O desapego e o largar – 276 de 365
Uma das coisas que tem sido mais difícil para mim trabalhar é o desapego. Como se costuma dizer “ou se aprende a bem ou se aprende a mal” e a última opção tem ocorrido na minha vida.
(Quando falo em aprender a mal refiro-me ao ter que aprender passando a experiência de uma forma mais dolorosa, porque resisto aos acontecimentos. Podia aprender trabalhando as situações assim que me apercebo delas, mas vou adiando e quando chega a altura acabo por entrar em negação.)
Enquanto estiver apegada a alguma coisa, estou a viver um sentimento de posse. Ora, se existe posse não existe confiança e o medo de perder está sempre presente.
O segredo é usufruir e valorizar tudo aquilo que tenho e quando chega o momento de isso desaparecer na minha vida deixar ir.
Sim, porque nada exterior é eterno: as pessoas e as coisas vão e vêm. O que fica são os momentos usufruídos e vividos.
Quando tenho consciência disso, posso viver os momentos. Mas quando quero ter as coisas para mim com medo de perder, acabo por não usufruir e por criar uma situação de perda.
Se algo saiu da minha vida é porque outro melhor me espera. Não sei o que é mas sei que até hoje nada me faltou e já “perdi” imensas coisas.
O desapego não é só da parte material. Também existe um desapego a nível de crenças, o que por vezes também é um desafio para mim.
Aquilo que resultou no passado pode não resultar agora. Aquilo que vivi no passado pode não fazer sentido no momento presente.
Cada vez que eu me apego a algo, adio uma mudança e crio uma resistência à vida. Cada vez que largo permito uma mudança e abro portas para algo melhor acontecer.
Obrigado!
Ângela Barnabé