Ontem, durante a tarde, tomei consciência de uma coisa: dou por mim mais vezes focada naquilo que aparentemente me “falta” do que em gratidão àquilo que tenho. E isso levou-me a duas conclusões.
Aquilo que eu considero que me falta não é mais do que uma ilusão. Sempre que eu acho que me falta algo, é porque estou a tentar preencher um vazio interior, que só será preenchido, não quando alcançar aquilo que considero em falta, mas sim quando valorizar aquilo que tenho e tiver uma relação plena de amor comigo mesma.
Se eu me sentir bem, estarei sempre em gratidão e aceitação àquilo que acontece. Estarei focada nas bênçãos que me são trazidas e não quererei que as coisas aconteçam à minha maneira.
Portanto, a única coisa que realmente me falta é confiar na vida.
Estar em gratidão é sem dúvida a melhor forma de usufruir de tudo aquilo que a vida me apresenta. Agradecer aquilo que tenho, agradecer o percurso que me trouxe até aqui, agradecer aquilo que virá; são tantos motivos para estar grata.
É fácil saber se estou em estado de graça; basta ficar atenta àquilo que sinto e à minha forma de agir em relação aos acontecimentos. Se aceito o que está a acontecer e deixo tudo fluir estou em gratidão. Se resisto e quero as coisas à minha maneira a gratidão está bem longe de mim.
É mais fácil agradecer do que reclamar, da mesma maneira que é bem mais fácil estar bem do que estar mal. É uma questão de escolha e só eu posso fazer essa escolha.
Muitas vezes justifiquei a minha falta de gratidão pelo facto de agir automaticamente; tinha agido assim durante tanto tempo que agora a tendência seria sempre a ingratidão. Mas a verdade é que mesmo com uma tendência ainda presente, eu posso definir o que é mais importante e prioritário na minha vida.
Se a minha primeira reação é reclamar ou resistir, eu posso mudar e fazer com que a ação seguinte seja a de gratidão. É uma questão de treino.
Se eu justificar constantemente a primeira reação e me deixar levar por ela, será sempre a minha primeira resposta, enquanto que se eu mudar essa reação sempre que me apercebo está a tomar conta de mim, com o tempo a minha tendência será para agradecer em primeiro lugar.
O estado de graça vem do sentir e não do saber. Quando se está em gratidão, quando se sente uma plenitude independentemente do que esteja a acontecer, a vida transforma-se e surgem mais motivos ainda para agradecer.
Ontem comemorei o meu 23º aniversário. Este ano, no meio de tantas coisas novas que têm acontecido, com tanta mudança interior e com tantos planos para este ano que se iniciou há pouco tempo, não dei tanta importância ao dia 28 de janeiro.
Talvez isto tenha acontecido também porque cheguei à
conclusão que não é preciso ter um dia especial para comemorar a minha existência
e que posso, a todos os momentos, sentir-me especial, amada e acarinhada.
Decidi como forma de agradecimento a mais um ano de vida neste planeta e como forma de honrar todas as aprendizagens que aconteceram no melhor ano da minha vida, escrever uma lista de 23 coisas que aprendi nos 23 anos da minha vida.
1 – Tudo acontece no momento certo.
2 – Existem sempre motivos para estar grata.
3 – O amor que eu procuro está dentro de mim, em todos os momentos.
4 – A vida é a minha melhor amiga.
5 – Tudo passa: aquilo que eu mais gosto e aquilo que me é desconfortável.
6 – A entrega à vida é algo tão belo e tão essencial para ser feliz.
7 – A aprendizagem é um processo.
8 – Não faz mal dizer que não se sabe.
9 – Todos temos medos e quanto mais falarmos deles, mais nos libertamos.
10 – Tudo o que acontece tem um propósito.
11 – É tão bom deixar fluir e ver como tudo se encaixa perfeitamente.
12 – Eu sou a maior (e única) boicotadora do meu sucesso.
13 – Quando à noite me deito, devo fazê-lo com um sentimento de realização e de contentamento por tudo o que aconteceu durante o dia.
