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Nada é o que parece – 263 de 365

parece

Por muito que eu pense que consigo ver para lá das aparências, a verdade é que a minha forma de olhar para as coisas está carregada de julgamento.

A minha postura de observador influencia o desenrolar e o resultado dos acontecimentos e tenho que estar bastante atenta às possibilidades que crio na minha mente, pois é isso que vou criar na minha realidade.

Todos os dias sou surpreendida pela forma como as coisas acontecem e quanto mais me desapego dos conceitos que criei em relação à vida, mais beleza vejo no fluxo das coisas.

Nada é o que parece, uma frase que muitas vezes se ouve por aí. E se pensar bem, nada é mesmo o que parece.

As coisas que parecem limitações transformam-se em bênçãos. Aquilo que eu pensava ser o melhor para mim, não me trouxe qualquer evolução. O que parecia ser bastante desconfortável trouxe-me crescimento.

Então, porquê perder tempo a julgar as coisas e a tentar perceber o motivo por detrás dos acontecimentos?

Não seria bem mais inteligente confiar na vida e saber que serei sempre encaminhada para o melhor resultado possível?

Existe tanto para lá do que eu consigo ver e compreender. Mas se calhar o meu objetivo não deve ser ver e perceber, mas sim usufruir e criar, confiando e entregando ao Universo a forma de as coisas chegarem até mim.

Obrigado!

Ângela Barnabé

Nada é o que parece – Reflexões Diárias

Gosto muito de controlar e de ter as coisas à minha maneira e acho que essa é a única forma de garantir que as coisas corram da melhor forma.

Mas, cada vez mais me é mostrado que na realidade as coisas não são bem assim.

Primeiro, o controlo e a manipulação nunca garantem que as coisas corram bem, principalmente porque esse “correr bem” subentende que as coisas corram à minha maneira e na maior parte das vezes isso não é muito benéfico.

Depois, as melhores coisas na vida acontecem de forma inesperada. Aliás, aqueles momentos em que algo me vem parar às mãos, sem qualquer tipo de controlo da minha parte são aqueles momentos em que eu acredito mais que a vida é composta por pequenos milagres.

Por último, nada é o que parece. Coisas que aparentemente são “boas” revelam-se grandes dores de cabeça; coisas que parecem um grande caos são as maiores bênçãos.

Eu sou míope e por isso a minha visão da realidade é bem distorcida. Se eu sei que não vejo a vida com olhos de ver, como é que alguma vez posso querer ver algo que me ultrapassa, devido a todos os meus conceitos materialistas.

Se não vejo bem aquilo que está à minha frente, se não consigo usufruir de grande parte da beleza que está ao meu alcance, como posso achar que a minha visão é expandida o suficiente para saber como é que o desenrolar de uma situação pode ser benéfico para mim?

Pensar, raciocinar, racionalizar; ferramentas com as quais eu tento resolver problemas, quando na verdade são elas quem criam esses mesmos problemas.

É tão simples viver, sonhar e criar. Só existe um obstáculo ao paraíso que é a vida: eu e a minha mania de querer as coisas à minha maneira.

Obrigado por este dia repleto de bênçãos.

Até amanhã!

Ângela Barnabé 

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Nada é o que parece – Histórias para Refletir

A Dona Angélica era professora. Residia numa pequena cidade e dava aulas numa vila próxima. Não era considerada uma pessoa equilibrada devido ao seu comportamento, que parecia um tanto
esquisito.
Os alunos da escola  tinham-na como uma pessoa muito estranha. Eles observavam que a professora, nas suas viagens de ida e volta do lar à escola, fazia gestos e movimentos com as mãos, que não conseguiam entender, e por esse motivo, pensavam que ela era meio fora do juízo.
Pela janela do comboio, a dona Angélica fazia acenos como se estivesse dizendo adeus a alguém invisível
aos olhos de todos. As crianças faziam zombarias, criticavam-na, mas ela não sabia, pois os comentários eram feitos às escondidas. Todos, inclusive os pais e demais professores, achavam que ela era maluca, embora reconhecessem que era uma excelente educadora.
Os anos se passavam e a situação continuava a mesma.
Várias gerações receberam, da bondosa e dedicada professora, ensinamentos valiosos e abençoados.
Dona Angélica era uma pessoa de boas maneiras, calma e gentil, mas não muito bem compreendida. Envelhecia no exercício do dever de preparar as crianças para um futuro melhor, com espírito de abnegação e devotamento quase maternal.
Certo dia  viajava para a sua querida escola, com diversas crianças na mesma carruagem do comboio e movimentava, como sempre, as mãos para fora da janela.
Os alunos sentados na parte de trás sorriam maliciosamente quando Alberto, o seu aluno de dez anos, sentou-se ao seu lado e, com ternura lhe perguntou:
– Professora, porque você insiste em continuar com essas atitudes loucas?
– O que queres dizer, filho? Interrogou, surpresa, a bondosa senhora.
– Ora, professora – continuou ele – você fica abanando as mãos para os animais ou… Isso não é loucura?
A mestra amiga compreendeu e sorriu. Sinceramente emocionada,chamou a atenção do aluno, dizendo:
– Olha para a  minha mala e repara no que lá está dentro – e apontou para a intimidade do objeto de couro forrado.
– Eu vejo que há algo aí, mas o que é isso?
A professora respondeu calmamente:
– É pólen de flores. São pequenas sementes… Há quase vinte anos que eu passo por este caminho, indo e vindo da escola. A estrada, antes, era feia, árida, desagradável. Eu tive a ideia de a embelezar, semeando flores. Desse modo, reúno sementes de belas e delicadas flores do campo e as atiro pela janela… Sei que cairão em terra amiga e, acarinhadas pela primavera, se transformarão em plantas a produzirem flores, dando cor e alegria à paisagem. Como você pode perceber, a paisagem já não é mais árida. Há flores de diversos tipos e suave perfume que a brisa se encarrega de espalhar por todos os lados.

In Lendas para Reflexão

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