Apesar de ter uma grande tendência para “viver” no futuro, pensando no que irá acontecer, tenho notado que a tendência para “viver” o passado também está cá.
Tenho identificado que, para além de pensar naquilo que vou decidir no futuro, critico e julgo as minhas decisões do passado.
Este é um hábito muito saudável, é claro, pois nada é melhor para o meu bem-estar do que criticar aquilo que eu soube fazer no momento. Para além de criticar o presente, se é que eu vivo o presente, é também ótimo para a minha felicidade julgar a forma como agi no passado.
Independentemente daquilo que eu possa saber agora, no passado eu fiz aquilo que achava melhor na altura. Agora, devido a toda a experiência que tenho até hoje, posso ver outras possibilidades, outras formas de agir que poderiam ter alterado todo o resultado.
Mas na altura não tinha esta experiência.
E pensando bem, apenas sou a pessoa que sou hoje devido a todas as decisões que tomei. Umas trouxeram-me bem-estar e alegria; outras trouxeram-me sofrimento.
Se mudasse uma vírgula da minha história de vida, a narrativa ter-se-ia alterado por completo e sabe-se lá onde estaria agora.
Porque a questão é aquilo que eu penso de mim. Será que esta vontade de que as coisas tivessem corrido de uma forma diferente não passa de uma forma de negação a mim mesma?
Porque se eu sei que o meu trajeto fez de mim o que sou hoje, e se eu quero alterar o meu trajeto, significa que eu quero alterar quem sou hoje.
Não se trata de uma mudança saudável, de uma evolução natural, trata-se de negar quem eu sou, em quem me tornei.
A chave para este problema é simples: confiança e autoaceitação!
Obrigado por este dia rodeado de “presentes”!
Até amanhã!
Ângela Barnabé