Fui passear em Lisboa, nas zonas com mais movimento. Antes, só de pensar que provavelmente teria que “enfrentar” uma multidão ou que seria obrigada a interagir com situações fora da minha zona de conforto ficava logo ansiosa e arranjava inúmeros motivos para ficar em casa.
Quanto mais me fechei à vida, mais limitada ficou a minha visão e a forma como via o mundo estava repleta de preconceitos baseados no medo na culpa… Via o mundo através de umas lentes bastante escuras e cada vez mais tinha provas daquilo que eu acreditava.
O problema não era o mundo, nem as pessoas. O “problema” era eu.
Quanto mais me focava num mundo perigoso, mais situações via que comprovavam aquilo que eu achava que sabia.
Mas quando comecei a ver o mundo através de outros olhos, tudo se transmutou. Parece que fui transportada para um mundo paralelo e que as mesmas pessoas, os mesmos lugares e as mesmas situações mudaram completamente.
Bastava estar no meio de uma multidão para a minha visão ficar turva. Mas isso não aconteceu.
Vi mais claramente do que poderia imaginar, quando me encontrava rodeada daqueles que outrora eu via como inimigos imprevisíveis, que a qualquer momento me poriam à prova e me fariam sair da minha zona de conforto.
O mundo não é um lugar perigoso.
O perigo é a minha mente que se foca e materializa situações que eu não quero experienciar e que me arrasta para o inferno.
O paraíso está aqui, ao meu alcance em todos os momentos. Basta deixar de pensar e começar a sentir.
Obrigado!
Ângela Barnabé
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