
Numa sociedade em que somos educados para fugir à vida, em vez de nos deixarmos abraçar por ela, é comum distrairmo-nos facilmente com aquilo que não importa.
Eu falo por experiência; era muito mais fácil encontrar-me num estado de fuga e alienação, do que a apreciar o que me era apresentado e a viver o momento.
Hoje, a minha consciência começa a ser outra, na medida em que presto mais atenção àquilo em que estou focada e em que começo a ver com mais clareza a quantidade de formas que eu criei para não me entregar à vida.
Estar zangada, irritada ou reactiva; sentir-me vítima das circunstâncias e do mundo em que me rodeia; estar eufórica; correr constantemente atrás de objetivos e nunca me sentir satisfeita… Tudo isto são formas de fuga ao presente.
Se na minha realidade existe mais ansiedade que confiança, mais falta que abundância, mais medo do que amor é porque o tempo em que eu poderia estar focada na confiança, na abundância e no amor, foco-me naquilo que não interessa e aquilo que, em última análise, não quero experienciar.
Quanto mais me foco naquilo que realmente importa (viver intensamente o que me é apresentado), mais claramente vejo que tudo aquilo que preciso está sempre ao meu alcance. Seja as situações que me “obrigam” a trabalhar algum conceito já obsoleto; seja as ferramentas que me ajudam a lidar com as situações.
Há que definir aquilo que realmente é importante para mim e se eu quero fazer tudo aquilo que é preciso para criar o que é importante.
Sei que ainda existem muitas “coisinhas” aparentemente insignificantes que continuam dentro de mim a fazer “mossa” e a criar na minha realidade aspetos que não quero voltar a experienciar.
Mas também sei que no momento certo a vida encarregar-se-á de me trazer tudo o que preciso para me libertar daquilo que não interessa.
Basta continuar a focar-me no que realmente importa: VIVER!
Obrigado!
Ângela