Desde que entrei na adolescência que criei uma relação não muito saudável com o meu corpo. Sabendo eu hoje que a minha mente interfere com a minha realidade física, consigo ver o porquê de isso acontecer.
O meu corpo era o meu inimigo e ele estava entre mim e o bem-estar que eu iria sentir quando a imagem que estava no espelho fosse aquela que eu queria ver.
Não posso dizer que me foi passado directamente um conceito de beleza, mas eu impus a mim mesma uma imagem que tinha de alcançar para ser bonita.
A minha baixa autoestima punha-me numa posição inferior a toda a gente e não conseguia sentir-me bem com aquilo que eu era.
O meu corpo foi-me dando sinais que a minha conduta não era muito boa para mim, mas eu suprimi essa mensagem, ficando cada vez mais frustrada por tudo o que ia acontecendo na minha vida.
Hoje sinto que tenho uma postura diferente. Cada vez que tenho um sintoma físico sei que é um sinal que algo não está bem. Existe culpa, medo, resistência…; tudo causado por conceitos obsoletos que eu tenho em relação à vida.
A relação com o meu corpo está diferente. Quando me olho no espelho, não procuro a beleza nos traços físicos que se aproximam de um padrão de beleza.
Procuro um sorriso, uma luz no olhar que mostra que eu me sinto bem comigo mesma e com a vida.
Procuro o entusiasmo por cada segundo novo, repleto de novas possibilidades.
Por muito cliché que isto possa parecer, só quando me sinto bonita por dentro é que posso ver essa beleza por fora.
Quando não me sinto bem comigo mesma, posso fazer mil e uma coisas fisicamente, que nunca encontro aquela “chama” de bem-estar que procuro.
Estar bem comigo mesma é uma forma (talvez mesmo a única) de garantir que tudo flui bem!
Obrigado!
Ângela Barnabé
Foto original por Luis Villasmil on Unsplash