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24 lições que aprendi nos 24 anos da minha vida

24 lições

Dia 28 de janeiro de 2020 comemorei mais um aniversário, o 24º ano da minha vida. Este último ano, à semelhança dos anteriores fui um ano de muito crescimento. Foi um ano muito feliz e repleto de muitas bênçãos. Ou melhor, foi o ano em que eu estive mais consciente daquilo que a vida me foi trazendo e fui aproveitando cada situação para crescer e ser cada vez melhor.

Agradeço a todas as pessoas que fizeram parte da minha vida ao longo deste ano. Pelo carinho, pelas aprendizagens e por partilharem esta caminhada comigo. Agradeço à vida por me ter dado tudo aquilo que preciso no momento certo.

Para comemorar e inventariar  mais um ano da minha existência, escrevi uma lista de 24 lições que aprendi nos 24 anos da minha vida.

  1. Quanto mais agradeço mais motivos tenho para agradecer.
  2. Eu tenho aquilo em que me foco.
  3. Se em vez de julgar eu aceitar, as situações são muito mais fáceis de resolver.
  4. 100% das coisas que eu vejo como complicadas, apenas são complicadas na minha cabeça.
  5. O tempo em que eu passo focada a olhar para uma porta à espera que as coisas cheguem, não vejo que já tenho tudo o que preciso.
  6. É fácil olhar para os outros e observar o que vão fazendo, mas é muito mais inteligente direcionar esse olhar para mim e ver o que é que ando a fazer.
  7. Quanto mais me critico por determinado aspeto, mais vezes irei fazer aquilo sobre o qual me critico.
  8. É uma estupidez querer que toda gente goste de mim.
  9. Para que a vida seja algo belo de viver tenho que me amar e aprovar incondicionalmente.
  10. Quanto mais me liberto de conceitos, mais conceitos surgem para limpar. O melhor é fazê-lo o mais depressa possível.
  11. A vida é um reflexo de mim mesma. Para mudar o que me é apresentado, tenho que mudar eu mesma e não tentar mudar a vida.
  12. O tempo passa mesmo muito rápido. É imperativo aproveitar cada momento. Enquanto não o consigo fazer na plenitude há que ir treinando.
  13. Tudo aquilo que preciso saber vem ter comigo e aquilo que preciso trabalhar também. Basta estar atenta àquilo que vai acontecendo.
  14. Ou confio ou não confio; não existe meio termo.
  15. Todos nós temos situações para trabalhar e os problemas dos outros são sempre fáceis de resolver.
  16. Fazer tudo com boa-vontade e amor transforma qualquer tarefa numa coisa prazerosa e divertida.
  17. Um pequeno ato pode fazer toda a diferença. Isso aplica-se a um pequeno ato de mudança na minha vida ou a um pequeno ato meu na vida dos que me rodeiam.
  18. As pessoas aparecem na minha vida por um motivo. Ao aproveitar as lições que elas me trazem posso permitir que elas sigam o seu caminho ou que continuem a meu lado; depende sempre da missão de cada um.
  19. Tenho sempre tempo para tudo, desde que deixe de andar atrás daquilo que não quero e me foque naquilo que quero materializar.
  20. A vida é a minha melhor amiga. Mesmo que eu não o veja, tudo sempre se encaixa na perfeição; aliás tudo flui sempre na perfeição.
  21. Tudo pode mudar e as voltas que as coisas dão nunca me deixam de surpreender.
  22. Posso decidir deixar a minha pegada no mundo, escolhendo viver algo que valha a pena ou posso limitar-me a sobreviver, passando sem nunca fazer a diferença.
  23. Um minuto em que eu escolhi estar mal é um minuto desperdiçado em que poderia estar a sentir-me bem; e o tempo não volta atrás.
  24. Amanhã pode ser um dia a menos ou um dia a mais: é a minha postura em relação àquilo que irá acontecer que fará com que seja mais um dia de vida bem aproveitado ou um dia tanto faz que não acrescentou nada, apenas tirou tempo.

Obrigado! Obrigado! Obrigado!

Ângela

Eu tenho aquilo em que me foco

foco

Durante muito tempo eu pensei mais naquilo que aparentemente me faltava do que naquilo que tinha em abundância na minha vida. O conceito de que algo exterior me podia preencher e o crescente vazio existencial faziam-me buscar cada vez mais e sentir-me cada vez menos satisfeita.

