É muito importante começar o dia com o objetivo em mente, pronto para colocar em prática. Não falo de objetivos relacionados com tarefas, embora também sejam importantes. Falo de objetivos que me façam mudar a minha atitude em relação ao que acontece no dia-a-dia, de forma a que passe a fluir com a vida e não a resistir a ela.
Pode ser estar mais grata, aceitar o que acontece ou mesmo sentir-me bem comigo mesma; desde que seja algo que me “obrigue” a mudar algum aspeto do meu carácter que impeça que a vida flua e que me faça sentir mal.
O que inicialmente notava é que cada vez que colocava algo como intenção parece que o dia me contrariava. Se tinha como objetivo aceitar o que acontecia, ficava resistente mais facilmente. Se tinha como intenção agradecer, parecia que a reclamação estava sempre na ponta da língua.
Eu ficava confusa. Porque é que no dia em que eu colocava algo como intenção, era o dia em que eu mais sentia o oposto àquilo que tinha definido inicialmente?
Foi então que um dia se fez luz; eu estava a ter tudo o que precisava.
Como é que eu posso trabalhar a aceitação se não existirem situações que façam com que eu escolha aceitar em vez de resistir? Como é que eu posso trabalhar a autoestima, se não surgirem traços que eu não gosto em mim para que eu possa transformar esse sentimento?
A vida simplesmente me dá tudo o que preciso.
Eu não tenho o poder de controlar e escolher o que acontece, mas tenho o poder de escolher como irei agir em relação ao que acontece. Se o meu objetivo é aceitar, significa que independentemente do que possa estar a acontecer, a minha escolha será aceitar. Se estiver a resistir ou a negar significa que a minha escolha foi essa, perante o que estava a acontecer.
Não quero com isto tudo dizer que mesmo tendo esta consciência que consiga estar em aceitação o tempo todo. Tem vindo a ser um treino constante e passo mais tempo em aceitação do que quando comecei. Mas não me posso descuidar um momento, senão já sei que em vez de proagir irei reagir.
Desde que entrei na adolescência que criei uma relação não muito saudável com o meu corpo. Sabendo eu hoje que a minha mente interfere com a minha realidade física, consigo ver o porquê de isso acontecer.
O meu corpo era o meu inimigo e ele estava entre mim e o bem-estar que eu iria sentir quando a imagem que estava no espelho fosse aquela que eu queria ver.
Não posso dizer que me foi passado directamente um conceito de beleza, mas eu impus a mim mesma uma imagem que tinha de alcançar para ser bonita.
A minha baixa autoestima punha-me numa posição inferior a toda a gente e não conseguia sentir-me bem com aquilo que eu era.
O meu corpo foi-me dando sinais que a minha conduta não era muito boa para mim, mas eu suprimi essa mensagem, ficando cada vez mais frustrada por tudo o que ia acontecendo na minha vida.
Hoje sinto que tenho uma postura diferente. Cada vez que tenho um sintoma físico sei que é um sinal que algo não está bem. Existe culpa, medo, resistência…; tudo causado por conceitos obsoletos que eu tenho em relação à vida.
A relação com o meu corpo está diferente. Quando me olho no espelho, não procuro a beleza nos traços físicos que se aproximam de um padrão de beleza.
Procuro um sorriso, uma luz no olhar que mostra que eu me sinto bem comigo mesma e com a vida.
Procuro o entusiasmo por cada segundo novo, repleto de novas possibilidades.
Por muito cliché que isto possa parecer, só quando me sinto bonita por dentro é que posso ver essa beleza por fora.
Quando não me sinto bem comigo mesma, posso fazer mil e uma coisas fisicamente, que nunca encontro aquela “chama” de bem-estar que procuro.
Estar bem comigo mesma é uma forma (talvez mesmo a única) de garantir que tudo flui bem!
Estão a ver aquelas crianças que fazem birra porque não lhes dão as coisas que elas querem, da maneira que elas querem? É isso que eu sou quando quero as coisas à minha maneira.
Hoje estava a pensar no quão estúpido é forçar e manipular, achando ser eu a dona da verdade.
No meio de uma gama tão ampla de opções e possibilidades que nem nos meus sonhos posso conceber, com uma consciência tão limitada como a minha, como é que eu posso achar que sei o que é melhor?
É tão bom por ação e ver as coisas desenrolarem-se de uma maneira perfeita, com plena confiança naquilo que me é apresentado.
É uma sensação bastante diferente do controlar e manipular e no final sentir que tudo é uma ilusão e que poderia ter algo melhor.
