Em setembro de 2017, há mais ou menos 5 anos, escrevi um artigo com este mesmo título, partilhando uma tomada de consciência que tive em relação a este tema. Na altura, apercebi-me que, apesar de pensar que já não procurava a aprovação e o amor dos outros, ainda o fazia e de forma mais frequente do que eu queria admitir.
Hoje, volto novamente a esta reflexão, mas com uma tomada de consciência que considero ainda mais profunda.
Sei que, enquanto que não tiver uma boa autoestima procurarei sempre a aprovação e o amor dos outros e que estarei sempre na busca de algo exterior que me preencha e que só poderei encontrar dentro de mim.
Portanto, sei que o caminho para não me preocupar se gostam de mim ou não, é o caminho da construção de uma boa autoestima, de uma boa relação comigo mesma.
E o que tomei consciência nestes dias é que o facto de alguém gostar ou não de mim não depende de mim, mas sim da outra pessoa. Por muito que eu tente agradar, por muito que eu procure fazer que gostem de mim, isso não está nas minhas mãos.
Então porque é que me hei-de preocupar se gostam ou não de mim? Não seria muito mais fácil procurar gostar de mim mesma e permitir-me viver em harmonia com o que me rodeia e deixar que quem gosta de mim, construa uma relação genuína comigo e que quem não goste de mim tenha o direito de o fazer?
É um bocado irrealista querer que toda a gente goste de mim quando eu própria não gosto de toda a gente. Há pessoas com as quais eu me conecto mais facilmente e há outras que simplesmente não estão na mesma vibração que eu. Isso não significa que eu não respeite ou aceite as pessoas das quais não gosto, e que quem não goste de mim não me respeite.
Esta tomada de consciência foi algo bastante libertador e desde que a tive, pude ver a forma como me relaciono com os outros de uma perspetiva diferente.
Porque é que estou a perder tempo a pensar se gostam de mim se tenho algo mais pertinente em mãos: o amar-me e aceitar-me tal como sou?
Hoje começou um ciclo de 365 dias. São 365 dias onde poderei escolher aquilo que quero e onde terei a oportunidade de criar a minha realidade em todos os momentos.
Para 2022 tenho três objetivos principais:
– Confiar no processo e fluxo da vida: posso ter tudo aquilo que quero, posso estar rodeada de tudo o que preciso, mas se não confiar no processo e fluxo da vida nunca poderei estar verdadeiramente realizada. Se não confiar, estará sempre presente a tendência para controlar, estará sempre presente a dúvida. Quando confio, sei que existe uma inteligência divina que tudo gere e que tudo, mas mesmo tudo acontece no momento perfeito, no sítio perfeito da maneira perfeita.
Portanto, para não querer por a “carroça à frente dos bois”, confiar tem que estar como prioridade em todos os momentos. Sempre que um pensamento de dúvida, de controlo ou de medo surgir, o que farei é afirmar “EU CONFIO NO PROCESSO E FLUXO DA VIDA!”.
– Trabalhar na autoestima: sem me sentir bem comigo mesma, nada poderá fluir. Seja na área social, financeira, profissional, o que dita como as coisas irão funcionar é a forma como eu me sinto. Portanto, se quero melhorar todas as áreas da minha vida a única maneira possível é trabalhar a minha autoestima. Transcrevendo uma frase do meu Mentor António Fernandes, “ temos que dar a nós mesmos aquilo que queremos que os outros nos deem.”. Esse é um dos meus objetivos para 2022. Criar uma relação repleta de amor comigo mesma, dando a mim mesma aquilo que gostaria que os outros me dessem.
– Dar a conhecer o Aconselhamento Online para Jovens: o ano passado criei um serviço, o Aconselhamento Online para Jovens, que tem como objetivo é proporcionar algo que foi fundamental no meu processo de mudança: alguém que me desse linhas de orientação, baseadas na sua experiência para que eu pudesse tomar decisões de forma informada, livre e segura. Portanto, ao longo de 2022 tenho como objetivo divulgar esse serviço e ter a oportunidade de ajudar outros jovens com a minha experiência ao longo desta caminhada de 8 anos de constante mudança.
