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Em direção ao atalho – Coisas que aprendi nos 20 anos da minha vida #5

Porque é que os atalhos não resultam?

Todos os dias, enquanto trabalho procuro maneiras mais simples de fazer aquilo que tenho que fazer. Até mesmo nas tarefas da casa, a procura de simplificar os afazeres está presente.

Mas e quando a procura de tornar as coisas mais simples se transforma na procura de atalhos?

Há de facto uma grande diferença entre fácil e simples; e procurar um atalho não é a mesma coisa que procurar uma forma de simplificar uma tarefa.

Atalho é querer fazer uma coisa sem ter que passar pelo processo de fazer algo acontecer; simplificar é encontrar uma forma mais simples de passar por determinado processo.

No fundo, procurar um atalho é não querer fazer o que é preciso.

E em que é que isso se traduz? Na maior parte das vezes, apercebo-me que o atalho levou-me a um beco sem saída e lá vou eu ter que voltar atrás, e recomeçar tudo de novo. E por vezes, a “estupidez” é tanta que tento fazer as coisas por um atalho diferente e adivinhem o que acontece? Tenho que começar de novo!

Voltando à pergunta que me fiz hoje, “porque é que os atalhos não resultam?”, cheguei à conclusão que se estamos a passar por uma determinada experiência, foi porque a escolhemos.

Se a escolhemos a única forma de a resolver é passando por todos os passos que a compõem. Podemos mudar a forma como vemos a experiência, seja ela uma tarefa ou a resolução de uma situação com alguém, mas não podemos “fugir” àquilo que temos que vivenciar.

Se não estamos satisfeitos com a experiência, podemos, de forma a “eliminá-la” da nossa vida, responsabilizarmo-nos a 100%.

A vida não tem atalhos; tem ferramentas para aprendermos a lidar com aquilo que vivenciamos.

Afinal, que piada tem ganharmos o jogo sem percorrermos todos os desafios de cada nível?

Ângela Barnabé

Coisas que aprendi nos 20 anos da minha vida #4 – As minhas limitações são as minhas bênçãos

limitações

Desde que criei as “As Aventuras de uma Míope” com o intuito de partilhar a minha experiência de melhoria de visão, pensei muitas vezes se devia estar a publicar coisas tão pessoais e principalmente coisas que considerava fraquezas e limitações.

Sempre me foi dito que não me devia expor, que devia apenas mostrar aquilo que queria que fosse visto e nada mais. Os meus medos, inseguranças, os meus pensamentos e os meus momentos “menos bons” deviam ser guardados e só partilhados com alguém íntimo.

Mas comecei a ver que não podia ser íntima com ninguém. Partilhava a casa com outras pessoas que eu considerava próximas, mas mesmo assim filtrava aquilo que partilhava com elas, comportava-me da mesma maneira que com as pessoas que não me eram próximas.

Então decidi começar a partilhar um pouco mais de mim com os que me rodeiam e mais tarde com todos os que queriam ler os meus artigos.

Foi uma decisão muito importante e com ela aprendi que:

A melhor coisa que eu posso partilhar com o mundo é a minha experiência. Eu sei muitas coisas, tenho muito conhecimento e praticamente todas as pessoas com as quais eu me relaciono e que estão dentro do projecto sabem aquilo que eu sei. Mas a minha experiência ninguém tem. Podemos partilhar os mesmos problemas, mas a forma como eu me sinto, penso e faço relativamente a uma determinada experiência é sempre diferente. Quando eu partilho a minha experiência com o mundo eu estou a dar uma parte de mim.

Admitir as nossas fraquezas e rirmo-nos delas é muito importante. Durante muito tempo criei a imagem de menina perfeita, de alguém que nunca erra. E isso era tão doloroso. Eu tenho os meus momentos menos felizes. Quero as coisas à minha maneira. Por vezes comporto-me como uma criança imatura. É tão libertador deixar cair as máscaras, deixar-me de fingimentos e ser quem eu sou.

Se há traços em mim que quero melhorar? Claro, melhorar a cada dia que passa é um dos meus objectivos. Mas penso que a melhor forma de melhorar é aceitar aquilo que eu sou. Agradecer todas as partes de mim que não gosto é a melhor forma de passar a amá-las.

As minhas limitações são as minhas bênçãos: já escrevi um pouco sobre esse tema, focando especialmente a miopia. No fundo aquilo que eu achava melhor em mim só me trouxe deceções e ilusões; o que eu achava pior em mim trouxe-me crescimento e principalmente realização.

Não estamos aqui para ser perfeitos. Todos temos as nossas limitações, os nossos medos.

Em vez de investir energia a esconder as minhas limitações, escolho cada vez mais utilizá-la na realização dos meus sonhos.

Ângela Barnabé

A competição destrói-nos – Coisas que aprendi nos meus 20 anos de vida

Artigo 3 da série Coisas que aprendi nos meus 20 anos de vida

Vivemos num mundo repleto de competição. Queremos ser os melhores em tudo. Queremos ser os mais bonitos, os mais bem-sucedidos, os mais ricos…

E não há problema em ambicionarmos melhorar naquilo que fazemos, o problema é o que o fazemos com o intuito de provarmos o nosso valor, de nos sentirmos melhores connosco mesmos para de certa forma darmos algum sentido à nossa vida.

Nós não estamos aqui numa correria para ver quem chega primeiro, estamos aqui para usufruirmos de tudo o que este maravilhoso mundo tem para nos oferecer.

A competição limita-nos tanto, que quando damos por nós já não temos individualidade, somos apenas mais uma roda na engrenagem.

