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Porque é que eu não fui para a universidade?

universidade

Esta pergunta é me feita com alguma frequência. É normalmente acompanhada de “Devias ir… Um curso dá sempre jeito”.

Começo por dizer que este artigo é com base na minha experiência e não pretendo tentar convencer ninguém de nada. Apenas pretendo, de certa forma, mostrar o que me levou a decidir dar um rumo diferente à minha vida.

A decisão de não ir para a universidade não foi tomada de ânimo leve, foi algo que tive que sentir. No fundo, apesar de todas as “explicações” possíveis, esta decisão foi tomada por intuição.

Sempre fui, e por vezes ainda sou, alguém racional e por vezes é difícil aceitar que as coisas correm realmente bem quando deixamos de pensar e passamos a sentir. Ainda que eu tente escrever as razões pelas quais fiz o que fiz, é difícil explicar algo que devemos sentir.  No entanto, vou tentar.

Sempre fui considerada uma boa aluna, bem-comportada; no fundo, o padrão de pessoas que sem sombra de dúvida vão para a universidade. Nunca fui grande amante dos estudos, mas sempre gostei de aprender coisas novas, algo em que a maioria das pessoas se identifica. O dinheiro não seria um problema no caso de ir para a universidade; bem como provavelmente ia conseguir ingressar no curso que eu queria na altura.

Mas, decidi não ir para a universidade.

Quando falava às pessoas que me conheciam que eu não ia para a universidade, elas achavam que eu estava a brincar e muitas vezes se riam, para momentos depois, após perceberem que eu estava a falar a sério, tentarem convencer-me que isso era má ideia.

Às vezes ainda lhes guardava mágoa e tentava convencê-los que eu tinha razão. Mas posso dizer-vos é inútil tentarmos convencer alguém de uma coisa. Surtiu tanto efeito as tentativas de convencer deles, como as minhas.

Sabem quando no fundo temos aquela sensação que o que é suposto nem sempre nos vai trazer felicidade?

Cheguei a um ponto da minha vida em que percebi que todas as metas que coloquei para mim estavam a ser alcançadas, mas mesmo assim eu não me sentia bem. Muito pelo contrário, sentia-me cada vez pior. Foi perceber que se o caminho não me trouxer satisfação, o resultado não servirá de nada.

Aquela pressão que sentia para ser aquilo e o outro, pois só assim seria alguém; aquela tentativa de me convencer a mim mesma que se não fosse para a universidade não teria emprego, já não me convencia.

Olhava à minha volta e via pessoas licenciadas a viverem num grande vazio existencial.

Não fiquei, no entanto, em casa sem fazer nada, nem arranjei um emprego apenas pelo dinheiro. Fui atrás de algo que eu acreditava; algo arriscado, que me dava medo, mas que me apaixonava.

Quando tomei a decisão de não ir para a universidade, achei que talvez um dia me arrependeria. Que iria olhar para trás e pensar: quem me dera ter ido. Mas isso, ao longo destes quatro anos nunca aconteceu.

Hoje, estou a criar um projeto que me apaixona, após 4 anos de experiência e aprendizagem.

Pode haver quem acredite que a universidade dê uma vida melhor, mas eu não acreditava e ainda hoje não acredito isso.

Por isso, a única coisa que vos posso dizer é que façam aquilo que realmente acreditam. Sem medo, abram-se ao entusiasmo e à possibilidade de viverem a vida dos vossos sonhos.

Comigo resultou!

Ângela Barnabé

 

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