Lembro-me que em pequena que dava muita importância à coerência.
E o que era para mim coerência? Aquilo que dizia, sentia e pensava estavam em harmonia.
Por vezes, quando as figuras que eu considerava autoritárias diziam aquela famosa frase: “Faz o que eu te digo e não faças o que eu faço” sentia-me enganada, pois sentia que havia algo errado naquela postura em relação à vida.
Quando há quatro anos comecei a ver a vida de forma diferente, comecei a mudar diversos conceitos. Pensava então que a mudança estava concluída e comecei a escrever e a falar sobre esses novos conceitos.
Passado algum tempo, voltava a mudar esses conceitos, pois há medida que eu expandia a consciência, via esses mesmos conceitos de uma forma mais ampla. E então, voltava a falar dos novos conceitos.
Mas, daí a algum tempo, a situação voltava a acontecer e eu sentia-me constrangida de falar sobre a nova mudança.
Surgiu então dúvida na minha mente: será que eu estou a ser coerente? Agora digo uma coisa, daqui a pouco outra? Estou a tornar-me num “faz o que eu te digo, não faças o que eu faço?”.
Fiz esta pergunta e a resposta foi simples:
Há medida que mudas, vais permitindo que mais luz entre na tua mente, vendo coisas que antes não vias. Entre o tempo em que a mudança acontece, ages de acordo com os conceitos “vigentes”?
Sim, eu tentava ser coerente com os conceitos adquiridos.
Tinha aí a resposta. A mudança é compatível com a coerência, pois eu agia consoante aquilo que acreditava. E quando mudava aquilo em que acreditava, mudava a forma como agia.
Aí o dilema dissipou-se. Ainda hoje me acontece escrever um texto ou partilhar uma ideia, que tempos depois deixa de estar desatualizada.
“Não há vida sem mudança”, diz António Fernandes.
Como é que ideias de há dez anos atrás podem funcionar hoje, depois de tanta coisa ter mudada?
Abrir a mente e deixar a luz entrar é essencial para uma vida de abundância, prosperidade e amor!
Ângela Barnabé