Se tudo acontecesse exatamente como eu queria que acontecesse, a vida não seria tão perfeita como é. O meu julgamento e as minhas crenças limitam-me, enquanto que a aceitação permite que tudo flua da melhor maneira. Tudo o que acontece é aquilo que eu preciso!
Não serve de nada afirmar que quero mudar e ao mesmo tempo resistir quando a mudança surge. A vida naturalmente encaminha-me para aquilo que eu preciso e eu só tenho que estar aberta às infinitas possibilidades e não me deixar boicotar as oportunidades que me são apresentadas.
Não confiar na vida, na única coisa que nunca me abandonará, é de uma enorme falta de inteligência. Sempre que uma situação surgiu na minha vida, tive ao meu dispor as ferramentas e a capacidade de lidar com os acontecimentos da melhor maneira possível.
A falta de confiança leva-me ao julgamento, leva-me a pensar nos “e se’s?” e impede-me de ver com clareza as minhas capacidades e a perfeição do fluxo e do processo da vida. Leva-me a rotular o que seria bom ou mau e não me permite observar as situações com uma visão mais ampla.
Tem sido um grande treino trabalhar a confiança e os resultados não poderiam ser melhores: sinto-me cada vez mais em harmonia com a vida!
Estar aberta a todas as possibilidades é a chave para me sentir bem com o desenrolar dos acontecimentos ao longo do dia-a-dia. Posso estar na expectativa que algo aconteça e ficar desiludida ou posso estar expectante e aceitar aquilo que a vida me traz, que é o que eu verdadeiramente preciso!
Antes achava que a melhor maneira de conseguir as coisas era esforçando-me, perseguindo aquilo que queria alcançar até à exaustão. Mas hoje sei que a melhor maneira para que tudo aconteça na minha vida é fazer a minha parte (pôr ação) e deixar fluir, que tudo virá até mim no momento certo.
Os objetivos sempre desempenharam um papel na minha vida. Seja a sua ausência, que me levou a um caminho de indiferença em relação à vida; seja o seu “excesso” que me levou a um estado de ansiedade; os objetivos sempre contribuíram para o rumo que fui seguindo ao longo da minha existência.
Durante muito tempo, considerei a vida um constante alcançar de objetivos, na medida em que só estaria a aproveitar realmente a vida se conseguisse atingir o máximo de metas possível, num curto espaço de tempo.
Não importava o que tinha que fazer, fosse controlar, manipular, “pôr a carroça à frente dos bois”… quando atingisse aquilo que tinha programado tudo passava e podia usufruir daquilo que tinha alcançado.
Mas o que realmente acontecia era que mal eu conseguisse por
as mãos naquilo que queria, já estava ansiosa de conquistar o “nível” seguinte e
assim sucessivamente, nunca apreciando nem o caminho que me levava onde queria
ir, nem o destino ao qual chegava.
E quando não conseguia obter o que queria da minha maneira e no tempo que eu programava, ficava de tal maneira ansiosa que mesmo vendo que tudo estava a acontecer da melhor maneira e que se não tinha aquilo num dado momento era porque o momento certo ainda não tinha chegado, duvidava de tudo e bloqueava todo o processo.
Com o tempo, o conceito de que tudo vem ter comigo no momento
certo foi se firmando e comecei a expandir a consciência para ter objetivos e
largar, ficando a ansiedade e a dúvida de parte.
Mas hoje, no meio de todas as aprendizagens, no meio de objetivos alcançados, no meio de acontecimentos que nunca pensei serem possíveis e que me realizaram mais do que qualquer objetivo, estou a abrir-me para uma nova consciência.
A vida não está lá… Viver não é alcançar objetivos uns atrás de outros, nem mesmo quando eles são alcançados através do pôr ação e largar.
A vida está aqui, neste momento.
O tempo que passo a definir objetivos, a pensar que quando
isto ou aquilo acontecer tudo vai melhorar, é um tempo que não é vivido e que
não volta mais.
As melhores coisas da minha vida aconteceram de forma inesperada e mais do que isso: nunca foram objetivos meus. Foram oportunidades que surgiram de onde eu nunca pensaria e que mudaram tudo.
Cada vez que me apeguei a um objetivo, limitei-me a uma
possibilidade que conseguia conceber e não permiti que o infinito leque de acontecimentos
me fosse apresentando.
Quando deixei ir, tendo apenas na minha mente o abrir-me a
todas as possibilidades, foi presenteada com tudo o que era maravilhoso.
Mas agora vem a pergunta: devo largar todos os meus objetivos?
Não, penso que a ideia não será bem essa. Mas em vez de deixar que os objetivos comandem a minha vida, devo apenas usá-los como linhas orientadoras.
Um objetivo pode bem ser como uma chave que abre uma porta. Ao pensar em algo que quero alcançar, agarro na chave. Depois de pôr ação, abro a porta. De seguida basta observar aquilo que se esconde por detrás da porta e aproveitar até ao último segundo tudo aquilo que está reservado para mim.
Mas mais importante que os resultados, que o alcançar de objetivos, está o apreciar cada momento, cada passo da aprendizagem. A vida não está lá… A vida está aqui!
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