Muitas vezes achei
que tinha que encontrar quem eu realmente era. Que existia uma definição de mim
mesma e que ao tirar camadas de preconceitos, de medos, inseguranças e de
tantas outras coisas iria encontrar a verdadeira “Ângela”.
Aí iria encontrar
o que me faria feliz, iria encontrar o que fazia sentido para mim, a minha
missão, e que tudo se iria alinhar perfeitamente, permitindo-me viver uma vida
plena e satisfeita.
Mas cheguei à conclusão que isso é uma perda de tempo.
É importante
observar-me em cada momento; estar atenta àquilo que sinto e procurar agir sempre
em sintonia com aquilo que quero vivenciar e com aquilo que faz sentido para
mim.
Mas não existe uma
definição certa e verdadeira de mim mesma. Existe um corpo que é influenciado por
aquilo que eu sou; existem traços a ser melhorados, através da
responsabilização e de um olhar consciente daquilo que me rodeia.
Mas uma versão de
mim mesma a alcançar, uma imagem “perfeita” criada por mim que supostamente irá
suprir as minhas necessidades e que vai mudar a minha vida não existe.
Eu sou aquilo que sou neste momento.
Aquilo que fui no
passado foi o melhor que pude ser, dada a minha consciência na altura. Aquilo
que serei no futuro ( se é que esse futuro irá acontecer) é uma junção daquilo
que escolho ser no momento presente e aquilo que eu decidir, consoante aquilo
que vier a vivenciar.
Se eu estiver
atrás de uma imagem daquilo que poderei vir a ser, não estarei a apreciar
aquilo que me está a ser apresentado no momento e não estarei a aplicar o amor
incondicional que busco sempre viver ( e que raramente consigo praticar).
Quem realmente sou é quem me permito ser no único momento em que isso é possível: Agora!
Para que eu possa fluir com alguma tarefa, eu tenho que estar dentro do conceito daquilo que estou a realizar.
Por exemplo, quando eu tento cozinhar algum prato, quando quero que os alimentos se liguem de forma harmoniosa, tenho que prepará-los segundo uma ordem, que é regida pelo conceito do próprio prato.
Posso sempre dar um toque meu àquilo que estou a cozinhar, sem perder a essência daquilo que estou a fazer.
Na vida também é assim; seu eu estiver dentro do conceito, se reger a minha vida consoante as leis do universo e consoante o meu objetivo principal neste planeta ( deixar o mundo melhor do que o encontrei), poderei navegar nesta jornada, tomar decisões e usufruir de tudo o que me rodeia, sem perder o foco e fluindo com as coisas.
Tudo começa com o ser. Se eu for o que quero que o mundo seja, com certeza que aquilo que eu irei experienciar está em sintonia com o que eu estou a irradiar. Tenho que ser para fluir: ser segura e confiante para fluir com a vida, ser grata para fluir com a forma como as coisas acontecem.
Tenho que me sentir segura, aprender a lidar com as minhas emoções e rebentar a bolha que me separa do mundo e me mantém adormecida.
Para poder fluir tenho que ser; tenho que estar em harmonia com o que quero experienciar e desapegar-me daquilo que me impede de realmente viver a vida.
Muitas vezes em criança questionei as ações dos adultos. Não pela ação em si, mas pela falta de coerência que existia, uma vez que me era dito para fazer uma coisa e depois eles faziam outra.
Muitas vezes ouvi a tão famosa frase “Faz o que eu te digo e não faças o que eu faço”. Isso deixava-me dividida porque se me diziam para fazer algo e não o faziam, alguma coisa estava errada.
Como é que podia viver genuína e autenticamente se tudo passava de uma mentira?
As coisas funcionam através do exemplo. Mais do que aquilo que se apregoa, é aquilo que se faz, a forma como se age que conta.
Nunca poderia quer fazer parte de um mundo em que se é o que se quer que o mundo seja se as minhas ações não correspondem às minhas palavras.
Se quero que o mundo seja um lugar melhor, tenho que ser eu própria melhor e as minhas ações têm combinar com aquilo que eu quero experienciar.
Se quero um mundo de amor, tenho que eu ser amor. Se quero um mundo de aceitação tenho que aceitar.
O mundo é um reflexo daquilo que eu sou e quanto mais honesta for mais permitirei a mudança e a transformação para algo cada vez melhor.
Durante muito tempo queria ser uma determinada pessoa: segura, confiante, que estivesse de bem com a vida e com ela mesma.
A imagem que tinha de mim mesma era completamente oposta àquilo que eu queria criar na minha vida.
Para além disso, em vez de aproveitar as oportunidades para treinar, por exemplo, a segurança que queria ter, continuava a agir da maneira do costume.
Queria ser uma coisa e na “hora da verdade” agia de uma maneira completamente diferente.
Mas, a verdade é que a escolha de me sentir de uma determinada maneira esteve sempre lá.
E mais do que isso para se TER tem que se, em primeiro lugar, SER.
Hoje tenho as oportunidades, as situações porque sou. Sou mais segura, responsável e mais carinhosa para comigo mesma.
Quem me impediu de ter a vida de sonho fui eu mesma. Porque por um lado tinha uma ideia pré-concebida de mim mesma que não permitia a mudança e por outro esperava que eventos exteriores mudassem para que eu pudesse mudar.
Eu posso ser o que quiser. Posso sentir o que quiser. Posso pensar o que quiser.
O bem-estar, a felicidade e todas estas coisas “boas” que eu hipotequei sempre estiveram nas minhas mãos.
Da mesma forma que escolhi sentir-me mal com coisas que me tiraram da minha zona de conforto, posso escolher sentir-me entusiasmada por tudo o que é novo, por todas as bênçãos que podem vir até mim.
Algo que me tenho apercebido nos últimos dias é que eu julgo a Ângela do passado.
Com base na consciência que tenho neste momento, tomo decisões cada vez mais conscientes. Mas no passado, com uma visão menos ampla da realidade, não podia ver aquilo que vejo agora.
Será que julgar aquilo que fiz no passado não é pior do que qualquer decisão que possa ter tomado?
Tudo tem uma ordem perfeita e ainda que eu tenha tomado decisões que me trouxeram sofrimento, pude, num dado momento, resolver essas mesmas situações e aprender tudo o que tinha a aprender com isso.
Mas, neste momento exercer um julgamento é de uma estupidez extrema. É desperdiçar toda a aprendizagem, é mandar fora toda aquela experiência, com base num conceito de certo ou errado, escolhido numa falsa posição de superioridade.
O que é pior: tomar uma decisão com base no melhor que sei e posso, ou julgar aquilo que fiz, achando que poderia ter feito melhor?
Fui muito importante identificar isso, pois a culpa não é uma grande propulsora do crescimento.
Aliás, em vez de julgar poderia aprender com tudo aquilo que fiz no passado, para que a cada momento possa honrar aquilo que fui, o melhor que sabia na altura.
Fui resistente, adiei, fui ingrata e irresponsável. Mas isso tornou-me na pessoa que sou hoje.
E será que hoje aceito quem sou?
Quando tomo decisões faço-o confiante e consciente que faço sempre o melhor, ou duvido da minha capacidade e preparação para lidar com aquilo que a vida me traz?
Até que ponto vai a minha falta de confiança em mim mesma e na vida?
Quando nada me faltou, quando encontrei sempre as pessoas certas, as oportunidades certas, que motivos tenho eu para achar que para tudo ser melhor tudo teria que ser diferente?
Obrigado por este dia, repleto de motivos para ser uma pessoa melhor!
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