Por vezes, crio um padrão de ação. Sei que situação X vai acontecer, então começo a pensar e a deduzir que tipo de variantes podem advir dessa situação, bem como qual será o resultado. Penso no que vou dizer, como vou agir e como tudo poderá ou não funcionar.
Nos entretantos, a situação Y acontece. Algo que nunca poderia pensar que ia acontecer, e como estou tão ocupada a pensar no que irei fazer na situação X, acabo por não dedicar a atenção necessária a todas as decisões relacionadas com a situação Y.
Como tudo muda, quando chega o derradeiro momento, o momento em que a tão esperada situação X acontece, nada do que eu previa se torna realidade.
No fundo, espero o derradeiro momento, e deixo todos os derradeiros momentos passarem ao lado.
Afinal, qual é esse derradeiro momento, pelo qual eu anseio? Será quando conquistar algo? Quando finalmente concluir um projeto?
Ou é agora, neste preciso momento?
Será que decidir agora, tem alguma utilidade no futuro? Será que perante tantas mudanças, tantas reviravoltas, não é pouco inteligente tentar prever como e o que irá acontecer?
Hoje, dei uma pequena palestra. Normalmente, quando sei que vou falar em público decido que quando chegar o momento da palestra me vou sentir segura.
Não decido que naquele momento, naquele “agora” me vou sentir segura. Não, penso que no futuro, num momento que ainda não aconteceu e que nem sei se vai acontecer, vou me sentir segura.
Mas hoje tentei fazer diferente. A cada momento que foi passando, que foi antecedendo o derradeiro momento da palestra, senti-me segura porque assim o decidi.
E sabem que mais? No derradeiro momento tudo fez sentido. A segurança estava tão presente como em qualquer outro momento anterior.
Obrigado por este dia rodeado de situações.
Até amanhã!
Ângela Barnabé