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Queria que gostassem de mim… – 38 de 365

queria que gostassem de mim

A minha autoestima foi algo que desde há algum tempo é um “problema”. Lembro-me de ser uma criança confiante e segura, mas em algum momento isso transformou-se no contrário.

É claro que o período da minha vida em que me sentia mal comigo mesma foi um período de grande aprendizagem e de evolução. Mas, não é normal não gostar de mim.

Queria receber o amor dos outros, queria que gostassem de mim…

Perseguia uma ideia de que tinha que agradar ao máximo de pessoas possível, pois isso seria um grande contribuidor para o meu bem-estar.

Esqueci-me que a única pessoa que eu devia querer agradar era a mim mesma.

 Qualquer ação que tenha como base a procura de aprovação e de valorização apenas vai criar mais do mesmo.

É estúpido ir buscar o meu bem-estar àquilo que os outros pensam ou querem de mim e é completamente destrutivo querer corresponder à imagem que os outros sonham de mim.

Aliás, tentar impingir uma imagem noutra pessoa também é completamente surreal.

A vida é uma mentira se eu não for aquilo que eu realmente sou. Todos os traços, todas as características que fazem parte de mim merecem ser reconhecidas e muitas delas, com o passar do tempo precisam de ser recicladas.

Qualquer mudança que faça deve ter como base o meu bem-estar e deve partir de mim, numa postura de aceitação e de gratidão daquilo que sou neste momento e daquilo que vivi até hoje.

Eu queria que gostassem de mim… Mas o importante é que eu goste de mim, pois só assim saberei que estou a agir com base no amor e com o real intuito de ser uma pessoa melhor.

Ângela Barnabé 

Foto original por sergee bee on Unsplash

Onde está o amor incondicional? – Reflexões Diárias

Sei que já escrevi uma reflexão com o tema “E se não gostarem de mim?”, mas hoje, após uma situação que mexeu um pouco comigo, decidi partilhar mais um pouco sobre isto.

Recordo-me de, em pequena, sentir-me completa apenas quando sentia que as pessoas tinham orgulho em mim. Então, transformava-me naquilo que as pessoas queriam que eu fosse, para poder receber mais amor, ou melhor, aquilo que eu pensava que era amor.

No fundo, achava que o amor que eu recebia era proporcional ao facto de eu preencher as expectativas que os outros tinham de mim. Quanto mais parecida fosse àquilo que os outros esperavam de mim, mais amor eles me davam.

Como já se devem ter apercebido, isso só me trouxe mal-estar, pois criei mecanismos para recolher informação sobre o que os outros gostavam e adaptar isso à minha forma de ser.

Isto sempre foi e ainda é uma grande prisão, porque se chega a um ponto em que não se sabe bem quem realmente somos e aquilo que fomos acrescentando para que os outros gostassem de nós.

Hoje senti aquilo que sentia no passado. O amor que tanto buscava na valorização dos outros, foi visto com uma outra luz. Ali estava o amor condicional, aquele que eu achava que era o verdadeiro amor.

Como é que algo pode ser verdadeiro e sincero se é medido com base em condições impostas? Ou mesmo se é medido? Como que é que algo pode ser verdadeiro se depende de uma lista de itens a preencher?

Quando afirmo “Se eu fosse assim, aí ia gostar de mim.”, que tipo de gostar é esse? Não é com certeza amor incondicional.

Que tipo de sentimento é esse, que se diz tão nobre, e que é baseado em caprichos egoístas?

Como podemos encher a boca de amor se esse amor vem impregnado com a condição de que as coisas corram como eu quero?

O amor condicional prende, sufoca e envenena. O amor incondicional, o verdadeiro, liberta, permite o crescimento e alimenta aquilo que a pessoa realmente é e não aquilo que dizem querer que ela seja.

Obrigado por este dia repleto de amor!

Até amanhã!

Ângela Barnabé 

E se não gostarem de mim? – Reflexões Diárias

gostar

Domingo é dia de ir lá para fora, para o jardim. É um dia para quebrar a rotina de estar no computador o dia inteiro e usufruir um bocadinho do exterior.

Enquanto tomávamos o pequeno-almoço, surgiu a conversa de querermos que os outros gostem de nós.

Isso fez-me refletir um pouco na minha conduta e relembrar algumas coisas que já tinha tomado consciência há algum tempo.

Sempre tentei alterar a minha forma de ser para que os outros gostassem de mim. Para pertencer a um certo grupo; para agradar aos meus pais, criei uma estratégia para me lembrar do que as pessoas gostavam, daquilo que elas me diziam, para assim estabelecer uma ponte e para que as pessoas gostassem de mim.

Em vez de começar pelo que era importante: gostar de mim; mendigava amor daqueles que me rodeavam, sentindo-me cada vez mais vazia, nunca sabendo se o amor que me era dado era verdadeiro ou se era porque eu correspondia às expectativas de cada pessoa.

Ouvimos por todo o lado proclamar-se o amor, um amor condicional e é disso que eu andava à procura e era isso que eu fazia aos outros.

Mas hoje, isto mexeu bastante comigo, porque ainda me vejo a fazer o que fazia antes. Tentar ser algo que não sou, para que gostem de mim.

Não é tão frequente quanto antes, mas por vezes ainda me sinto aquele ser que se sente vazio, fora da vida.

Não foi fácil escrever este texto, talvez porque quero fazer passar a imagem que já gosto de mim, para que gostem de mim (rsrsrsr).

Às vezes penso: se pudesse escolher amava-me incondicionalmente! O engraçado é que eu posso escolher isso. Não me julgar nem criticar-me; aceitar-me como sou; aceitar o meu trajeto de vida… Tudo isso é amor incondicional.

Nem nos meus melhores sonhos poderia imaginar sentir-me tão bem como me sinto hoje. Isso não significa que já atingi a plenitude e que retirei todo o lixo que fui deitando cá para dentro.

Significa que todos os dias me sinto cada vez melhor. Falar destas coisas que me incomodam faz milagres para que eu posso transformá-las em coisas que contribuem para o meu bem-estar.

Obrigado!

Ângela Barnabé

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