.
O medo, a insegurança e a dúvida acompanhavam-me com frequência nas decisões e impediam-me de viver com entrega e confiança. A baixa-autoestima estava também “por cá” e a busca pela valorização que me pudessem dar interferia com aquilo que eu escolhia.
Quando comecei a escrever não fazia ideia de tudo o que
tinha cá dentro; não tinha noção de aquilo que “rodava” no plano de fundo e que
tão fortemente agia no que tocava à tomada de decisões em todas as áreas da minha
vida.
Com o tempo fui deitando cá para fora e fui vendo coisas que até então achava impossíveis. Fui descobrindo a segurança, a autoconfiança, o amor por mim mesma… Aquilo que estava cá dentro e que “aparecia” de vez em quando e que depressa era tapado por coisas às quais eu dava mais atenção.
Descobri também que a minha partilha foi ajudando algumas pessoas, que por vezes se dirigiam a mim com as suas próprias partilhas e com as suas histórias de crescimento e mudança.
A pessoa que escreveu a primeira reflexão foi dando lugar a
outras versões de mim mesma; versões com menos camadas de preconceitos e
julgamentos, que se permitiam amar e viver a vida com alegria.
Graças a todo este trajeto sou uma pessoa bem melhor. Pude ver-me de uma maneira diferente, pude aprender a lidar com as minhas emoções de uma forma bem mais saudável, pude, acima de tudo, ver um propósito em tudo ( ou quase tudo) o que vivenciei na minha jornada.
Quando escrevi aquele texto nunca poderia imaginar estar a
viver aquilo que estou a viver hoje; nunca poderia imaginar que todos os “bichos
de sete cabeças” da altura se iriam transformar em presentes, recheados de crescimento
e aprendizagem.
Hoje encerro um ciclo. Escrevi bastantes artigos, partilhei imensos aspetos sobre mim, sobre a minha vida e sobre o meu crescimento.
E com este encerrar de ciclo quero partilhar a minha gratidão por estes dois anos, e por aqueles vinte e um anos, que pavimentaram o caminho que eu hoje palmilho e as aprendizagens que levo hoje no coração.
Obrigado a todos os que leram: os que compartilharam comigo as suas histórias e aqueles que apenas me permitiram compartilhar as minhas.
Obrigado a todos os que fizeram parte do meu dia-a-dia e que para além de serem os ouvintes das minhas histórias, desempenharam um papel crucial nelas.
Obrigado a todos os acontecimentos destes dois anos: os grandes que me trouxeram grandes mudanças e os pequenos que me trouxeram tanto crescimento e tantas reflexões.
A vida é um caminho constante de crescimento e evolução. À medida que vou expandindo a consciência, vou “acordando” para diversos aspetos que já não fazem sentido e para outros que estão muito mais em harmonia com aquilo que quero experienciar.
Vou “sabendo” qual é o caminho que quero seguir; “sabendo” qual é a melhor maneira de viver; “sabendo” que o importante é estar bem.
Mas só saber não é suficiente, é preciso sentir. O treino em cada momento do dia permite essa transformação.
Com cada acontecimento que eu nunca poderia imaginar e com o “abanar” daquilo que me é conhecido vou passando do “eu tenho que confiar na vida” para “eu confio que tudo é perfeito”.
Com cada pensamento negativo acerca de mim, do meu corpo, da minha personalidade e do meu trajeto, ocorre uma transformação de “tenho que gostar de mim” para “ eu amo-me, eu aceito-me, eu aprovo-me tal como sou”.
Com cada adiar, com cada medo, insegurança e receio do que pode vir a acontecer, passo do “tudo o que acontece é o melhor para mim” para “tudo tem um propósito”.
A decisão de mudar é algo que traz muita responsabilidade. Tira-me do papel de vítima e dá-me o comando da minha vida.
Enquanto me recosto na zona de
conforto e deixo andar, apesar de saber o que fazer, vou-me tornando cada vez
mais insatisfeita com tudo o que me rodeia.
