Julho foi o mês em que comemorei uma data muito especial: os 7 anos do meu processo de mudança. Foi um mês muito rico em aprendizagens e destaco três das imensas lições que estes 31 dias me trouxeram.
Quanto mais controlo mais boicoto: tenho visto a questão do controlar como tentar tapar-me com um cobertor demasiado curto. Quanto mais puxo para um lado, mais destapo do outro. Ao invés disso tenho que ir buscar um cobertor que me tape completamente. O que é que eu quero dizer com tudo isto? Controlar é tentar usar as possibilidades limitadas que consigo conceber e achar que sei o que é melhor; isto vai fazer com que eu boicote aquilo que é o melhor para mim e acabe no total descontrolo. A melhor solução é confiar na vida e saber que tudo aquilo que preciso vem ter comigo no momento certo.
Tenho que ser coerente com o que quero viver: ao longo da minha vida e principalmente nos últimos 7 anos tenho vindo a tomar decisões que, apesar de irem um pouco “contra” aquilo que é suposto e até “contra” aquilo que eu me fui preparando para viver, estavam e estão em coerência com aquilo que eu quero viver. De uma coisa tenho a certeza, todas as decisões foram tomadas com coerência, nunca como renúncias a algo e a cada ano que passa vejo mais a perfeição da vida para aquilo que ela me encaminhou ( e encaminha).
Somos todos um: quanto mais observo os conceitos que existem sobre relacionamentos, família e amor, mais vejo o quão limitantes foram as estruturas que eu assumi como verdades para a minha vida e o quanto tudo isso me foi separando dos outros e de mim mesma. Sempre ouvi que devia “fazer ao outro o que quero que me façam a mim”. Então, significa que tenho que ver os que me rodeiam como seres a passar pelo seu processo e a trilharem o seu caminho, sem julgamentos e apenas com aceitação, sem distinguir ligações de “sangue”, nem preferências. Para isso o primeiro passo deve ser comportar-me em relação a mim mesma dessa maneira, deixando de me julgar e aceitando-me apenas, pois só assim o poderei fazer aos outros. Só posso dar aquilo que tenho!
Um dos objetivos que eu tenho colocado para o meu dia-a-dia é sentir-me bem comigo mesma e estar atenta àquilo que vou fazendo. Tenho prestado atenção ao que me move diariamente e tenho ficado bastante surpreendida.
O que é que me vai motivando para agir? É o que é suposto ou é o prazer de fazer as coisas?
Como é que eu me sinto em relação ao meu corpo? Estou-lhe grata pelas funções que ele desempenha ou considero-o um inimigo?
Como são as minhas relações com os outros? Aceito aqueles que me rodeiam ou procuro a sua aprovação constantemente?
Isto são perguntas que me ajudam a medir o estado em que me
encontro e que me ajudam principalmente a tomar consciência do quão adormecida eu
estou.
Muitas vezes dava a desculpa que ao longo do tempo fui assumindo comportamentos e que era automático reagir desta e daquela maneira. Isso tirava de cima de mim a responsabilidade de agir como agia e também a responsabilidade de mudar.
Mas depressa cheguei à conclusão que eu sou sempre
responsável pela maneira como ajo e que por isso posso mudar, quando tomar essa
decisão. Aliás, se algum comportamento me impede de viver de maneira plena é
mesmo da minha responsabilidade operar uma mudança para reverter a situação.
Existem muitos momentos (mas menos no que antes) em que ainda reajo às situações. Existem momentos em que penso na estupidez que é resistir, mas depressa me apercebo que é tudo parte de uma aprendizagem e que se aquilo que me move for o crescimento constante, não há como não ser levada para algo cada vez melhor.
Uma mesma decisão pode levar-me a caminhos bem diferentes. Pode levar-me a criar algo que contribui para o meu bem-estar ou pode, pelo contrário, levar-me a um caminho de sofrimento.
O que é que motiva esta decisão? – é uma pergunta que eu faço a mim mesma muitas vezes. É o que os outros pensam? São os preconceitos em relação à vida?
Muitas vezes, não sabendo o que realmente o que queria, justifiquei as minhas ações com o que os outros queriam. Mas a verdade é que eu sempre fui atrás do que eu queria.
Eu queria ser desresponsabilizada e por isso fazia de tudo para passar a responsabilidade para os outros.
Eu queria ser a vítima para poder justificar a minha falta de ação e de decisão e por isso punha-me nessa postura.
Quando quis algo diferente aí as coisas mudaram. A minha postura mudou e tomei consciência da minha responsabilidade.
Aquilo que eu vivo hoje é criação minha e se eu verdadeiramente quero algo diferente basta mudar.
Mas mais do que querer é necessário fazer o que é preciso, quando é preciso. É preciso confiar e saber que tudo acontece da melhor maneira possível, sempre.
O tema das decisões é algo sobre o qual eu escrevo muito, mas quanto mais escrevo e reflito, mais expando a minha consciência e mais coisas tenho a partilhar.
Sempre me considerei uma pessoa bastante indecisa, e a minha dificuldade em decidir partia do medo de tomar decisões erradas.
Esta postura é “errada” em vários sentidos. Primeiro, não existem decisões certas nem erradas; existem decisões. Em cada momento e perante uma situação eu faço sempre o melhor que sei e posso.
Claro que o medo de errar cria a dúvida e essa dúvida cria exatamente aquilo que eu não quero. Se eu decido algo com base no medo e na dúvida se estou a fazer o correto, o mais certo é que o resultado vai estar influenciado por aquilo que eu estou a sentir.
Mas se eu tomar uma decisão segura e confiante que aquilo que eu decidir me vai sempre trazer o que é melhor porque eu confio na vida, tenho a certeza que é isso mesmo que vai acontecer.
As coisas não caem do céu; se algo acontece na minha vida eu sou 100% responsável. Eu criei aquilo na minha realidade.
Há uma decisão a tomar em todos os momentos que de certeza me irá levar sempre ao melhor resultado possível: decidir estar bem, independentemente do que possa estar a acontecer.
Sempre me senti facilmente influenciável (apesar de ser bastante teimosa). Talvez pela minha baixa-autoestima e pela constante necessidade de agradar aos outros, deixava que aquilo que os outros pensavam influenciar a maneira como me sentia.
Bastava alguém demonstrar desagrado por alguma decisão que eu tomei ou que ia tomar para eu me sentir insegura relativamente à forma como ia agir.
Hoje ainda existe uma parte de mim que se comporta dessa maneira. Uma parte insegura, que em vez de seguir a sua “vontade”, se rege pelo que os outros querem, para que possam gostar de mim.
É importante interagir com as pessoas e ver as coisas de outras perspectivas, porque, às vezes, estou tão envolta em pensamentos e pré-conceitos, que acabo por ter a visão toldada e não consigo ver nenhuma solução para uma situação.
Mas, independentemente da base que me leva a decidir algo, devo sempre sentir-me segura com aquilo que escolho. Porque mesmo que possa haver algo melhor que eu não esteja a ver, se me sentir bem com aquilo que decido fazer irei sempre ser encaminhada para algo ainda melhor.
Se me sentir insegura e duvidar irei sempre depender dos outros e andarei sempre ao sabor dos ventos, nunca sentindo que estou a fazer a “coisa certa”.
Resumindo: não há problema em pedir sugestões a outras pessoas e segui-las sem duvidar; o problema é quando eu duvido de mim mesma e das minhas decisões.
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