by Ângela Barnabé | Dez 30, 2018 | 2018

Sempre que tenho medo, fecho-me ao mundo e às possibilidades que a vida me traz. Perco a confiança e deixo-me levar por pensamentos que apenas criam aquilo que eu não quero experienciar.
Para que eu me possa entregar à vida e às coisas que vou fazendo no meu dia-a-dia, tenho que perder o medo.
Nos momentos em que as coisas foram acontecendo na minha vida, sempre tive à minha disposição uma solução, uma ferramenta; no fundo algo que me ajudasse a resolver e a lidar com as situações.
Ter algum medo ou agir com base no medo, antecipando algum resultado ou algo com o qual vou ter que lidar não é muito inteligente, porque para além de não usufruir dos momentos que antecedem qualquer experiência, estarei focada no que não quero e “preparada” para tudo, menos para viver.
A vida não é um campo de batalha e eu não preciso de estar sempre à defesa, esperando sempre algo mau acontecer.
A vida é tão bela quanto eu quero que ela seja e ao entregar-me ao seu processo e fluxo, tenho a certeza que estarei preparada para lidar com tudo, sem que nada de mal me aconteça.
Os “problemas” aparecem quando eu estou com um pé lá e outro cá. Quando eu ponho ação naquilo que quero, mas ao mesmo tempo quero manipular. Quando eu digo que confio, mas na verdade estou a tentar preparar-me para o que pode acontecer.
O medo impede a entrega, mas a confiança permite que ela aconteça e que possa finalmente sentir a vida, com tudo aquilo que ela me trará.
Obrigado!
Ângela Barnabé
by Ângela Barnabé | Dez 20, 2018 | 2018

Em criança eu era extrovertida e apaixonada pela vida, assim como a maioria das crianças o são. Adorava desafios, coisas novas e havia uma satisfação em ultrapassar os limites a que me ia propondo.
À medida que fui crescendo, criei conceitos em relação à vida e fui-me fechando ao mundo, perdendo aquela alegria de viver.
Mas será que perdi essa alegria? Ou será que ela estava adormecida debaixo dos medos e inseguranças, criados pelos conceitos em relação à vida?
Se eu era tão confiante em mim, se gostava tanto de coisas novas e apreciava o fluxo da vida, será que não posso voltar a sentir tudo isso?
Aquela criança entusiasmada pela vida ainda está dentro de mim. Aquele ser que acordava todos os dias na expectativa do que poderia acontecer ainda cá está.
Manter viva a criança dentro de mim não significa ser imatura, como eu pensava. Significa levar a vida com leveza, sem preocupações. Significa sonhar e arriscar, sem medo.
A criança dentro de mim está aqui, à espera para brilhar, livre de conceitos, de medos, de inseguranças e de dúvidas.
A cada dia que passar fico cada vez mais maravilhada pela forma perfeita como as coisas acontecem. Fico também admirada com a minha insistência em querer que as coisas aconteçam à minha maneira, mesmo vendo a perfeição do fluxo natural das coisas.
Eu não tenho que tentar controlar; tenho que usufruir. Eu não tenho que ter medo; tenho que confiar. Eu não tenho que sobreviver mais um dia; tenho que viver plenamente cada segundo.
Obrigado!
Ângela Barnabé
by Ângela Barnabé | Dez 3, 2018 | 2018

