Em setembro de 2017, há mais ou menos 5 anos, escrevi um artigo com este mesmo título, partilhando uma tomada de consciência que tive em relação a este tema. Na altura, apercebi-me que, apesar de pensar que já não procurava a aprovação e o amor dos outros, ainda o fazia e de forma mais frequente do que eu queria admitir.
Hoje, volto novamente a esta reflexão, mas com uma tomada de consciência que considero ainda mais profunda.
Sei que, enquanto que não tiver uma boa autoestima procurarei sempre a aprovação e o amor dos outros e que estarei sempre na busca de algo exterior que me preencha e que só poderei encontrar dentro de mim.
Portanto, sei que o caminho para não me preocupar se gostam de mim ou não, é o caminho da construção de uma boa autoestima, de uma boa relação comigo mesma.
E o que tomei consciência nestes dias é que o facto de alguém gostar ou não de mim não depende de mim, mas sim da outra pessoa. Por muito que eu tente agradar, por muito que eu procure fazer que gostem de mim, isso não está nas minhas mãos.
Então porque é que me hei-de preocupar se gostam ou não de mim? Não seria muito mais fácil procurar gostar de mim mesma e permitir-me viver em harmonia com o que me rodeia e deixar que quem gosta de mim, construa uma relação genuína comigo e que quem não goste de mim tenha o direito de o fazer?
É um bocado irrealista querer que toda a gente goste de mim quando eu própria não gosto de toda a gente. Há pessoas com as quais eu me conecto mais facilmente e há outras que simplesmente não estão na mesma vibração que eu. Isso não significa que eu não respeite ou aceite as pessoas das quais não gosto, e que quem não goste de mim não me respeite.
Esta tomada de consciência foi algo bastante libertador e desde que a tive, pude ver a forma como me relaciono com os outros de uma perspetiva diferente.
Porque é que estou a perder tempo a pensar se gostam de mim se tenho algo mais pertinente em mãos: o amar-me e aceitar-me tal como sou?
Todos os anos, sempre que faço inventários do mês de Abril, menciono o quanto este mês é sinónimo de grandes mudanças na minha vida. Apesar de já estarmos no início de junho e de este texto ter como tema as aprendizagens de maio, não podia deixar de mencionar que este ano não foi excepção à regra e que o mês de Abril foi de facto repleto de mudanças enormes na minha vida. Posto isto, partilho as aprendizagens que as mudanças de Abril e os acontecimentos de Maio me proporcionaram. Em primeiro lugar quero destacar que as mudanças acontecem quando menos espero. Tenho a tendência para querer estar preparada para tudo e isso faz-me querer pensar em todos os cenários possíveis, para que quando estes aconteçam eu possa saber como agir. Mas sei que esta forma de agir está completamente desintonizada da vida. Primeiro, a melhor forma de estar preparada é confiar no processo e fluxo da vida. É deixar de querer controlar e saber, com toda a certeza, que em todos os momentos tenho exatamente aquilo que preciso. É realmente desgastante querer ter as coisas sob controlo e pensar que sei a melhor forma de tudo acontecer. Não há maneira de prever aquilo que a vida me traz e sou sempre apanhada de surpresa pela forma como os acontecimentos se desenrolam. Estar em tensão pelos “e se’s”, obriga-me a estar focada naquilo que não quero, em vez de vibrar aquilo que quero que faça parte da minha realidade. Não me faz estar mais preparada para o que quer que seja, porque tanta ansiedade e medo juntos só me vai destabilizar e impedir de estar centrada naquilo que é necessário num dado momento. E no final da contas, independentemente do que possa acontecer, tudo se resolve. A solução para tudo aparece e fico-me sempre a questionar o porquê de tantos minutos perdidos a tentar racionalizar e esquematizar, enquanto podia estar a aproveitar os pequenos momentos da vida, que são os que realmente importam. Inicio este mês de junho continuando com os objetivos que coloquei para este ano, e nos quais tenho estado a trabalhar desde então: melhorar a minha autoestima e trabalhar a minha confiança na vida. Termino este texto sobre as aprendizagens de Maio com uma certeza: a minha vida é perfeita.
Todos as manhãs tenho a oportunidade de começar o dia da maneira que eu quiser. Posso estar expectante daquilo que estas novas vinte e quatro horas me trarão ou posso entrar logo em resistência mesmo antes do dia começar; a escolha é minha.
Muitas vezes dou por mim a justificar o meu estado com aquilo que está a acontecer à minha volta. Mas sei que é apenas uma forma de me tentar enganar.
