Queria que gostassem de mim… – 38 de 365
A minha autoestima foi algo que desde há algum tempo é um “problema”. Lembro-me de ser uma criança confiante e segura, mas em algum momento isso transformou-se no contrário.
É claro que o período da minha vida em que me sentia mal comigo mesma foi um período de grande aprendizagem e de evolução. Mas, não é normal não gostar de mim.
Queria receber o amor dos outros, queria que gostassem de mim…
Perseguia uma ideia de que tinha que agradar ao máximo de pessoas possível, pois isso seria um grande contribuidor para o meu bem-estar.
Esqueci-me que a única pessoa que eu devia querer agradar era a mim mesma.
Qualquer ação que tenha como base a procura de aprovação e de valorização apenas vai criar mais do mesmo.
É estúpido ir buscar o meu bem-estar àquilo que os outros pensam ou querem de mim e é completamente destrutivo querer corresponder à imagem que os outros sonham de mim.
Aliás, tentar impingir uma imagem noutra pessoa também é completamente surreal.
A vida é uma mentira se eu não for aquilo que eu realmente sou. Todos os traços, todas as características que fazem parte de mim merecem ser reconhecidas e muitas delas, com o passar do tempo precisam de ser recicladas.
Qualquer mudança que faça deve ter como base o meu bem-estar e deve partir de mim, numa postura de aceitação e de gratidão daquilo que sou neste momento e daquilo que vivi até hoje.
Eu queria que gostassem de mim… Mas o importante é que eu goste de mim, pois só assim saberei que estou a agir com base no amor e com o real intuito de ser uma pessoa melhor.
Ângela Barnabé
Foto original por sergee bee on Unsplash