by Ângela Barnabé | Out 5, 2017 | Reflexões Diárias
Já falei bastantes vezes do facto de deixar que o medo tomasse conta de mim, o que me impediu, de certa forma, de fazer diversas coisas ao longo dos anos.
Nas últimas semanas, tenho feito um “esforço” para usar a energia do medo para “ultrapassar” aquilo que me amedronta. Não posso dizer que seja fácil, mas é um processo bastante simples. Ao invés de deixar que pensamentos de dúvida e medo tomem conta de mim, decido não lhes dar atenção e procuro confiar na vida.
Hoje disseram-me o seguinte: “És jovem e está na altura de arriscares!”
Isso fez-me pensar naquilo que arriscar realmente significa. Porque muitas vezes se fala que quem não arrisca, não petisca e no fundo arriscar é algo que muito poucos fazem.
Pensando bem, o que é a vida senão um constante arriscar? Arriscar não significa fazer e largar, sem expectativa no resultado? Arriscar não é entregar todo o meu ser a uma tarefa e esperar sem ansiedade pelo que virá?
Isso é na realidade em que se baseia a vida. Um arriscar contínuo a todos os momentos. Ninguém sabe o que vai acontecer. Ninguém sabe durante quanto tempo irá viver. No entanto, projetos são criados. Sonhos são sonhados. Viagens são planeadas.
Claro que podemos sempre sobreviver em vez de viver. Podemos “viver” na ilusão que somos nós que fazemos o mundo girar e que tudo vai sempre acontecer como nós queremos, porque nós sabemos o que é melhor. Mas isso não durará muito tempo.
É verdade que muito poucos arriscam, começando por mim. Nunca fiz nada, pelo menos até à pouco tempo, sem ter a garantia do resultado esperado.
Queria ganhar asas ao saltar do abismo, mas punha uma rede de segurança para me precaver de uma possível queda e era a própria rede que me impedia de voar.
Obrigado por este dia repleto de oportunidades para arriscar.
Até amanhã!
Ângela Barnabé
by Ângela Barnabé | Ago 4, 2016 | Reflexões
“Você pode sobreviver, mas sobrevivência não é vida.”
Osho
A humanidade afirma-se racional, superior a outros animais que são considerados irracionais, mas será que isso significa que somos superiores?
Vou dar-vos um exemplo. Dizem que os animais são irracionais, uma vez que todas as suas atitudes são concretizadas apenas para assegurar a sua sobrevivência. Mas e nós humanos, os seres supostamente racionais agimos de forma a viver ou sobreviver?
Será que viver se baseia em estudar, arranjar um emprego, casar, ter filhos, reformarmo-nos e esperar que a morte chegue? Não existe aqui uma pequena parecença com as atitudes dos animais? Eles são ensinados a caçar ou a procurar alimento, arranjam um parceiro, procriam e a sua vida baseiam-se na sobrevivência.
Parece que afinal o nosso conceito de viver e sobreviver afinal é o mesmo. Então por que é que nos afirmamos racionais se fazemos o mesmo que os animais irracionais?? Será que é a racionalidade que nos poderá distinguir dos animais?
Porque é que em vez de chegarmos a uma altura em que paramos de evoluir e nos deixamos levar, não estamos em constante evolução e aproveitamos e usufruímos de tudo o que a natureza nos dá, uma vez que o que nos difere de outras espécies é o poder de criar?
Esta ânsia de ser supostamente feliz, ou seja, de ter um emprego, casar e ter filhos não passa simplesmente de uma fuga para a verdadeira felicidade, aquela onde nós nos sentimos bem connosco mesmos, com os outros e cujo objetivo é evoluir, é questionar, é procurar o nosso lugar neste vasto universo!
Por isso temos que aceitar e ao poucos largar estes velhos conceitos que estão enraizados nas nossas mentes, num mundo que está em constante mudança.
Viver é mudança, é criação, é evolução.
E tu vives ou sobrevives?
Ângela Barnabé
by Ângela Barnabé | Jan 23, 2016 | Reflexões
Uma pergunta um pouco idiota, não é? É claro que sabemos viver, senão não estaríamos aqui a ler este texto, certo?
Os nossos objectivos de vida estão bem claros e aquilo que nos é passado pelo sistema é aquilo que devemos fazer para nos sentirmos felizes, certo?
Comer, dormir, trabalhar, férias de vez em quando, ter filhos, casar… é esse o nosso propósito aqui na Terra.
Sempre que algum “percalço” nos surge o melhor a fazer é amaldiçoar tudo, tentando arranjar um culpado para a situação, pensando no quanto a vida é madrasta, e coitadinhos de nós pois tudo de mal nos acontece.
As formas de divertimento melhores são que nos possam fazer alhearmos da vida real durante algum tempo.
Ataques de pânico e viver na ansiedade é normal, ou pelo menos, é algo minimamente aceitável, pois a morte está sempre ali à porta e a qualquer momento alguma coisa de mal pode acontecer.
Parecemos seres incompletos na busca frenética que alguma coisa nos preencha…
E assim nos vamos arrastando dia após dia, iludidos na ideia que estamos a aproveitar a vida ao máximo, que aquela sensação de não realização só vai desaparecer quando riscarmos o último item da lista “a fazer”.
E se eu te dissesse que esse sentimento de não realização não precisa de estar aí. Que a vida é mais do que comer, dormir, trabalhar…
Que os percalços são nada mais, nada menos que uma forma de te abanar e uma forma de te fazer crescer.
Os momentos de diversão devem ser todos, pois cada segundo pode ser um segundo de alegria, sem teres que recorrer a nada exterior a ti!
Ataques de pânico e qualquer outro tipo de doença são anormalidades. O normal é ser saudável.
A todos os momentos TU podes escolher:
- Sobreviver e fazer como a sociedade te diz;
- Viver e aproveitar cada segundo, sentindo-te realizado, completo e acima de tudo bem contigo mesmo e com o mundo.
E tu o que é que escolhes?