Olhando agora para trás vejo que tinha ao meu redor e ao meu fácil alcance tudo aquilo que eu precisava em todos os momentos da minha vida. A minha constante fuga ao Presente levava-me a tropeçar nas situações e levantar-me como se nada fosse, estando sempre com algo na mira, sempre algo exterior ao que estava a acontecer.

Será que aquilo que vivi no passado me faz ter uma abordagem diferente no presente?

Não posso dizer que vivo o Presente, porque isso ainda não acontece. Também não vou dizer que estou sempre atenta àquilo que a vida me dá em cada momento, que é aquilo que eu sempre preciso.

Mas todo o meu percurso até hoje, todas as experiências que já passei e todas as experiências que ouvi contar têm-me permitido estar cada vez mais atenta àquilo que está a acontecer na minha realidade.

Passo mais tempo focada nas tarefas que faço, usufruindo de todos os passos que as compõe, do que alguma vez me foquei no passado.  Agradeço muito mais tudo aquilo que tenho de maneira consciente do que alguma vez agradeci.

Como resultado a minha vida é cada vez melhor a cada dia que passa e sinto-me muito melhor do que alguma vez poderia imaginar. Quanto mais me foco no quão maravilhoso é estar a viver cada momento desta jornada, mais maravilhoso cada segundo é.

Há sempre espaço para a mudança e cada momento é ideal para mudar.  Se estou a sentir algo que não gosto, talvez seja a hora certa para mudar o meu foco.

Obrigado!

Ângela

Medo de sentir

medo de sentir

Já muito escrevi sobre as diversas técnicas às quais eu recorria para me alhear da realidade. Aliás, eu passava maior parte do tempo a fugir à vida e por isso acabei com tantos problemas e com uma postura tão grande de indiferença em relação àquilo que ia acontecendo à minha volta.

Hoje em dia, não posso afirmar que viva a 100%, porque provavelmente se isso acontecesse não estaria aqui a escrever este texto. Mas mais do que nunca tenho consciência da barreira existente entre mim e a vida, algo que eu criei e fortifiquei com as minhas atitudes.

Tenho identificado em mim o medo que eu tenho de sentir. Muitas vezes associei a minha falta de iniciativa no que toca a iniciar novas coisas ao medo ou em alguns casos ao meu pouco interesse na atividade, mas hoje vejo ainda uma variante, que apesar de não me impedir de tomar ação, me impedia de me entregar o que eu fazia.

Eu queria colher os frutos muito antes de fazer a sementeira. Queria começar a desenvolver algo e ter como ponto de partida a experiência e a segurança de alguém que já o fazia há muito tempo.

Eu queria ter a postura sem passar pela experiência. Queria ser assertiva e responsável, sem ter que passar pelo processo de tomar ações coerentes com aquilo que queria experienciar.

Eu queria confiar sem largar. Queria ver para crer. Queria que me nascessem as asas antes de dar o passo que era necessário para poder voar.

Para que uma coisa se possa transformar em outra terá que passar pelo seu processo. A seu tempo a metamorfose ocorrerá e podemos depararmo-nos com a nova criação.

Assim também acontece comigo. Para que eu possa ser alguém diferente, alguém que se sente melhor consigo mesma e com o mundo ao meu redor, terei que passar pelo meu processo.

Fugir ao sentir as etapas do processo é fugir a sentir a vida.

Todo aquele sofrimento que eu senti no passado e o que me fez ter medo de sentir, foi causado pela minha resistência ao que estava a acontecer e pelo meu negar daquilo que estava a sentir.

A primeira vez que fiz um bolo, não ficou nada de especial. Havia muitas melhorias a fazer e muito que aprender. Mas depois fiz o segundo, o terceiro e por aí em diante e hoje aqui estou a fazer bolos deliciosos.

Tive que lidar com todos os sentimentos que fizeram parte do processo e que me trouxeram até aqui. Tive que lidar com a dúvida, a falta de segurança, com as expectativas que punha e com a minha vontade de agradar. Hoje sinto segurança, confiança e sei que vai sair do forno o melhor resultado possível.

Se eu tivesse negado aquilo que estava a sentir, teria sido um colecionar de frustrações e um caminho sem qualquer tipo de aprendizagem.

O medo de sentir cria mais medo, mais desconforto e tudo aquilo ao qual tento fugir. A aceitação daquilo que estou a sentir permite-me aprender e coloca-me no lugar onde preciso estar para mudar aquilo que sinto, caso isso seja necessário.

