
Normalmente, quando me surgem esse tipo de pensamentos, ao invés de os partilhar, tento resolvê-los eu, batalhando esses pensamentos “negativos” com pensamentos “positivos”. No fundo, enganando-me a mim mesma, achando que assim vou resolver o problema.
Tentar deixar o pensamento ir é possível se não o agarrar, mas depois de agarrado, para mim é muito difícil largá-lo. Parece uma notificação pendente que de vez em quando aparece, incomodando-me até eu não aguentar mais..
Mas, hoje, resolvi fazer diferente. Perante a situação em que me encontro ( o início de um projeto), se quero de facto levar avante esta ideia, não me posso dar ao luxo de contaminar a minha mente com qualquer pensamento.
Então fui partilhar com aqueles que me rodeavam aquilo que estava a pensar e sentir. No fundo, aquele pensamento era uma semente de erva daninha, daquelas que se alimentam das outras plantas e as sugam de toda a vida. E eu ia deixá-la cair no jardim, onde estão agora a germinar as sementes dos meus sonhos.
É “normal”, pelo menos dentro do sistema vigente, ter pensamentos de medo e insegurança. O que não é normal é eu dar-lhes atenção e deixe que eles cresçam.
Não posso impedir que os pensamentos cheguem; nem posso escolher quais deles vêm ter comigo; mas posso escolher não alimentá-los. Posso escolher observá-los e deixá-los ir. Não posso mudar os pensamentos, nem substituí-los, porque tanto um pensamento “negativo” quanto um “positivo” têm a mesma origem, e esta de certeza que não é a intuição.
O racionalizar, ao contrário, do que eu pensava não resolve nada. Pensar dá-nos a impressão que resolvemos um problema, enquanto criamos um ainda maior.
Obrigado por estes desafios que me “obrigam” a crescer.
Até amanhã.
Ângela Barnabé