Tu não tens que ser o melhor, tu tens que dar o teu melhor. De que é que interessa ser a pessoa mais bem-sucedida na tua área se te sentes vazio.

O Osho disse muitas vezes que a ideia não era focarmo-nos em sermos bem-sucedidos, nem em sermos ricos, nem em sermos famosos. A ideia é fazermos aquilo que mais nos apaixona e tudo o que vier é bem-vindo.

Temos que fazer aquilo que nos faz vibrar, sem nos preocuparmos se há alguém melhor que nós, sem nos preocuparmos em ser bem-sucedidos.

Quando fazemos as coisas com amor, entrega e alegria, iremos sentir-nos bem e de certeza que aquilo que iremos receber será mais amor e alegria.

Queres sentir-te bem? Faz aquilo que te apaixona e não o que é suposto.

Ângela Barnabé

Coisas que aprendi nos meus 20 anos de vida – A maldição da perfeição

Artigo 2 da série – Coisas que aprendi nos meus 20 anos de vida

Não existe uma forma correta de fazer as coisas. Existem formas que funcionam melhor que as outras, mas não existe uma receita universal para nada. Penso que a base para que tudo corra da melhor forma ( não é da maneira que nós queremos) é simplesmente deixar fluir e navegar consoante a maré.

Mas, nem sempre é isso que eu aplico na minha vida.

Todos os dias sou desafiada a fazer algo novo: experimentar uma nova ferramenta de trabalho, lidar com uma situação nova ou ainda decidi ultrapassar uma barreira que me auto-impus.

Na maior parte das vezes a minha tendência é querer fazer tudo de forma perfeita. Quero que o produto, o serviço, o projeto ou a formação estejam perfeitos para que eu os possa lançar.

E sabem que mais? Acabo por nunca lançar nada. 

Perfeccionismo é boicotar um processo mesmo antes de este estar em movimento.

Claro que existe sempre espaço para melhorias, mas só podemos melhorar se pusermos em movimento as coisas e virmos de facto o que funciona e o que não funciona.

Devemos procurar ganhar mais experiência. Não devemos procurar conhecimento, pois este só atrapalha. Devemos aplicar as ferramentas que funcionam e melhorá-las. De nada serve conhecermos mil formas de fazer as coisas se não aplicamos nenhumas.

Deixemo-nos de desculpas e adiamentos.

Se olhar para a maior parte das coisas que fiz nos últimos anos consigo encontrar sempre espaço para melhoria. Mas só consigo fazer isso porque já tenho alguma base e experiência. Antes de fazer o que quer que fosse não podia saber o que melhorar, não é?

No fundo é experimentarmos, não termos medo de cair e de errar porque no fundo não existem erros, mas sim aprendizagens.

Libertemo-nos da arrogância e peçamos ajuda quando precisamos. Baixemos os braços quando nada mais há a fazer. Deixemos a vida fluir e o milagre acontecer.

Ângela Barnabé

Coisas que aprendi nos meus (quase) 20 anos de vida- #1

Esta semana, mais especificamente amanhã, vou fazer 20 anos. Duas décadas. Uma data bastante importante, não propriamente pelo número, mas pelas mudanças ocorridas na minha vida desde há três anos atrás.

A “Ângela” de 17 anos e a “Ângela” de 20 anos são pessoas completamente diferentes.

Por isso decidi que iria partilhar com vocês algumas coisas que aprendi com as experiências que vivi até agora. Vou fazer uma série de artigos com algumas destas aprendizagens.

Mas, antes de tudo, quero expressar a minha gratidão a todas as pessoas que fizeram parte da minha vida até hoje.

E agora vamos às experiências!

#1- As coisas não acontecem como nós queremos que aconteçam.

E ainda bem! Vocês não imaginam o quanto eu fico contente pelas coisas não acontecerem à minha maneira. (Se bem que por vezes ainda quero que seja feita a minha vontade e tento manipular um “bocaaaaaaadinho” as coisas.)

Se tudo aquilo que eu quis até agora tivesse acontecido como eu queria, podem crer que eu não estaria viva hoje. Porquê?

  • Eu não sei o que é melhor para mim. Existe uma grande diferença entre querer e precisar. Aquilo que eu quero nem sempre é aquilo que eu preciso para o meu bem-estar e ainda confundo prazer momentâneo com felicidade duradoura. Felicidade é um estado de espírito, é um estado de plenitude e nada tem a ver com algo exterior a mim.
  • Existe um processo para que as coisas aconteçam. As coisas não acontecem instantaneamente, pois a minha consciência não o permite. Tenho que passar por alguns processos até que esteja apta a receber aquilo que quero. Ainda não me libertei da cultura do instantâneo e por vezes ainda quero as coisas para ontem. Se eu não estiver preparada para receber alguma coisa, será benéfico para mim recebê-la?
  • Nada acontece por acaso. Se tivermos a consciência que estamos todos interligados e que uma ação nossa irá influenciar todo o mundo, poderemos ver que as coisas terão que acontecer de forma a que ninguém fique prejudicado em função do nosso benefício (não podemos estar bem se para isso alguém tem que ficar mal). Por isso tudo com o qual nos deparamos não é ao acaso e é para nosso benefício. E não temos de saber de que forma é para nosso benefício.

Conclusão: quando queremos alguma coisa, pomos ação naquilo que queremos e esperamos que o Universo, que a Vida, que Deus, façam a sua parte. Temos que apenas confiar que as coisas acontecerão na hora certa.

“Sonha, cria e confia. O Universo faz o resto”

Ângela Barnabé

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