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As Aventuras de uma Míope #17 – Abrir os olhos

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17º Artigo da série “As Aventuras de uma Míope

Apesar de não escrever um texto da série “ As Aventuras de uma Míope” há bastante tempo, continuo a trabalhar na melhoria da minha visão. Partilho o meu dia-a-dia nas minhas reflexões diárias e à medida que vou expandindo a minha consciência, vou também expandindo o meu campo de visão.

Estou a escrever este texto, porque nos últimos dias tenho observado a evolução na minha visão. Têm sido muitos os momentos em que vejo claramente aquilo que me rodeia.

Tenho-me interrogado sobre o porquê das oscilações na clareza com que vejo o mundo. Será que eu não vejo bem as coisas porque não “abro os olhos”?

Quantas vezes passo por coisas e apenas reparo nelas passado bastante tempo? Quanto tempo demoro a verificar uma mudança na minha vida?

Será que muitas vezes vejo “mal” porque ainda estou agarrada à ideia de falta de clareza?

Eu sei que a clareza de visão (ou a falta dela) é causada pelo meu estado de espírito. Mas tenho pensado que muitas vezes eu transporto determinados estados de espirito do passado para o momento presente.

Se no passado, perante uma dada situação, me senti ansiosa, acredito que hoje, perante a mesma situação, me sentirei na mesma assim.

Mas as coisas mudaram. Sou uma pessoa diferente e aquilo que posso sentir é também diferente.

Será que o problema é eu não abrir os olhos para as mudanças que foram ocorrendo?

Ângela Barnabé

Foto original por Khürt Williams on Unsplash

As Aventuras de uma Míope #16 – O foco no resultado

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16º Artigo da série “As Aventuras de uma Míope

Quando comecei o programa de melhoria de visão, estava focada unicamente no alcance da clareza. Aliás, achava que essa era a única coisa que importava.

Mas à medida que fui tirando os véus que estavam a encobrir a minha visão, libertando-me de conceitos “errados” em relação a mim mesma e ao mundo, fui vendo que o mais importante de todo este processo é toda a mudança que ocorreu na minha vida.

A clareza de visão física foi apenas um bónus da mudança de consciência.

Já escrevi que o maior problema da miopia, para mim, não é o sintoma físico mas sim todo o processo mental e todas as atitudes em relação à vida.

A base de todas as minhas decisões era o medo, a culpa, a falta de confiança. Ver mal não era agradável, mas sentir-me mal, estar sempre a tentar controlar e com medo do que poderia acontecer era um desgaste muito maior.

Ter o foco no resultado fez-me dar o primeiro passo e colocar ação para a melhoria da minha visão.

Mas todo o caminho que palmilhei até aqui, todos os momentos de bem-estar que tenho experienciado, a forma como a relação comigo e com os outros melhorou; tudo isso é muito mais valioso do que o momento em que alcancei o meu objetivo.

Já experienciei momentos de clareza total, e esses momentos são cada vez mais frequentes. Ainda existe uma parte de mim que não quer ver, pois se não existisse, a clareza era um estado constante.

Posso afirmar que todo este trajeto já é um sucesso e que as expectativas em relação à melhoria de visão foram grandemente ultrapassadas.

Continuarei neste caminho, pois tomei também consciência que nunca alcançarei um momento em que não terei nada para trabalhar.

Vida é crescimento e só estarei a viver enquanto usar todas as situações para crescer e para ser uma pessoa melhor.

Ângela Barnabé

As Aventuras de uma Míope #12 – O 1º passo em direção à clareza

clareza

12º Artigo da série “As Aventuras de uma Míope

Quando conheci o António, ele dizia-me frequentemente que todas as doenças tinham recuperação. Lembro-me algumas vezes das conversas que tínhamos e principalmente da minha resistência a novos conceitos e a uma forma diferente de ver a vida. Acho que só tivemos uma conversa “séria” acerca da miopia, quando eu própria admiti esta minha limitação.

Não é que eu não estive ciente da minha falta de visão; bastava tentar ver algo ao longe que via bem o problema. A questão estava no facto de eu não admitir que eu era responsável pelo meu problema de visão.

Comecei a ler o livro “Melhore a sua Visão”, achei muito interessante, mas depressa desisti de aprofundar o assunto.

Posso dizer-vos que me “agarrei” ao processo de melhoria de visão, não porque estava decidida a mudar, mas porque necessitava de ver bem sem óculos para realizar as tarefas do dia-a-dia, tais como conduzir, orientar-me numa multidão estando sozinha, orientar-me no supermercado, etc… O tomar consciência do papel que eu desempenho na minha falta de clareza veio um pouco mais tarde.

Fazer exercícios oculares, relaxamentos, etc, ajudou-me muito, mas a visão turva começou a clarear quando comecei a ligar a forma como via a vida e a forma como a minha visão melhorava ou piorava. Por exemplo, ao acordar a minha visão estava mais clara do que quando me ia deitar, à noite.

À medida que avanço no programa de melhoria de visão conheço-me melhor e de certa forma compreendo melhor os meus processos mentais. Enquanto puder remediar, enquanto avistar um atalho, nunca vou realmente à raiz do problema.

