Dou por mim muitas vezes a pensar na forma como as coisas acontecerão no futuro. Será que tudo se irá desenrolar da maneira que eu espero e que consigo conceber, ou será que serei surpreendida pela vida, como acontece na maioria das vezes?
A verdade é que eu
tenho uma visão bastante limitada da realidade. Todos os conceitos aos quais eu
ainda me agarro não me permitem ver todas as possibilidades e aquelas que me
permite ver acabam por estar toldadas por julgamentos.
Pensar na forma como as coisas acontecem não é muito inteligente, porque tudo acontece sempre da melhor maneira.
É muito mais
importante pôr ação e procurar sentir-me bem em todos os momentos. Ao pensar em
algo, ao conceber uma possibilidade, eu estou a trazer isso mesmo para a minha
realidade.
Sendo que a minha visão é limitada, por muito boa que seja a minha intenção e por muito bom que seja o resultado que eu imagino, nunca terei a certeza que as coisas correrão da melhor maneira possível.
O tempo que perco
a pensar o futuro posso usá-lo para criar coisas no presente. Posso usá-lo a
apreciar as bênçãos que tenho disponíveis, a valorizar cada acontecimento.
Em vez de escolher reagir ao que está a acontecer porque os resultados não se enquadram naquilo que imaginei, posso escolher agir consoante aquilo que está a acontecer no momento e confiar que tudo aquilo que eu preciso vem ter comigo, no momento certo.
Quando comecei o meu processo de mudança e quando vi que tinha tantas crenças para libertar, fiquei bastante assustada, pois achei que só quando as libertasse todas é que poderia ver mudanças acontecerem.
Pensava muitas vezes no passado e ficava muitas vezes focada no que tinha acontecido e na necessidade de ver as coisas que aconteceram de forma diferente.
Ficava também preocupada com aquilo que ainda ia ter que fazer no futuro. Será que iria conseguir efetuar todas as mudanças que tinha que fazer?
Ultimamente tenho pensado em quanto esse comportamento é destrutivo.
Para que haja mudança não há que estar a remexer nem viver no passado e muito menos a pensar no que poderá acontecer no futuro.
Tenho que viver o presente, e através daquilo que eu aprendi com aquilo que fui vivendo, decidir de acordo com aquilo que faz mais sentido.
Não libertar o passado ou viver aquilo que ainda não existe é uma forma de impedir a mudança e de não viver.
Não é focada naquilo que devia ter feito ou nas crenças limitantes que criei que vou mudar alguma coisa hoje.
É agora, neste momento, que posso escolher fazer diferente.
Só existe um momento para mudar. Esse momento é agora!
A minha perspectiva de futuro enquanto adolescente não era a melhor. Por muito que eu me tentasse apaixonar pela ideia de estudar, trabalhar, casar e ter filhos como uma vida de sonho, a verdade é que isso não me convencia.
Havia na minha mente uma chama que gritava por algo mais. Algo com mais sentido, mais significado, que me levasse a algo satisfatório.
É claro que não há nada de mal em querer estudar, casar, ter filhos, mas a ideia de que isso me trazia felicidade não era muito fiável. Bastava olhar para os adultos que me rodeavam para ver que algo não estava a correr bem.
Comecei então a projetar um outro futuro, com mais sonhos, mais sentido. Mas ao longo deste tempo tenho tomado consciência de algo.
Mais importante que projetar aquilo que quero viver no futuro, tenho que aprender a viver e a usufruir do presente. Os objetivos são importantes como linhas de orientação, mas se eu não vibrar de alegria com os pequenos momentos do dia-a-dia, não poderei realmente vibrar com grandes momentos.
Inúmeros mestres da nossa história disseram que para termos um bom amanhã temos que cultivar um bom hoje.
Por isso, e segundo aquilo que tenho experienciado, a melhor forma de garantir um futuro risonho é fazer com que cada momento do dia de hoje seja o melhor da minha vida.
Cada vez mais tomo consciência da importância de apreciar a viagem que é a vida. Por muito que eu possa pensar que é o resultado final que interessa, a verdade é o percurso acaba por ser o mais importante.
O destino final apenas serve para me pôr em movimento.
Quantas coisas descobri sobre mim enquanto me dirigia a um objetivo? Quantos medos eu trabalhei ao colocar ação? Quantos objetivos maiores e melhores criei ao ir atrás daquilo que eu queria?
Apenas posso sentir satisfação no final quando conseguir apreciar o desenrolar dos acontecimentos. Quando conseguir apreciar o momento presente e tudo o que isso me traz.
Entrei muitas vezes em ansiedade por “viver” aquilo que ainda não aconteceu e em culpa por reviver aquilo que já passou.
O que aconteceu faz parte do meu trajeto e posso escolher ver isso numa nova perspectiva, numa nova luz, de forma a usar isso para o meu crescimento.
O que irá acontecer não posso prever, controlar ou manipular, mas posso estar bem hoje, agora, neste preciso momento, para crescer sempre e desta forma poder tomar decisões mais conscientes, no futuro, quando as tiver que tomar.
Muitas vezes oiço que temos que viver como se não houvesse amanhã e a verdade é que eu não sei se haverá.
Sei que este momento existe, porque eu estou a vivê-lo. Sei que o ontem existiu, mas não sei se o amanhã acontecerá.
A forma que eu tenho de garantir que estou a viver, a usufruir e a apreciar do momento é estando bem com a vida, comigo mesma e com o mundo.
Nos últimos dias escrevi sobre como o facto de estar presente muda todo o processo de criação e como o não estar presente pode boicotar todos os resultados.
Apesar de ter uma grande tendência para “viver” no futuro, pensando no que irá acontecer, tenho notado que a tendência para “viver” o passado também está cá.
Tenho identificado que, para além de pensar naquilo que vou decidir no futuro, critico e julgo as minhas decisões do passado.
Este é um hábito muito saudável, é claro, pois nada é melhor para o meu bem-estar do que criticar aquilo que eu soube fazer no momento. Para além de criticar o presente, se é que eu vivo o presente, é também ótimo para a minha felicidade julgar a forma como agi no passado.
Independentemente daquilo que eu possa saber agora, no passado eu fiz aquilo que achava melhor na altura. Agora, devido a toda a experiência que tenho até hoje, posso ver outras possibilidades, outras formas de agir que poderiam ter alterado todo o resultado.
Mas na altura não tinha esta experiência.
E pensando bem, apenas sou a pessoa que sou hoje devido a todas as decisões que tomei. Umas trouxeram-me bem-estar e alegria; outras trouxeram-me sofrimento.
Se mudasse uma vírgula da minha história de vida, a narrativa ter-se-ia alterado por completo e sabe-se lá onde estaria agora.
Porque a questão é aquilo que eu penso de mim. Será que esta vontade de que as coisas tivessem corrido de uma forma diferente não passa de uma forma de negação a mim mesma?
Porque se eu sei que o meu trajeto fez de mim o que sou hoje, e se eu quero alterar o meu trajeto, significa que eu quero alterar quem sou hoje.
Não se trata de uma mudança saudável, de uma evolução natural, trata-se de negar quem eu sou, em quem me tornei.
A chave para este problema é simples: confiança e autoaceitação!
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