Viver de aparências – 110 de 365
Desde pequena que via as pessoas a viverem de aparências e máscaras. Fingiam gostar umas das outras e depois criticavam-se; escondiam aquilo que sentiam para não mostrarem fraqueza; viviam na ilusão que tudo estava bem.
Passei muitos momentos de medo, insegurança, dúvida e escondia-os para que não percebessem que eu estava a ser “fraca”. Escondi muitas vezes a minha alegria (ou euforia) para que os outros não estragassem.
Relacionava-me com as pessoas, mas era como se houvesse uma barreira entre mim e o mundo e essa barreira não podia ser atravessada. Essa barreira era tão grande que até me afastava de mim mesma, mergulhando-me numa ilusão.
Não há nada melhor do que deixar cair as máscaras e deixar de fingir. Aliás, para poder sentir realmente a vida tenho que fazer isso mesmo.
Muitas vezes senti que estava a expor-me, por exemplo, ao escrever estas reflexões diárias, onde partilhava aspetos que não gostava em mim. Mas ao fazê-lo deixei de ter algo a esconder. Mostrei quem eu era naquele momento.
Não faz sentido tentar enganar os outros, porque no fundo isso é apenas tentar enganar-me a mim própria.
Se me sinto mal posso mudar esse estado e tenho plena consciência que o caminho para o bem-estar é escolher estar bem, independentemente do que esteja a acontecer.
Fingir sentir algo que não sinto, impede que eu possa sentir aquilo que quero sentir. Tenho que ser verdadeira, honesta para comigo mesma e nesse momento as coisas mudam.
Obrigado!
Ângela Barnabé
Foto original por Tim Foster on Unsplash