Mas ao longo dos anos fui perdendo essa postura.
Foi entrando a ansiedade, o medo de cometer algum erro em público, de ser julgada e comecei a fechar-me.
Passei a jogar pelo seguro e a procurar sempre o conhecido.
A vida passava-me ao lado, com todas as oportunidades de usufruir de todas as maravilhas destinadas a mim.
Fui tomando consciência de tudo aquilo que estava a perder. Para o recuperar teria que largar tudo o que era conhecido, abrir mão da zona de conforto e deixar de jogar pelo seguro.
Comecei aos poucos, após alguma resistência, a aproximar-me de todas as barreiras que tinha construído e fui destruindo aquilo que me protegia do desconhecido.
Pensava que me ia sentir indefesa, que todo o “mal” do mundo ia cair sobre mim e que as coisas iam começar a correr mal.
Mas não foi isso que aconteceu.
Pensava que me estava a proteger, mas estava na verdade a trancar-me com o meu pior inimigo: os meus pensamentos.
Toda aquela imagem que eu tinha do mundo era uma ilusão criada por todos os meus medos. O jogar pelo seguro era na verdade fugir daquilo que eu mais queria: viver.
Os melhores momentos na minha vida foram aqueles em que arrisquei e todo o sofrimento de alguns momentos “arriscados” foi causado pelo facto de pensar em vez de agir, controlar em vez de viver.
Todas as possibilidades estão no mesmo lugar.
Posso escolher o “de sempre” e viver todos os dias o mesmo, sem crescimento, apenas com estagnação, ou então escolher o novo e ter a certeza que irei ter sempre o melhor possível à minha disposição.
É só dar o primeiro passo que a vida encarrega-se do resto.
Obrigado por este dia repleto de vida!
Até amanhã!
Ângela Barnabé