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Lições de Abril de 2021

Associo sempre o mês de Abril a mudanças. Não é estas não ocorram ao longo de todo o ano, mas sinto que as grandes viragens na minha vida se deram principalmente no quarto mês do ano. Quando “avisto” o início de Abril, aguardo com expectativa as transformações que este novo ciclo me trará.

Este ano não foi exceção à “regra” e encontro-me, enquanto escrevo este texto, a refletir sobre a quantidade de situações que despoletaram mudanças na minha vida ao longo destes 30 dias.

Deixo aqui algumas lições que estas mudanças me trouxeram e que gostaria de partilhar.

Por todo o lado oiço que a zona de conforto não é nada confortável, é apenas uma zona conhecida e que me tenho que desapegar dela. Apesar de saber disto, ao longo deste mês fui “confrontada” com diversas zonas de conforto e com a urgência em larga-las. Algumas foram mais simples de deixar ir e a outras resisti em deixá-las.

Isto fez-me pensar em quanto ainda procuro o conhecido para me sentir segura, quando a segurança não tem a ver com o que acontece, mas sim com aquilo que sinto e com a forma como lido com o que acontece.

Para além disso fiquei sempre com a ideia presente que não interessa aquilo que sei, mas sim aquilo que sinto e faço. Eu sei que sou eu que escolho sentir-me bem ou mal. Eu sei que a minha realidade é um reflexo de mim mesma. Mas não é por saber tudo isto que aceito e agradeço tudo o que está a acontecer em vez de rejeitar. Constantemente tenho que me relembrar da minha responsabilidade em relação a tudo aquilo que vivencio.

E isto leva-me ao último ponto: tudo é um processo.

Relembrar-me daquilo que sei é um processo. Aceitar e agradecer mais é um processo. Sentir-me cada vez melhor comigo mesma é um processo. E quanto menos julgar todo este processo, melhor ele irá fluir.

Obrigado Abril e bem-vindo Maio!

Ângela

Imagem de Pixabay

À procura da familiaridade – 6 de 365

familiaridade

Quando se tem medo da vida, evitam-se situações que possam trazer consigo emoções com as quais não se quer lidar e é mais que “normal” a procura pela familiaridade.

E, apesar de eu ter em mente que é para lá da linha do conhecido que existe o espaço suficiente e necessário para crescer, ainda dou por mim focada em procurar uma sensação de estabilidade para nela basear a minha segurança.

A vida e o seu processo e fluxo têm-me mostrado que aquela sensação de segurança que muitas vezes procuro pode ser mantida sempre e que não deve depender de nada exterior. E como é que isso me tem sido mostrado?

Primeiro sou diariamente “posta à prova” por diferentes situações que me incentivam a lidar com tudo aquilo que me impede de usufruir de uma vida plena. Exemplo, fico ansiosa com o ter que fazer alguma tarefa nova? Então tenho a oportunidade de fazer coisas novas de maneira a lidar com essa ansiedade.

Estou insegura relativamente às minhas capacidades? Inúmeras situações que me fazer ter uma perspectiva diferente de mim surgem e tenho espaço para me analisar e valorizar, sendo que por vezes até sou “confrontada” com a ideia que os outros têm de mim.

E o que é que este “mexer na zona de conforto” tem a ver com a procura de familiaridade e com a criação de alternativas para isso?

A vida, com essa constante apresentação de situações, mostra-me que:

Eu tenho a capacidade para lidar com tudo aquilo que acontece, porque para além de ser aquilo que eu preciso para o meu crescimento, as ferramentas são baseadas na transformação das limitações em bênçãos ( e isso parte da minha postura em relação a mim mesma);

A familiaridade, o conforto e a segurança vêm da confiança na vida, no Universo, em Deus; não interessa o nome que eu lhe dê. Mas vêm sobretudo de dentro de mim, da confiança em mim própria e na postura que eu coloco.

Resumindo: a segurança vem de dentro de mim. Quanto mais me deparo com situações que “mexem” comigo e que me fazem aumentar a segurança, mais segura me sinto. Quanto mais segura me sinto, mais me sinto em casa e aquela sensação de familiaridade acompanha-me onde quer que eu vá.

A procura da familiaridade no conhecido é um engano, porque quanto mais me fecho, mais medo e insegurança sinto. Aquele “calorzinho” que a segurança me traz está dentro de mim, em qualquer momento. Basta que eu me conecte com a certeza e autoconfiança na vida e principalmente em mim.

Grata por este dia repleto de situações que me permitem ser uma pessoa cada vez mais segura,

Ângela Barnabé

Viver e usufruir – 116 de 365

viver

Eu sempre gostei muito da minha zona de conforto e sempre fiz de tudo para que as coisas se desenrolassem dentro daquilo que me era conhecido.

Por um lado queria ter tudo sob controlo, mas por outro sempre ansiava por aventura, por ver a vida a acontecer e participar no turbilhão de acontecimentos.

Era rígida naquilo que queria e naquilo que fazia, mas esquecia-me que a vida acontece fora do meu controlo e que é quando largo que sou encaminhada para os melhores resultados possíveis.

Será que repetir apenas aquilo que conheço todos os dias é viver? Ou é apenas sobreviver?

Por vezes é só dar mais um passo, para chegar a um destino muito melhor. É deixar-me levar pelas oportunidades que a vida me traz para expandir ainda mais a consciência. É confiar que tudo correrá pelo melhor.

Não ganhei absolutamente nada por me fechar à vida. Mas quando me abri a ela ganhei aprendizagens, experiências e uma sensação de pertença e de realização.

Posso ter medo, mas posso agir apesar dele.

A sensação de bem-estar ao permitir que a vida aconteça é superior a qualquer medo, dúvida ou insegurança.

Muitas vezes o António diz: “Queres ter razão ou ser feliz?”.

Eu pergunto-me muitas vezes: “Queres viver ou queres ter as coisas à tua maneira?”.

Obrigado!

Ângela Barnabé

Foto original por Conor Luddy on Unsplash

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