Querer pertencer – Reflexões Diárias
O medo tem várias ramificações na minha vida e ultimamente tenho reparado que me limitou de diversas formas.
O medo de ficar sozinha, de não ser aceite, de não gostarem de mim é uma grande prisão. Por um lado não queria ficar sozinha e por outro tinha que modificar aquilo que era para poder fazer parte de um grupo.
Não queria ficar sozinha, mas vivia numa grande solidão. Estava rodeada de pessoas mas nunca tinha aquela sensação de pertencer.
Recorria a máscaras para mascarar aquilo que era, pensando eu que era a única forma de ser amada.
Quanto mais penso na minha conduta ao longo dos anos, mais vejo que quanto mais queria resolver o mal-estar, mais mal-estar criava.
E qual era a fonte desse mal-estar? Era sentir-me mal comigo mesma.
Cada vez que tentava ser a melhor aluna, a melhor filha, a melhor amiga não era para tornar o mundo melhor, mas sim para compensar aquilo que sentia.
Buscava nos outros aquilo que me faltava: amor.
E como podia receber amor se cada vez que ele surgia eu o negava?
Pensava que tinha que ser merecedora do amor, que tinha que me esforçar para o receber e que um dia alguém ia chegar num cavalo branco e me abriria os olhos para o amor que havia no mundo.
Mas essa pessoa tardava a chegar e quanto mais esforçava por encontrá-la mais me afastava do meu objetivo.
Olhando agora para trás vejo que aquilo que tanto buscava estava ali, todo aquele tempo, ao meu alcance.
Bastava permitir que todo aquele amor que buscava me envolvesse. Bastava deixar que ele fluísse.
Obrigado por este dia repleto de amor.
Até amanhã!
Ângela Barnabé