A miopia não é uma doença fatal e uns simples óculos resolvem o problema, não é? Uns relaxamentos oculares melhoram a visão, não é?

Mas e a verdadeira causa da miopia? E todos os conceitos que causaram a miopia e que me impedem de viver a vida ao máximo?

Se uma área da minha vida não flui, não estou bem. A miopia não é diferente da diabetes, do cancro, nem de uma adição. É uma “doença” e só depois de a ver como tal fui capaz de decidir que queria resolver o problema. Se calhar essa decisão ainda não foi tomada, pois ainda não vejo claramente, mas com todo este processo também aprendi que apenas vemos aquilo que conseguimos conceber e a partir do momento que tomamos ação os véus começam a cair e a visão a clarear.

Ângela Barnabé

As Aventuras de uma Míope #9 – A receita para uma visão clara

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9º Artigo da série “As Aventuras de uma Míope

Ontem à tarde decidi fazer um bolo. Cozinhar, ou neste caso, fazer bolos é uma atividade que me dá bastante satisfação, seja enquanto os faço ou seja enquanto os como.

Mas ontem, enquanto preparava o bolo de chocolate apercebi-me de uma coisa. Existe um passo comum a quase todas as receitas de bolos que eu não gosto nada de fazer: untar a forma. Tento sempre adiar ou arranjar uma forma diferente de fazê-lo.

Normalmente o resultado não é muito bom. Apesar de o sabor do bolo ser, na maior parte das vezes, muito bom, o facto de não untar a forma faz com que a apresentação do bolo não seja a melhor.

O passo que é um dos mais importantes, podendo ser mesmo considerado uma das bases da receita, é o que eu mais descuido.

Transportei então essa reflexão para a forma como lido com a vida. Nas primeiras vezes em que tentei fazer o programa de melhoria de visão, a parte mais importante que é a mudança interior foi a que eu pus de parte.

E ainda que eu entrasse no terreno da mudança de consciência, havia sempre um ou dois assuntos que eu não queria mudar.

Queria sentir-me bem comigo mesma, ser feliz e sentir-me realizada, mas estava à espera da aprovação e do amor dos outros.

Queria sentir-me segura e autoconfiante e deixar-me fluir com a vida, mas fazia as coisas à minha maneira.

Queria ter uma visão clara, mas deixava que conceitos obsoletos toldassem o meu olhar.

Todos os projectos precisam de uma base onde assentar. Seja um bolo, uma casa ou um processo de recuperação; não se pode dar o segundo passo sem dar o primeiro.

Temos que untar as formas, misturar os ingredientes na proporção certa e esperar que o bolo coza.

Temos que nos responsabilizar, mudar o que podemos, aceitar o que não podemos e ser sábios para distinguir o que temos que mudar e o que temos que aceitar.

Ângela Barnabé

As Aventuras de uma Míope #6 – Como saber que estou a fazer bem?

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6º Artigo da série “As Aventuras de uma Míope

Uma das minhas características bem presentes é o perfeccionismo. E ao contrário do que eu pensava, o perfeccionismo não é algo de louvar, (já escrevi sobre o perfeccionismo neste texto). Quantos projectos já adiei por causa de querer ser perfeita? Quantas mudanças não comecei porque queria fazer tudo bem?

Quando comecei o processo de melhoria de visão, tive que fazer um acordo comigo mesma e decidir abandonar a tendência de querer ser perfeita. Porquê?

1º – Ninguém é dono da verdade e por isso não há um método infalível para nada. O que funciona num caso pode não funcionar noutro. Esqueçam lá os planos e o querer ter as coisas sobre controlo, porque tudo muda a cada momento e à medida que estou a melhorar a minha visão, começo não só a ver o mundo que me rodeia de uma forma mais clara, como mudo muitas verdades e ideias pré-concebidas. Para além disso, coisas que resultavam muito bem comigo no início do processo de melhoria de visão, hoje já são obsoletas.

2º –A aprendizagem vem da experiência e não do conhecimento. Aquela tendência que eu tinha para saber muita informação sobre um determinado assunto antes de começar a fazer as coisas, só fez com que eu criasse conceitos errados e desistisse das coisas antes de começar. A beleza das coisas está em cair e levantar e em tirar conclusões sobre as experiências que nós próprios passamos. Ler uma explicação sobre como andar de bicicleta não me vai fazer saber andar de bicicleta, pois não?

3º – O querer planear e ter as coisas à minha maneira é uma das características dos míopes. E o que é que eu tenho de fazer para passar a ver com clareza? Deixar de me comportar como uma míope. Por muito que me doa resistir às tendências manipuladoras e controladoras, doí ainda mais não ver com clareza e boicotar o meu próprio crescimento.

Deixar levar-me pela vida e confiar no universo tem sido um grande desafio. Existem momentos em que faço as coisas à minha maneira e volto a ver novamente tudo turvo. Mas os momentos em que confio na vida e que vejo com clareza são cada vez mais abundantes…

Então como saber que estou a fazer bem? Sempre que me deixar levar por conceitos do passado e fizer as coisas como antes, estou a continuar a ser a Ângela Míope, que quer continuar a ser míope.

Quando baixo os braços, sigo sugestões e me abro a uma nova realidade, estou a caminhar e direção à clareza de visão.

Ângela Barnabé

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