Isso foi o que aconteceu
durante muito tempo: uma vida de indiferença, um “quero lá saber”. Eu sabia que
tinha que existir algo mais do que aquela dormência que me dominava. Algo que
se assemelha àquilo que tanto ouvia pregar: a felicidade, o bem-estar e o amor.
Eu sabia que havia uma maneira, mas não sentia vontade de a seguir. Não sentia a vida a correr-me pelas veias, não sentia a felicidade que tanto desejava.
Tive que mudar. Tive que tomar uma ação e mesmo nos momentos em que sabia e não sentia, continuei, mesmo com o medo e a insegurança presentes.
Hoje, ainda não sinto tudo aquilo que sei. Ainda não sinto o amor na sua plenitude. Ainda não sinto a confiança plena na vida e em mim.
Mas sinto tantas outras coisas
que no passado apenas eram palavras ditas e escritas e desejos que pairavam
sobre mim.
Quando se caminha com confiança, ou pelo menos, com o desejo de crescer e de ser alguém melhor vai-se aprendendo, vai-se sabendo.
O mês passado dei por mim a refletir no quanto aquilo que procuro interfere naquilo que eu preciso. Mas, como as coisas mudam muito rápido e como à medida que vou pondo em prática novos conceitos vejo a realidade de maneira diferente, cheguei à conclusão que aquilo que procuro é essencial para encontrar aquilo que preciso.
Isto só é possível se a postura que eu tiver em relação à vida for de abertura e de confiança, porque se eu quiser as coisas à minha maneira e tentar controlar o que acontece irei bloquear tudo: o que quero e o que preciso.
Quando eu procuro
algo ponho ação. Seja procurar uma solução para uma situação, procurar atingir
um objetivo; isso faz-me dar um passo em frente e começar uma caminhada.
Mas, nesse percurso posso, em vez de encontrar aquilo que pensava encontrar, ser surpreendida com algo ainda melhor.
E esse algo ainda
melhor pode à primeira vista não o parecer. Pode ser algo completamente contrário
àquilo que buscava e que muitas vezes pode desconstruir ideias e abalar
estruturas.
Mas a verdade é que tudo acontece por um motivo e sempre que me deparo com algo é porque chegou o momento certo para isso acontecer.
Em vez de
questionar o desenlace dos acontecimentos e pensar que não era bem aquilo que
eu queria, posso aceitar o que encontro como sendo o melhor para mim.
Talvez mais à frente encontrarei aquilo que fui à procura. Talvez olhando para trás veja que afinal aquilo que encontrei é bem melhor do que o motivo que me fez caminhar.
Basta palmilhar esta caminhada que é a vida, tendo sempre em mente a perfeição do fluxo das coisas e libertando-me não só daquilo que me impede de ir à procura como daquilo que me impede de ver aquilo que já encontrei.
Muitas vezes na minha vida ando à procura de formas de não passar pelas situações. Procuro atalhos, tentando convencer-me que estou à procura de um caminho mais fácil e rápido, quando na verdade estou com a intenção de adiar mais um pouco, de fugir a passar pelos processos.
Há sempre uma
maneira simples de resolver uma situação (a complicação normalmente está na
minha cabeça), mas mais simples não significa que irá condizer com a minha
vontade.
Nem sempre o caminho que parece mais curto é mais rápido. Nem sempre uma “solução” que apenas serve de remedeio me leva a um lugar tão bonito como eu estava a imaginar ou a prever.
Às vezes é preciso remexer naqueles aspetos que quero deixar quietos; é preciso admitir a mim mesma traços que tenho e que não queria assumir; é preciso desmanchar toda a estrutura para se voltar a construir.
Esse processo, que
muitas vezes pode ser demorado e um pouco doloroso, não pode ser feito por
atalhos. Tem que se seguir o caminho e o fluxo da vida e deixar que tudo, a seu
tempo, aconteça da melhor maneira.
Mesmo tendo seguido muitas vezes por atalhos, encontrei-me, mais à frente no caminho, com uma nova oportunidade de trabalhar aquilo que foi evitado e adiado.
Com o tempo os atalhos vão sendo cada vez menos, mas também toda a mudança feita até aqui possibilita uma nova consciência, que permite lidar cada vez melhor com tudo aquilo que acontece.
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