É fácil cair na tentação de fazer as coisas pensando nos resultados. Pelo menos, falando pela minha experiência, a maior parte das vezes mesmo antes de por ação já estou a pensar naquilo que pode vir a acontecer.
Claro que desta maneira coloco expectativas e acabo sempre desiludida. Crio cenários com os possíveis resultados e fico apegada àquilo que penso ser o melhor para mim, dentro da minha visão limitada das possibilidades.
Também não me permito apreciar a jornada, porque estou apenas focada no destino. Tudo o que tenho a fazer é apenas um meio e não pode haver prazer no que faço se o meu foco está num ponto longe de onde me encontro.
Mas, se eu mudar a minha postura e puser ação pensando no usufruto de todo o processo, a experiência é muito mais agradável e os resultados são muito surpreendentes.
Vibrar de alegria com todos os passos do processo não só garante que o resultado é o melhor possível como me permite viver realizada, fazendo com que todos os momentos valham a pena.
Ainda que o processo possa acontecer de uma maneira que eu nunca poderia imaginar e possa demorar um tempo diferente do que eu previa, se eu apreciar o percurso tudo, todos os pequenos e grandes momentos serão sempre vistos como perfeitos e o desenrolar dos acontecimentos como uma dança no fluxo.
Os objetivos sempre desempenharam um papel na minha vida. Seja a sua ausência, que me levou a um caminho de indiferença em relação à vida; seja o seu “excesso” que me levou a um estado de ansiedade; os objetivos sempre contribuíram para o rumo que fui seguindo ao longo da minha existência.
Durante muito tempo, considerei a vida um constante alcançar de objetivos, na medida em que só estaria a aproveitar realmente a vida se conseguisse atingir o máximo de metas possível, num curto espaço de tempo.
Não importava o que tinha que fazer, fosse controlar, manipular, “pôr a carroça à frente dos bois”… quando atingisse aquilo que tinha programado tudo passava e podia usufruir daquilo que tinha alcançado.
Mas o que realmente acontecia era que mal eu conseguisse por
as mãos naquilo que queria, já estava ansiosa de conquistar o “nível” seguinte e
assim sucessivamente, nunca apreciando nem o caminho que me levava onde queria
ir, nem o destino ao qual chegava.
E quando não conseguia obter o que queria da minha maneira e no tempo que eu programava, ficava de tal maneira ansiosa que mesmo vendo que tudo estava a acontecer da melhor maneira e que se não tinha aquilo num dado momento era porque o momento certo ainda não tinha chegado, duvidava de tudo e bloqueava todo o processo.
Com o tempo, o conceito de que tudo vem ter comigo no momento
certo foi se firmando e comecei a expandir a consciência para ter objetivos e
largar, ficando a ansiedade e a dúvida de parte.
Mas hoje, no meio de todas as aprendizagens, no meio de objetivos alcançados, no meio de acontecimentos que nunca pensei serem possíveis e que me realizaram mais do que qualquer objetivo, estou a abrir-me para uma nova consciência.
A vida não está lá… Viver não é alcançar objetivos uns atrás de outros, nem mesmo quando eles são alcançados através do pôr ação e largar.
A vida está aqui, neste momento.
O tempo que passo a definir objetivos, a pensar que quando
isto ou aquilo acontecer tudo vai melhorar, é um tempo que não é vivido e que
não volta mais.
As melhores coisas da minha vida aconteceram de forma inesperada e mais do que isso: nunca foram objetivos meus. Foram oportunidades que surgiram de onde eu nunca pensaria e que mudaram tudo.
Cada vez que me apeguei a um objetivo, limitei-me a uma
possibilidade que conseguia conceber e não permiti que o infinito leque de acontecimentos
me fosse apresentando.
Quando deixei ir, tendo apenas na minha mente o abrir-me a
todas as possibilidades, foi presenteada com tudo o que era maravilhoso.
Mas agora vem a pergunta: devo largar todos os meus objetivos?
Não, penso que a ideia não será bem essa. Mas em vez de deixar que os objetivos comandem a minha vida, devo apenas usá-los como linhas orientadoras.
Um objetivo pode bem ser como uma chave que abre uma porta. Ao pensar em algo que quero alcançar, agarro na chave. Depois de pôr ação, abro a porta. De seguida basta observar aquilo que se esconde por detrás da porta e aproveitar até ao último segundo tudo aquilo que está reservado para mim.
Mas mais importante que os resultados, que o alcançar de objetivos, está o apreciar cada momento, cada passo da aprendizagem. A vida não está lá… A vida está aqui!