14 – Sorrir ao longo do dia, mesmo sem motivo aparente, faz toda a diferença (na minha vida e na vida de outras pessoas).
15 – Todos os que me rodeiam são fontes de inspiração.
16 – Uma boa autoestima é a base de tudo o que é bom na minha vida.
17 – Não faz mal admitir insegurança e às vezes é mesmo essencial para me sentir segura.
18 – Todos aqueles que se cruzam no meu caminho têm uma missão a desempenhar na minha vida.
19 – Não tenho o direito de julgar os outros, nem de julgar as situações.
20 – Mesmo quando tudo parece um caos, existe uma harmonia prestes a ser descoberta.
21 – A vida é uma caixinha de surpresas.
22 – A felicidade é possível em todos os momentos.
23 – Existem sempre motivos para celebrar e comemorar.
Agradeço a todas as pessoas que se cruzaram no meu caminho; aquelas que ainda o palmilham comigo e que me permitem crescer a seu lado e também aquelas que já desempenharam a sua missão e que me deixaram uma aprendizagem.
Agradeço à vida pela perfeição com que encaminha cada situação até mim e que mesmo nos momentos em que fui teimosa, em que quis as coisas à minha maneira e que fui atrás de coisas que só me trariam sofrimento, me mostrou um percurso bem mais fácil, amoroso e feliz.
Olhando neste momento para a minha vida, é impossível contar todos os motivos para estar grata. Aliás, uma das principais razões para agradecer é o facto de, neste momento, poder usufruir da vida.
Aquilo em que eu me foco é aquilo que eu crio na minha realidade. Se eu procurar motivos para agradecer, é isso mesmo que eu irei encontrar. Muitas vezes, a tendência é focar-me naquilo que não interessa em vez de olhar para tudo aquilo que posso valorizar.
Mas, mais cedo ou mais tarde, acabo por despertar sempre para a realidade daquilo que se passa ao meu redor.
Neste momento vivo uma vida maravilhosa. Cresço a cada dia que passa, estou rodeada de pessoas maravilhosas e tenho a oportunidade de ser uma pessoa melhor todos os dias.
Todas as complicações que possa ver, todos os “problemas” resultam da minha falta de gratidão e da ausência de confiança no fluxo e processo da vida.
Mesmo não vendo o resultado final das coisas, à medida que elas iam acontecendo, hoje, refletindo acerca do meu percurso de vida, consigo ver que nada poderia ser mais perfeito.
Todos os sentimentos menos agradáveis que eu possa em relação aos acontecimentos são causados por mim e, da mesma forma com que foram criados, podem ser transformados.
A gratidão é algo tão belo e quando é verdadeiramente sentida, torna-se uma bênção para todo o universo.
É fácil agradecer e aceitar quando as coisas correm como eu quero ou como eu espero. Mas é nos momentos em que tudo sai fora daquilo que eu esperava ou quando não posso prever de forma nenhuma o resultado, que posso ver como realmente me sinto.
Eu agradecia os momentos de alegria, mas negava os momentos de tristeza. Aliás, sempre considerei a minha vida dividida nos momentos bons e momentos maus.
Nunca me apercebi que a maravilha das coisas estava fora do meu controlo e que a magia que eu procurava estava no momento em que eu largava.
Eu não queria agradecer tudo, porque havia coisas que eu não gostava, mas o que é que criou aquilo que eu não gostava? E porque é que eu não gostava de determinadas coisas?
Hoje, se observar a minha vida, vejo que se acontece algo que eu não gosto ou é porque eu estou em negação e nada me agrada ou porque ainda alimento pensamentos e crenças obsoletas que acabam por criar determinadas situações na minha realidade.
Se fui eu que criei algo, se é a minha postura que define o resultado final, não é melhor agradecer e aceitar para poder mudar e criar algo diferente?
Estar em gratidão é um estado que permite que as bênçãos fluam e que tudo corra sempre pelo melhor.
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