by Ângela Barnabé | Out 16, 2018 | 2018
Dia 11 de setembro de 2018 fez um ano que eu comecei a escrever (quase) diariamente estas reflexões. Isso fez com que uma grande mudança ocorresse na minha vida.
Quando tomei a decisão de partilhar aquilo que ia sentindo e aquilo que ia refletindo ao longo do dia, fi-lo porque sentia que me podia ajudar a mim e porque também podia ajudar os outros.
De tudo aquilo que eu fui lendo e vendo ao longo da minha vida, o que me fez despertar para algo diferente foi a partilha de experiências. Não foi o “falar bonito” (tema da minha primeira reflexão diária), mas sim uma partilha honesta, não só daquilo que é agradável como também daquilo que é considerado menos agradável.
E foi isso que eu fiz. Partilhar todos os passos da minha viagem: aqueles que eu achava bonitos e também aqueles que eu antes preferia esconder.
É incrível olhar para trás e ver as muitas coisas que mudaram durante um ano e também tudo aquilo que vai mudando, neste momento e a cada dia que passa.
Muitas vezes escondi os meus medos, as minhas inseguranças e as minhas limitações por pensar que isso era algo do qual eu me devia “envergonhar”. Mas a verdade é que tudo isso faz parte de mim e que tudo aquilo que eu rejeito em mim é aquilo que me traz mais crescimento.
As coisas mudam e quando olho à minha volta (“com olhos de ver”) fico sempre maravilhada com a perfeição com que tudo flui.
Obrigado!
Ângela Barnabé
by Ângela Barnabé | Mai 15, 2017 | Coisas que aprendi nos meus 20 anos de vida
Desde que criei as “As Aventuras de uma Míope” com o intuito de partilhar a minha experiência de melhoria de visão, pensei muitas vezes se devia estar a publicar coisas tão pessoais e principalmente coisas que considerava fraquezas e limitações.
Sempre me foi dito que não me devia expor, que devia apenas mostrar aquilo que queria que fosse visto e nada mais. Os meus medos, inseguranças, os meus pensamentos e os meus momentos “menos bons” deviam ser guardados e só partilhados com alguém íntimo.
Mas comecei a ver que não podia ser íntima com ninguém. Partilhava a casa com outras pessoas que eu considerava próximas, mas mesmo assim filtrava aquilo que partilhava com elas, comportava-me da mesma maneira que com as pessoas que não me eram próximas.
Então decidi começar a partilhar um pouco mais de mim com os que me rodeiam e mais tarde com todos os que queriam ler os meus artigos.
Foi uma decisão muito importante e com ela aprendi que:
– A melhor coisa que eu posso partilhar com o mundo é a minha experiência. Eu sei muitas coisas, tenho muito conhecimento e praticamente todas as pessoas com as quais eu me relaciono e que estão dentro do projecto sabem aquilo que eu sei. Mas a minha experiência ninguém tem. Podemos partilhar os mesmos problemas, mas a forma como eu me sinto, penso e faço relativamente a uma determinada experiência é sempre diferente. Quando eu partilho a minha experiência com o mundo eu estou a dar uma parte de mim.
– Admitir as nossas fraquezas e rirmo-nos delas é muito importante. Durante muito tempo criei a imagem de menina perfeita, de alguém que nunca erra. E isso era tão doloroso. Eu tenho os meus momentos menos felizes. Quero as coisas à minha maneira. Por vezes comporto-me como uma criança imatura. É tão libertador deixar cair as máscaras, deixar-me de fingimentos e ser quem eu sou.
Se há traços em mim que quero melhorar? Claro, melhorar a cada dia que passa é um dos meus objectivos. Mas penso que a melhor forma de melhorar é aceitar aquilo que eu sou. Agradecer todas as partes de mim que não gosto é a melhor forma de passar a amá-las.
– As minhas limitações são as minhas bênçãos: já escrevi um pouco sobre esse tema, focando especialmente a miopia. No fundo aquilo que eu achava melhor em mim só me trouxe deceções e ilusões; o que eu achava pior em mim trouxe-me crescimento e principalmente realização.
Não estamos aqui para ser perfeitos. Todos temos as nossas limitações, os nossos medos.
Em vez de investir energia a esconder as minhas limitações, escolho cada vez mais utilizá-la na realização dos meus sonhos.
Ângela Barnabé