O que está a acontecer à minha volta não será o resultado daquilo que eu estou a emanar? Não será uma forma limitada de ver a realidade que me leva a ver as coisas de uma determinada perspetiva?
Em todos os momentos cabe-me a mim escolher o que quero sentir, para poder criar a minha realidade com base nisso.
Se eu quero um mundo de abundância, de alegria e se olho à minha volta e não é isso que vejo é porque eu própria não estou a ser aquilo que quero criar.
Nos momentos em que me entrego ao fluxo, apenas existe fluxo. Nos momentos em que sou alegria, tudo é alegria. Nos momentos em que deixo que a abundância faça parte da minha vida, tudo é abundância.
Todos os momentos são momentos de criação. Seja por defeito ou por intenção eu encontro-me sempre em processo criativo.
Isto fez-me pensar em quantas e quantas vezes me ponho a imaginar cenários sobre o que poderá acontecer? Quantas vezes deixo que existam na minha mente possibilidades criadas pelo medo ou pela dúvida, permanecerem e serem alimentandas na minha mente?
Para poder criar a minha realidade com intenção, tenho que estar atenta àquilo que crio na minha mente. Devo focar-me naquilo que quero materializar e não naquilo que quero evitar que aconteça.
Se quero colher milho, não posso semear trigo, não é?
Mas antes de semear, tenho que preparar o terreno. E a melhor forma de o fazer é confiar na vida e melhorar a minha autoestima.
Ao melhorar a minha autoestima, estarei focada apenas naquilo que me trará benefício e que contribuirá para o meu crescimento e melhoramento constante. Ao confiar na vida possibilitarei que tudo flua da melhor forma e que aconteça tudo no timing perfeito.
Ontem, durante a tarde, tomei consciência de uma coisa: dou por mim mais vezes focada naquilo que aparentemente me “falta” do que em gratidão àquilo que tenho. E isso levou-me a duas conclusões.
Aquilo que eu considero que me falta não é mais do que uma ilusão. Sempre que eu acho que me falta algo, é porque estou a tentar preencher um vazio interior, que só será preenchido, não quando alcançar aquilo que considero em falta, mas sim quando valorizar aquilo que tenho e tiver uma relação plena de amor comigo mesma.
Se eu me sentir bem, estarei sempre em gratidão e aceitação àquilo que acontece. Estarei focada nas bênçãos que me são trazidas e não quererei que as coisas aconteçam à minha maneira.
Portanto, a única coisa que realmente me falta é confiar na vida.
Hoje começou um ciclo de 365 dias. São 365 dias onde poderei escolher aquilo que quero e onde terei a oportunidade de criar a minha realidade em todos os momentos.
Para 2022 tenho três objetivos principais:
– Confiar no processo e fluxo da vida: posso ter tudo aquilo que quero, posso estar rodeada de tudo o que preciso, mas se não confiar no processo e fluxo da vida nunca poderei estar verdadeiramente realizada. Se não confiar, estará sempre presente a tendência para controlar, estará sempre presente a dúvida. Quando confio, sei que existe uma inteligência divina que tudo gere e que tudo, mas mesmo tudo acontece no momento perfeito, no sítio perfeito da maneira perfeita.
Portanto, para não querer por a “carroça à frente dos bois”, confiar tem que estar como prioridade em todos os momentos. Sempre que um pensamento de dúvida, de controlo ou de medo surgir, o que farei é afirmar “EU CONFIO NO PROCESSO E FLUXO DA VIDA!”.
– Trabalhar na autoestima: sem me sentir bem comigo mesma, nada poderá fluir. Seja na área social, financeira, profissional, o que dita como as coisas irão funcionar é a forma como eu me sinto. Portanto, se quero melhorar todas as áreas da minha vida a única maneira possível é trabalhar a minha autoestima. Transcrevendo uma frase do meu Mentor António Fernandes, “ temos que dar a nós mesmos aquilo que queremos que os outros nos deem.”. Esse é um dos meus objetivos para 2022. Criar uma relação repleta de amor comigo mesma, dando a mim mesma aquilo que gostaria que os outros me dessem.
– Dar a conhecer o Aconselhamento Online para Jovens: o ano passado criei um serviço, o Aconselhamento Online para Jovens, que tem como objetivo é proporcionar algo que foi fundamental no meu processo de mudança: alguém que me desse linhas de orientação, baseadas na sua experiência para que eu pudesse tomar decisões de forma informada, livre e segura. Portanto, ao longo de 2022 tenho como objetivo divulgar esse serviço e ter a oportunidade de ajudar outros jovens com a minha experiência ao longo desta caminhada de 8 anos de constante mudança.
2022 é o melhor ano da minha vida e será um ano de grandes realizações!
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