
Um dia destes li uma frase que dizia mais ou menos isto: a versão de ti que está preparada para lidar com situações do futuro ainda não existe, porque essas situações também não existem ainda.
Isto fez-me refletir na minha (ainda) constante necessidade de querer sentir-me preparada para todos os cenários possíveis e imaginários e para a minha constante inquietação sempre que algo “inesperado” acontece.
A tendência é estar sempre a tentar controlar, a prever, a magicar para que em todos os momentos eu me possa sentir “segura” para lidar com o que está a acontecer. E o resultado qual é? Uma constante insegurança, o nunca estar satisfeita com o que consigo fazer e principalmente o sentir que não consigo usufruir de tudo aquilo que consigo alcançar.
Se eu tivesse uma conversa com o meu “eu” de há 5 anos, ou mesmo de há um ano atrás e enumerasse todas as situações com as quais tive que lidar durante este período, provavelmente a “Ângela” do passado entraria em pânico. E com razão, pois nessa altura eu não tinha tudo aquilo que precisava para lidar com o que lidei.
Mas com cada dia e com tudo aquilo que vou fazendo, vou construindo todas as ferramentas que preciso para “abarcar” situações cada vez maiores, projetos cada vez mais complexos e para reciclar aspetos em mim que me permitem ser uma pessoa melhor.
Muitas vezes questiono o porquê de tanta ansiedade, quando eu sei que no final tudo corre bem… Porquê tanta inquietação e controlo, quando as coisas acontecem como têm de acontecer e o melhor que posso fazer é deixar fluir e, em cada momento, decidir consoante o que me é apresentado, o que pretendo fazer.
Talvez, daqui a algum tempo, revisitarei este texto e verei que a versão de mim mesma que já consegue uma visão diferente da vida é resultado de outras situações, que hoje, ao escrever este artigo, ainda não tive a oportunidade de experienciar.
Até lá, sigo focada em melhorar sempre, nem que seja um pouco, a cada dia que passa.
Ângela Barnabé