Desde que comecei a ver a vida de outra maneira que comecei a ter em mente a importância de ter objetivos. São eles que me movem para a frente e que me dão um rumo a seguir.
Quando tenho um objetivo, tenho que colocar ação e largar, confiante que tudo aquilo com que me deparo é o que eu preciso para poder alcançar aquilo que desejo.
É fácil, no meio da ilusão das aparências, achar que nada está a acontecer e que o caminho que eu devia seguir seria outro. É fácil cair na tentação dos “devias” e pensar que já devia estar em determinado patamar e ter isto ou aquilo.
Mas também é pouco inteligente.
Até hoje tudo aconteceu na minha vida no momento certo. Todo o percurso que me levou de onde eu estava até onde eu queria ir, permitiu-me ficar preparada para apreciar o que eu buscava.
Querer as coisas
antes do tempo ou questionar o fluxo das coisas impede-me de ver o que
realmente interessa e de aproveitar o que vou tendo no momento para me ajudar a
sentir preparada para aquilo que virá.
Cada vez tomo mais
consciência do quão cega eu estou para aquilo que acontece, fico mais atenta a quantas
coisas importantes me passam ao lado e apercebo-me da grande estupidez que é
julgar aquilo que acontece na minha vida.
Se eu faço a minha parte, porque é que não confio plenamente na vida e aprecio o percurso?
Uma das coisas que tem sido mais difícil para mim trabalhar é o desapego. Como se costuma dizer “ou se aprende a bem ou se aprende a mal” e a última opção tem ocorrido na minha vida.
(Quando falo em aprender a mal refiro-me ao ter que aprender passando a experiência de uma forma mais dolorosa, porque resisto aos acontecimentos. Podia aprender trabalhando as situações assim que me apercebo delas, mas vou adiando e quando chega a altura acabo por entrar em negação.)
Enquanto estiver apegada a alguma coisa, estou a viver um sentimento de posse. Ora, se existe posse não existe confiança e o medo de perder está sempre presente.
O segredo é usufruir e valorizar tudo aquilo que tenho e quando chega o momento de isso desaparecer na minha vida deixar ir.
Sim, porque nada exterior é eterno: as pessoas e as coisas vão e vêm. O que fica são os momentos usufruídos e vividos.
Quando tenho consciência disso, posso viver os momentos. Mas quando quero ter as coisas para mim com medo de perder, acabo por não usufruir e por criar uma situação de perda.
Se algo saiu da minha vida é porque outro melhor me espera. Não sei o que é mas sei que até hoje nada me faltou e já “perdi” imensas coisas.
O desapego não é só da parte material. Também existe um desapego a nível de crenças, o que por vezes também é um desafio para mim.
Aquilo que resultou no passado pode não resultar agora. Aquilo que vivi no passado pode não fazer sentido no momento presente.
Cada vez que eu me apego a algo, adio uma mudança e crio uma resistência à vida. Cada vez que largo permito uma mudança e abro portas para algo melhor acontecer.
Tenho uma grande tendência para controlar e para querer as coisas à minha maneira. É fácil entrar-se em obsessão e perseguir-se cegamente algo quando se deixa que essa tendência se apodere de nós.
Nos últimos tempos, para além de ganhar consciência da importância de ter um foco a seguir, tenho me apercebido do quão importante é largar.
Ainda não sei o que é o melhor para mim e penso que nunca irei saber. Não sei qual é a melhor forma de as coisas chegarem até mim, nem quando é a melhor altura para elas acontecerem.
Então aquilo que tenho que fazer é ter objetivos, colocar ação e largar. Não pensar no quando, onde e como.
Tenho que confiar que no momento certo terei aquilo que é certo para mim. Se não o fizer para que é que ando a viver?
Sempre que controlei e manipulei dei-me mal e acabei de duas maneiras: com todos os processos boicotados, sabendo que a minha falta de confiança me levou a esse resultado ou então com tudo o que queria, sentindo-me desiludida pois tudo o que obtive foi com base na falta de confiança.
Resumindo, a falta de confiança estraga muita coisa. Aliás estraga mesmo tudo.
Existe um momento de largar. Quando a minha parte está feita, quando o objetivo está idealizado e a ação está posta é altura de entregar ao Universo e esperar (pacientemente) que os resultados cheguem.
Se eu fizer isso, vou ter tudo aquilo que desejo mais depressa do que possa imaginar e de uma maneira bem melhor do que eu poderia conceber.
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