A vida é tão maravilhosa quando deixo que ela aconteça.
Obrigado por todas as vezes em que confiei e tudo correu bem e por todas aquelas em que não confiei e mesmo assim tudo correu pelo melhor.
Hoje estava a observar as flores no jardim da Casa Escola António Shiva e relembrei-me de um excerto de uma palestra de Osho que diz:
“As rosas florescem tão maravilhosamente porque não estão tentando converter-se em lótus. E os lótus florescem tão maravilhosamente porque não ouviram histórias de outras flores. Tudo na natureza anda tão maravilhosamente em harmonia, porque ninguém está tentando competir com alguém mais, ninguém está tentando converter-se em outro. Tudo é como deve ser.”
Osho*
Observei diferentes tipos de plantas, algumas com flores e outras com maravilhosas folhas. Cada uma com a sua essência, com o seu crescimento.
Assim somos todos nós.
Durante muito tempo vivi na perseguição de uma imagem de mim mesma, criada com base na comparação com os outros. Buscava essa mesma imagem porque achava que ao alcançá-la me iria sentir bem comigo mesma. Seria como os outros e seria feliz.
Mas as coisas não são bem assim.
O bem-estar está em sentir-me bem comigo mesma, da forma como sou, com as características que tenho.
Apenas a aceitação daquilo que sou e das minhas limitações me permite ser uma pessoa melhor.
Enquanto quiser ser como os outros, enquanto comparar o meu crescimento com os outros, serei uma semente “confusa”, à espera de desabrochar, mas sem conseguir fazê-lo porque estou a ir contra a minha essência.
Por todo o lado ouvimos que temos ser quem nós somos e acho que aos poucos começo a ver que aquilo que percebi disso não é bem aquilo que eu estava à espera.
Ser quem sou não é criar uma imagem de mim mesma e persegui-la. É aceitar aquilo que sou e permitir que as minhas limitações se transformem em bênçãos e ao aceitar-me sentir-me cada vez melhor comigo mesma.
Sempre achei que alguns tinham nascido com sorte e que eu, não pertencendo a essa elite, teria que batalhar e lutar por uma vida melhor.
Mas acabava sempre por não fazer nada, porque preferia passar o tempo a lamentar as condições em que me encontrava, em vez de mudar aquilo que vivia.
Alcançar objetivos não se trata de lutar, de batalhar, mas sim de deixar fluir.
Tenho que fazer a minha parte, mas na altura certa tenho que largar e confiar.
A minha sorte sou eu que a faço, através da minha postura em relação à vida.
Se alguém consegue ter algo, de certeza que eu também conseguirei obter isso mesmo.
Posso ter que trilhar um caminho diferente e posso até demorar mais tempo a atingir um objetivo, mas posso ter a certeza que tudo acontece na perfeição.
No momento certo tudo se encaixa e as coisas fluem da melhor forma possível.
Só tenho que fazer a minha parte: sonhar, pôr ação e confiar, pois tudo acontece na perfeição.
Hoje pensei na quantidade de vezes em que quero que a minha vontade se sobreponha a tudo o resto.
Por muito que eu queira as coisas à minha maneira, o melhor é que a minha vontade não seja feita. Tenho tido muitas provas disso ao longo da minha vida.
Se pensar bem cada vez que quero que tudo aconteça à minha maneira, vou acabar por manipular e controlar as situações. Se manipulo e controlo significa que não confio na vida.
Se estou a agir não confiando na vida, muito provavelmente o resultado será algo que não me trará bem-estar.
Se olhar bem para a maneira com que encaro a vida e as situações diárias, ainda consigo identificar momentos de baixa-autoestima, alturas em que não me responsabilizo e ainda sentimentos de separação.
Como é que eu posso querer que as coisas corram à minha maneira e que isso traga um resultado benéfico se a minha postura ainda é contrária à forma como o Universo age?
Se eu estivesse em harmonia com a forma de funcionar do Universo; se já me sentisse plena e realmente satisfeita com o que sou neste momento, talvez estivesse em condições para decidir a melhor forma de as situações se desenrolarem.
Mas também de estivesse em sintonia com o Universo de certeza que não estaria a pensar numa alternativa melhor aos acontecimentos, mas sim estaria focada em usufruir de cada momento e de cada aprendizagem.
Enquanto rotular as situações; enquanto pensar em melhores alternativas, nunca estarei a agir a partir de um lugar de pura aceitação e gratidão e nunca poderei obter aquilo que realmente necessito.
Que seja feita a vontade do Universo e que eu possa apreciar verdadeiramente o fluxo e processo da vida!
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