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O passo da confiança – 99 de 365

Hoje estava a alimentar as galinhas da Casa Escola António Shiva e colhi um pouco de erva para que elas viessem comer da minha mão.

Umas galinhas, as mais ousadas e confiantes, vieram comer e escolheram o que queriam. As outras, desconfiadas e medrosas, tiveram que comer o que foi caindo e que eu fui mandando para perto delas.

No final, uma que era medrosa aproximou-se e finalmente veio comer da minha mão.

Apesar de isto ser um acontecimento aparentemente sem importância, fez-me refletir um pouco sobre a vida e como eu me comporto em relação a ela.

Quando confio e me entrego ao fluxo, dirijo-me à “mão” que me dá tudo aquilo que eu preciso e tenho a oportunidade de usufruir tudo aquilo que tenho à disposição.

Agora quando tenho medo e hesito em dirigir-me àquilo que bom que a vida tem para mim, limito-me a uma pequena parte daquilo que me é dado, ficando sempre rodeada pelo medo.

Mas mesmo nesses momentos nada me falta.

Onde é que eu pretendo chegar?

Que muitas vezes dando mais um passo, largando aquilo que me é conhecido tenho acesso a muito mais do que poderia imaginar.

Aliás muitas vezes (ou melhor sempre) a vida começa quando dou aquele passo em direção ao desconhecido.

As coisas estão lá à minha espera. Basta dar um passo em frente e confiar.

Obrigado!

Ângela Barnabé

Cada passo é uma experiência – Reflexões Diárias

Hoje reli alguns dos primeiros artigos que escrevi. Pensei que se fosse hoje escreveria sobre aquele assunto de uma forma totalmente diferente.

Isso despertou-me uma reflexão. Algo que normalmente me “impede” de evoluir é ficar a pensar nas coisas que deveria ter feito de uma forma diferente.

Esqueço-me que em cada momento eu apenas faço o melhor que sei e posso.

Consigo olhar para trás e ver as melhorias que posso fazer, porque num dado momento tive determinada ação o que me levou a uma determinada experiência e que me possibilitou ver em que podia melhorar.

Por exemplo, faço um bolo pela primeira vez. Após a cozedura do mesmo, vejo algumas coisas que posso melhorar: o tempo de cozedura, a forma como misturei os ingredientes, etc…

Sem fazer o bolo nunca poderia ver esses aspetos, porque ainda não tinha essa experiência.

Olhando para trás consigo ver algumas limitações na minha forma de pensar e agir. Mas isso não significa que nessa altura eu estava mal, ou que estava errada; significa que eu neste momento tenho uma mente mais expandida do que tinha na altura.

Não posso ir para o 10º andar sem passar pelo 1º, por muito que eu queira.

Todos os momentos da minha vida contribuíram para aquilo que sou hoje.

Cada vez que vejo espaço para melhoria significa que eu cresci.

Se sinto culpa ou ressentimento por algo que aconteceu é bom que me liberte rapidamente disso pois culpar-me apenas prolonga e agrava o problema, e em vez de o resolver apenas o torna maior.

Não é uma questão de tentativa-erro; porque isso pressupõe que alguma coisa na minha vida foi um erro. Nem uma questão de sucesso, pois isso pressupõe fracasso.

É apenas mais um passo, nesta grande caminhada que é a minha vida!

Obrigado por este dia repleto de “passos”!

Até amanhã!

Ângela Barnabé 

Felix Kayser

Onde estão as asas? – Reflexões Diárias

Esta reflexão é um pouco diferente do habitual. É quase como um conto, que conta a história de diversas situações da minha vida.

Aproximo-me do abismo. Respiro fundo e vislumbro a próxima etapa da jornada, situada na próxima montanha.

O que me separa do meu objetivo são apenas alguns metros, distância essa traduzida numa pequena caminhada feita no vazio. Sim no vazio, pois não existe nenhuma ponte, nenhum caminho, nenhum elo que faça uma ligação física ao sítio onde me quero dirigir.

Observo o que se encontra a meu redor, no cume desta montanha. Não há nada com que possa fazer uma ponte, apenas algumas coisas que aparentemente podem diminuir a distância.

Tento todas elas, mas nenhuma é suficiente. Nenhuma torna a minha viagem até à próxima montanha algo possível.

Procuro um atalho, uma forma diferente de alcançar o meu objetivo. Desço a montanha e procuro outros caminhos. Consigo chegar à base da outra montanha.

É muito ingreme para escalar, não existem nenhumas escadas. Gasto todas as minhas energias a tentar forçar a minha subida. Resisto, resmungo e reclamo.

Amaldiçoo a minha sorte e procuro uma montanha menos íngreme, menos alta, mais fácil. E encontro-a. Mas essa não parece suficiente. E a seguinte também não.

Decido então tentar novamente a primeira montanha. Continua tão alta, mas a distância não parece tão grande. Lembro-me das palavras de alguém sábio, que me foram ditas algures na procura de outras montanhas. “ Dá o primeiro passo e confia que tudo correrá da melhor forma”.

Hesitei. Medi a distância. Voltei a procurar outras soluções. Mas eu sabia que o caminho era por ali.

Fechei os olhos. Aproximei-me do abismo. Respirei fundo e dei o primeiro passo.

Então tudo fez sentido. O caminho não apareceu. Nem uma ponte. Mas cresceram-me asas, algo que nunca poderia imaginar.

Obrigado por este dia repleto de montanhas…

Até amanhã!

Ângela Barnabé 

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