Cada acontecimento, cada momento que vivi trouxe-me até onde estou hoje. Um encaixar de peças perfeitas que criam uma vida cada vez melhor a cada dia que passa.

Obrigado!

Ângela Barnabé

Um mundo de máscaras e de faz de conta

um mundo de máscaras

Um dos primeiros artigos que eu escrevi, há cerca de seis anos, foi inspirado por esta reflexão: “Será que ao longo da nossa vida nós mostramos o nosso verdadeiro eu, ou nos limitamos a apresentar um conjunto infinito de máscaras?”.

Na altura isso fez-me refletir sobre vários aspetos da minha vida, nomeadamente sobre a falta de genuinidade na forma de me relacionar com os outros e sobre a minha constante vontade em agradar e fazer com que gostassem de mim.

Hoje, passado tanto tempo esta reflexão continua atual e talvez possa levar as coisas um pouco mais longe.

Em cada aspeto da minha vida que eu sinto que tenha que trabalhar, se “espremer” bem o seu conteúdo, identifico que a raiz está sempre na autoestima. Seja o não confiar na vida, seja insegurança ou medo de não ser capaz, seja a procura que gostem de mim e me valorizem, a baixa autoestima está lá, a fazer o seu “trabalho”.

Então toda esta questão das máscaras e de fingir ser e sentir algo que não é verdadeiro, está diretamente ligada à relação que tenho comigo mesma, ou seja, à minha autoestima.

Eu não utilizava máscaras apenas para enganar os outros, usava-as também para me tentar enganar a mim mesma.

Quantas vezes me sentia ansiosa e tentava preencher-me com algo para fazer parecer que estava tudo bem?

Quantas vezes olhei ao meu redor e vi coisas que não me agradavam na minha vida e escolhi ignorar pondo as “lentes cor-de-rosa” e fingindo que nada daquilo estava a acontecer?

Em quantos momentos diferentes me senti prestes a desabar, tropecei naquilo que estava a adiar, caí e levantei-me como se nada fosse?

Onde é que eu quero chegar com tudo isto?

O meu processo de mudança tem sido um caminho bastante interessante de se percorrer. Tive deixar de lado todos os romantismos e as picuinhices e fui “confrontada” com coisas que tapei com máscaras para que eu nem sequer tivesse que olhar para elas.

Ao contrário daquilo que eu me tentei convencer, fingir que algo não me está a incomodar ou adiar algo que sei que tenho que fazer não vai fazer com que as coisas desapareçam. Aquilo do qual eu fujo apenas vai crescendo e se tornando cada vez maior.

Nunca poderei sair do mundo das máscaras e do faz de conta enquanto me quiser enganar e fugir de mim.

Há vários sentimentos que eu queria fugir ao sentir, diversos momentos que eu queria manter escondidos pela vergonha que me causaram. Ainda existem aspetos da minha personalidade que eu não consegui amar e portanto tenho medo que os outros também não amem.

Mas terei que passar por todo este processo. Terei que sentir tudo aquilo ao qual fugi para me puder libertar. Terei que trazer à luz aquilo que está escondido na escuridão, tapado por máscaras, para que possa ser visto por outras “lentes”.

Enquanto não me amar a mim mesma ( enquanto não trabalhar a minha autoestima), a minha vida será sempre composta por máscaras e viverei alheada da realidade, num mundo faz de conta.

E será que hoje não estou melhor que há seis anos atrás?

Sem dúvida que hoje me sinto incomparavelmente melhor do que me sentia quando escrevi a primeira reflexão sobre este tema. Tenho a agradecer a todo o trajeto que passei e todas as pessoas que fizeram parte dele, por me encontrar no lugar onde estou.

Mas o estar melhor não é suficiente, quando está em jogo o viver de uma vida plena e realizada, liberta de preconceitos e de coisas que não valem a pena.

Claro que eu sei que tudo faz parte de um processo e que quanto mais caminho, mais próxima estou perto de lá chegar. Mas não me posso iludir e pôr uma máscara achando que é suficiente.  

A vida é um manancial de oportunidades e de certeza que não estamos cá neste planeta para nos contentarmos e vivermos num mundo de faz de conta, enquanto atrás das máscaras está um paraíso à nossa espera.

Ângela Barnabé

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