Neste momento todas as possibilidades estão disponíveis e encontram-se no mesmo lugar, aqui e agora.
Posso escolher pensar naquilo que quero que aconteça. Posso escolher focar-me no que não quero que aconteça. Ou então posso deixar que aconteça o melhor, fazendo apenas aquilo que é a minha parte.
A minha parte não é pensar na forma de as coisas acontecerem. A minha parte é pôr ação e largar.
Muitas vezes deixo o medo dominar e foco-me em tudo aquilo que não quero que aconteça. Faço as coisas com base na falta de confiança e independentemente do resultado sinto sempre que falta alguma coisa.
Ainda bem que a vida é minha melhor amiga e não materializa todas aquelas possibilidades que eu concebo na minha mente, porque senão provavelmente não estaria aqui a escrever este artigo.
Ainda não confio na vida. Ainda me deixo levar pela aparência e reajo às situações. Mas tenho consciência disso (que é o primeiro passo para mudar) e tenho treinado sempre a mudança e a expansão da consciência para uma realidade onde impere o amor e a gratidão.
Uma forma de eu me sentir segura amanhã é sentir-me segura hoje. Não interessa o que irá acontecer amanhã, seja algo que quero evitar ou alguma coisa pela qual não posso esperar; o futuro é criado no momento presente.
Deixar o medo dominar é uma escolha, assim como deixar a confiança dominar. Resta saber o que é que eu quero alimentar: uma vida plena em que me deixo fluir sem controlar ou uma vida de sofrimento, onde o querer as coisas à minha maneira governa tudo o resto.
Obrigado!
Ângela Barnabé
by Ângela Barnabé | Out 19, 2018 | 2018

Durante muito tempo pensei que enganava os outros. Pensei que conseguia esconder a insegurança, o medo e a dúvida. Sempre que alguém me mostrava que conseguia ver para além aquilo que eu queria mostrar eu ficava com medo.
Medo que me “desmascarassem”. Que vissem aquilo que eu realmente era, como se isso fosse algo mau.
Durante muito tempo reprimi muita coisa. No meio de tanta busca pela perfeição, por padrões inatingíveis, era quase impossível conceber o facto de gostarem de mim pelo que eu sou e não pelo que eu aparento ser.
E se alguém desvendasse o que estava por detrás do véu? Será que ainda quereriam ser meus amigos?
Hoje, enquanto escrevia este texto e enquanto falava sobre ele, “caiu-me a ficha”. Eu tinha medo de mostrar quem era porque eu não gostava de mim. Se eu não gostava de mim, como é que os outros poderiam gostar?
Quanto mais tentava ser alguém que não era, menos gostavam de mim ( e pior eu me sentia). E quando alguém me mostrava qualquer ato de afeto eu sentia-me mal porque sabia que aquela pessoa apenas gostava de uma mentira.
Tem sido um grande passo mostrar quem sou realmente. E é incrível ver que quando o faço, recebo ainda mais amor do que poderia imaginar.
Muito mais amor do que aquele que recebia quando fingia ser outra pessoa e mais importante que isso: um amor verdadeiro e incondicional.
Obrigado!
Ângela Barnabé
by Ângela Barnabé | Out 9, 2018 | 2018

O medo de errar ainda está presente em mim. Isto é bastante estúpido por (pelo menos) duas razões.
Primeiro, o medo que algo aconteça acaba por criar aquilo do qual se tem medo, por isso eu ao ter medo de errar já estou a criar a possibilidade de acontecer.
Depois, a ideia de erro parte de uma postura de que as coisas não são perfeitas da maneira que são e de que, no meio de todos os acontecimentos que fazem parte deste Universo, existem uns que não deviam acontecer.
Só não erra quem não faz, foi o que eu sempre ouvi dizer. Também é comum ouvir que é com os erros que se aprendem.
Mas quando se consegue conceber algo como erro, por muito que se possa ver o lado da aprendizagem, existe sempre a conotação negativa associada à palavra erro.
O que é afinal um erro? Algo que corre fora do esperado? Algo que se faz diferente da forma como se devia fazer?
Durante a minha vida já fui irresponsável, já fiz coisas que podiam ser melhoradas, mas será que todas elas não contribuíram para o meu desenvolvimento? Será que aquilo que eu vi como erro e que me levou à culpa não foi tudo visto de uma perspectiva materialista?
No meio de tantas experiências novas que tenho vivido nos últimos dias e de ter tomado consciência que o medo de errar interfere tanto na forma como ajo, cheguei a uma conclusão:
Se eu me focar em estar bem, independentemente do que acontecer, irei ver a perfeição naquilo que acontece e estarei atenta para poder agir de forma consciente em todas as situações.
Obrigado!
Ângela Barnabé