Tenho como ritual, digamos assim, fazer um inventário de cada mês e de cada ano, como forma de consolidar todas as aprendizagens que assimilei durante determinado período. Cheguei ao final de 2020 com uma certeza: foi o melhor ano da minha vida. Foi o ano que não me deu aquilo que eu queria, mas sim aquilo que eu mais precisava.
2020 foi um ano completamente diferente do que eu poderia imaginar. Apesar de nunca saber o que vai acontecer nem nunca poder controlar o rumo das coisas, 2020 foi o ano que mais me ensinou a confiar e que mais me apelou para que estivesse atenta à criação de expectativas.
Considero-o o ano da consumação no que trata o meu crescimento pessoal. Aspetos que pareciam “colados a cuspo” e que não me surgiam naturalmente, ao longo deste ano fluíram como se sempre tivessem sido parte de mim.
A nível profissional não realizei aquilo que tinha como objetivo, mas pude expandir outras áreas que se foram revelando extremamente úteis ao longo de 2020 e que de certeza também o serão no futuro.
Aprendi também que eu posso fazer o que quiser daquilo que está a acontecer. Posso escolher ver problemas ou soluções; posso escolher confiar ou posso controlar. O resultado de cada situação depende da minha postura.
Eu tenho a mania de querer planear e esquematizar. Quando não tenho ponto de referência, a minha opção é deixar fluir porque ainda que queira não me posso agarrar a nada familiar. Mas, quando estou a fazer algo que já fiz anteriormente, a tendência é querer sempre ir buscar aquilo que já aconteceu.
Por um lado limito as possibilidades que existem, pois ao estar a ir buscar o que funcionou ontem, não permito que chegue até mim algo que hoje pode funcionar muito melhor.
Depois, na maior parte das vezes entro em resistência quando as coisas não fluem conforme eu estava a prever e conforme tinham fluído antes e isso impede-me de ver possíveis soluções às situações que acontecem.
Hoje não será igual a ontem; as coisas que me acontecerão hoje, ainda que apresentem semelhanças com algo que aconteceu “ontem” (no passado), são novas oportunidades.
Em vez de andar com esquemas para trazer aquilo que é conhecido para o hoje, talvez seja melhor aprender a viver o Agora e a desapegar-me de conceitos e julgamentos, para assim viver de forma mais fluída possível.
Da mesma maneira que tenho a opção de escolher como começar o meu dia ( ou escolho vibrar com aquilo que o dia me trará ou deixo-me ir pela resistência àquilo que vai acontecer) também posso durante o dia escolher fluir com os acontecimentos ou resistir à vida.
Em vez de me agarrar a verdades ou tentar criar planos e esquemas para o dia, muitas vezes procurando a “estabilidade” da rotina, posso escolher deixar fluir e ir vendo aquilo que mais faz sentido para mim num dado momento.
Porque não experimentar fazer as coisas de uma maneira diferente? Abrir-me às possibilidades e sair da forma com que me habituei a pensar e a agir?
Muito provavelmente ficarei surpreendida com a imensidão de oportunidades que existem para mim. E além disso, quanto mais me abro para o fluxo, mais deixo fluir para mim e mais fácil é viver e usufruir da vida!
Cada dia que começa pode ser aquilo que eu quiser. Pode ser um fluxo de oportunidades para estar bem e usufruir da vida ou pode ser uma corrente sucessiva de justificações para estar mal.
Posso acordar na expectativa do que me trará este dia, pronta a absorver tudo aquilo que a vida me dá (e que é o que eu preciso) ou então posso escolher entrar em negação àquilo que me vai sendo apresentado, criando ansiedade e perpetuando situações das quais me quero libertar.
A escolha é sempre minha. Parece-me bem óbvio qual é a melhor decisão a tomar.
E penso que, principalmente no momento em que me encontro em que nada é certo, ou melhor, numa altura em que vou sendo relembrada com mais frequência que tudo muda a todo o instante, é realmente muito importante aproveitar cada dia e não desperdiçar nenhum momento focada naquilo que não quero ou preocupada no que poderá vir a acontecer.
Cada um tem o seu percurso; esta foi uma frase sobre a qual refleti durante o dia de hoje. Esta frase tira-me do julgamento e permite-me aceitar a forma de ser daqueles que me rodeiam e daqueles dos quais tenho conhecimento.
Posso falar de experiência, mencionando aquilo que foi resultando ou não resultando comigo e posso permitir que os outros aprendam com os meus erros e com os meus “acertos”. Posso também aprender com a experiência dos outros e trilhar o meu próprio caminho.
Eu tenho o meu percurso a fazer, assim como todos os habitantes deste planeta. É uma grande arrogância da minha parte pensar que sei o que é melhor para os outros, principalmente quando eu não sei o que é melhor para mim mesma.
Aquilo que sei é que a única coisa em que me tenho que focar é em estar bem. Nesse estado de bem-estar de certeza que irei respeitar e aceitar todos os percursos de vida; seja o meu, seja o dos outros. Essa postura também me permite, através da perspetiva do observador, não ancorar determinados conceitos e julgamentos sobre os outros, e assim permitir que tudo flua da forma que tem que ser, ou seja, da melhor forma para mim e para toda a humanidade.
O meu percurso de escrita neste blog já tem uns anos. Comecei com “A Vida é Uma Viagem”, um blog que foi criado a pensar nas viagens por este mundo, mas cujo destino foi focar-se em viagens bem mais próximas, viagens ao interior de mim mesma.
Já escrevi de mês a mês, todos os dias ou de semana a semana.
Escrevi sobre os momentos mais “bonitos” e sobre aqueles que na altura considerei mais “complicados”. Partilhei muito sobre mim, sobre os meus medos, as minhas inseguranças, mas também partilhei sobre as minhas mudanças, o meu crescimento e sobre tudo aquilo ao qual estou grata nesta vida.
Devido a todas estas transformações que estão a acontecer na minha vida e na vida de todos em todo o mundo, por vezes tenho dificuldade em escrever sobre aquilo que sinto, pois aquilo que eu considero verdade agora, daqui a umas horas já foi substituído por outra coisa.
Mas a verdade é que sinto vontade de escrever, de colocar “cá fora” aquilo que “vai cá dentro” e que às vezes não sai muito bem quando estou a falar.
Decidi então iniciar algo semelhante às reflexões diárias, que comecei a 11 de setembro de 2017, mas com outra intenção. Chamemos-lhe o diário da mudança, talvez.
Não quero que estes textos tenham a pretensão de ensinar nada a ninguém, nem de falar sobre o que se deve ou não fazer. Quero apenas partilhar a minha forma de ver aquilo que vai acontecendo na minha vida; no fundo partilhar a minha experiência.
Não quero também tomar decisões para o futuro e afirmar que daqui em diante escreverei todos os dias. Quando sentir vontade de o fazer aqui estarei.
Obrigado por esta oportunidade de partilhar a minha experiência!
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