Já escrevi bastante sobre a minha tendência para a resistência e sobre como isso prejudica o desenrolar da minha vida.
É impossível que tudo aconteça da forma que eu quero e por muito que eu ateime, nunca sei o que é o melhor para mim. Posso saber o que quero, mas a forma como aquilo que quero chega até mim não é da minha responsabilidade.
Então para quê resistir?
Tenho notado que fluo muito mais facilmente com a vida, mas ainda sinto, que em determinados momentos, preferia que fosse a minha vontade a acontecer.
Sempre que tentei manipular e controlar para que as coisas acontecessem à minha maneira acabei desiludida porque sabia que aquilo que estava a acontecer não tinha sido fruto da confiança e do fluxo, mas sim de um ato de egoísmo da minha parte.
Quando olho para o meu percurso de vida, consigo identificar momentos em que me apercebi que determinada situação aconteceu no momento perfeito. Consigo identificar a ansiedade que antecedeu o largar e todos aqueles momentos que “perdi” a pensar em todos os cenários possíveis.
Se tudo acontece da melhor forma, para quê resistir ao fluxo e ao processo das coisas?
Quando resisto sinto-me mal, crio mal-estar à minha volta, não tenho aquilo que quero e desperdiço tempo a criar aquilo que não quero, em vez de tomar consciência que se algo acontece é porque é o melhor.
Tudo aquilo que foi fruto da manipulação apenas me trouxe mal-estar e nem sequer esteve próximo àqueles milagrosos momentos em que deixei que tudo acontecesse como tinha que acontecer.
Prazer momentâneo é completamente diferente de felicidade duradoura. O aparente atingir de uma meta através do controlo muitas das vezes nem sequer prazer momentâneo dá. É apenas uma forma de me enganar, achando que é isso que me vai preencher.
É deixar fluir, pois tudo corre sempre da melhor forma.
Obrigado por este dia maravilhoso!
Até amanhã!
Ângela Barnabé
Foto original por Sergei Akulich on Unsplash