Durante muito tempo pensei que enganava os outros. Pensei que conseguia esconder a insegurança, o medo e a dúvida. Sempre que alguém me mostrava que conseguia ver para além aquilo que eu queria mostrar eu ficava com medo.
Medo que me “desmascarassem”. Que vissem aquilo que eu realmente era, como se isso fosse algo mau.
Durante muito tempo reprimi muita coisa. No meio de tanta busca pela perfeição, por padrões inatingíveis, era quase impossível conceber o facto de gostarem de mim pelo que eu sou e não pelo que eu aparento ser.
E se alguém desvendasse o que estava por detrás do véu? Será que ainda quereriam ser meus amigos?
Hoje, enquanto escrevia este texto e enquanto falava sobre ele, “caiu-me a ficha”. Eu tinha medo de mostrar quem era porque eu não gostava de mim. Se eu não gostava de mim, como é que os outros poderiam gostar?
Quanto mais tentava ser alguém que não era, menos gostavam de mim ( e pior eu me sentia). E quando alguém me mostrava qualquer ato de afeto eu sentia-me mal porque sabia que aquela pessoa apenas gostava de uma mentira.
Tem sido um grande passo mostrar quem sou realmente. E é incrível ver que quando o faço, recebo ainda mais amor do que poderia imaginar.
Muito mais amor do que aquele que recebia quando fingia ser outra pessoa e mais importante que isso: um amor verdadeiro e incondicional.
Obrigado!
Ângela Barnabé