Algo que me tenho apercebido nos últimos dias é que eu julgo a Ângela do passado.
Com base na consciência que tenho neste momento, tomo decisões cada vez mais conscientes. Mas no passado, com uma visão menos ampla da realidade, não podia ver aquilo que vejo agora.
Será que julgar aquilo que fiz no passado não é pior do que qualquer decisão que possa ter tomado?
Tudo tem uma ordem perfeita e ainda que eu tenha tomado decisões que me trouxeram sofrimento, pude, num dado momento, resolver essas mesmas situações e aprender tudo o que tinha a aprender com isso.
Mas, neste momento exercer um julgamento é de uma estupidez extrema. É desperdiçar toda a aprendizagem, é mandar fora toda aquela experiência, com base num conceito de certo ou errado, escolhido numa falsa posição de superioridade.
O que é pior: tomar uma decisão com base no melhor que sei e posso, ou julgar aquilo que fiz, achando que poderia ter feito melhor?
Fui muito importante identificar isso, pois a culpa não é uma grande propulsora do crescimento.
Aliás, em vez de julgar poderia aprender com tudo aquilo que fiz no passado, para que a cada momento possa honrar aquilo que fui, o melhor que sabia na altura.
Fui resistente, adiei, fui ingrata e irresponsável. Mas isso tornou-me na pessoa que sou hoje.
E será que hoje aceito quem sou?
Quando tomo decisões faço-o confiante e consciente que faço sempre o melhor, ou duvido da minha capacidade e preparação para lidar com aquilo que a vida me traz?
Até que ponto vai a minha falta de confiança em mim mesma e na vida?
Quando nada me faltou, quando encontrei sempre as pessoas certas, as oportunidades certas, que motivos tenho eu para achar que para tudo ser melhor tudo teria que ser diferente?
Obrigado por este dia, repleto de motivos para ser uma pessoa melhor!
Até amanhã!
Ângela Barnabé