2022 é o melhor ano da minha vida e será um ano de grandes realizações!
Abril tem sido sempre um mês de grandes mudanças e este ano posso dizer que foi um mês em circunstâncias que nunca antes vivi. Deixo aqui três das muitas lições que os 30 dias de Abril me trouxeram através de todas as situações únicas que me foram apresentadas.
É muito importante amar-me: tenho uma grande tendência para o perfeccionismo e isso leva-me a ser muito dura comigo mesma. Em diversos momentos questiono-me se estou a fazer um bom trabalho e crio padrões altíssimos a cumprir. Isto é resultado de uma baixa auto-estima, portanto uma das lições deste mês é mais uma vez a importância de me amar.
É a fazer que se cresce: hoje tudo aquilo que me é natural fazer é resultado de toda a prática adquirida com o ir fazendo. É fazendo e pondo em prática aquilo que vou aprendendo que cresço em todas as áreas da minha vida. Seja na cozinha, seja na escrita ou mesmo a nível emocional, só o pôr ação é que me dá experiência e que permite o meu crescimento. Muitas vezes, talvez devido ao perfecionismo, quero saber fazer bem à primeira, sem passar por todo o processo e começa o ciclo de ser dura comigo mesma ( e tenho que me relembrar da lição acima).
Cada um tem o seu percurso: é uma estupidez tecer julgamentos e achar que os outros deviam viver uma vida diferente; cada um tem o seu percurso. Quando observo a vida de alguém e as suas escolhas devo sempre colocar uma postura de amor, que tanto ajuda o outro a crescer ao seu ritmo, como me ajuda a mim, pois já não caio no erro de julgar e pensar que eu é que sei qual a maneira certa de viver.
O conceito de “beleza” está por todo o lado. Fala-se de beleza, trabalha-se para ficar mais belo, mudam-se e ajustam-se os corpos para se puder fazer parte de um padrão.
Ultimamente tenho refletido bastante sobre autoestima,
porque é ela a base de uma vida plena e de uma boa relação comigo mesma, com os
outros e com o mundo.
Dito isto, na maioria das vezes a autoestima está ligada a
aparência, no sentido em que muitas vezes ouvi afirmar ( e até eu própria
afirmei) que olharmo-nos ao espelho e gostarmos do que vemos é sinónimo de uma
boa autoestima.
Mas será que em todos os casos isto é verdade?
Nem sempre, quando me olhei ao espelho e gostei do que vi,
me senti bem comigo mesma. Em muitas dessas ocasiões o julgamento e a crítica
estavam presentes, talvez um pouco mais disfarçadas pelo facto da a minha
aparência corresponder a um padrão que eu me tinha imposto.
Beleza e aparência são coisas diferentes, apesar de na minha mente significarem a mesma coisa durante muito tempo.
A aparência é algo que cuidamos exteriormente e que se pode refletir naquilo que vemos quando olhamos ao espelho. É algo que pode ser mudado apenas por ações no exterior.
A beleza é algo que vem do interior e que se pode refletir em todos os aspetos da nossa vida: seja a forma como nos vemos, como nos veem e como nos sentimos; no fundo aquilo que emanamos.
Esta beleza vem de uma boa autoestima. Quando me sinto bem comigo mesma, quando me sinto a vibrar por aquilo que sou, irradio tudo o que é belo para o exterior.
Quando me sinto mal comigo mesma e as ações que tenho são
para alterar o resultado em vez da causa, não posso irradiar beleza e só
irradiarei mal-estar, criando cada vez “piores” resultados.
Enquanto existir uma parte de mim que eu não ame incondicionalmente,
existirá sempre uma lacuna. Posso tentar adiar ou disfarçar, mas mais cedo ou
mais tarde terei que trabalhar esse aspeto.
A aparência é a coisa que menos importa quando me sinto bem comigo mesma ( e nada é o que parece). A beleza é algo que é irradiado naturalmente quando me sinto bem. Uma boa autoestima é tudo aquilo em que me tenho que focar.
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