
Domingo é dia de ir lá para fora, para o jardim. É um dia para quebrar a rotina de estar no computador o dia inteiro e usufruir um bocadinho do exterior.
Enquanto tomávamos o pequeno-almoço, surgiu a conversa de querermos que os outros gostem de nós.
Isso fez-me refletir um pouco na minha conduta e relembrar algumas coisas que já tinha tomado consciência há algum tempo.
Sempre tentei alterar a minha forma de ser para que os outros gostassem de mim. Para pertencer a um certo grupo; para agradar aos meus pais, criei uma estratégia para me lembrar do que as pessoas gostavam, daquilo que elas me diziam, para assim estabelecer uma ponte e para que as pessoas gostassem de mim.
Em vez de começar pelo que era importante: gostar de mim; mendigava amor daqueles que me rodeavam, sentindo-me cada vez mais vazia, nunca sabendo se o amor que me era dado era verdadeiro ou se era porque eu correspondia às expectativas de cada pessoa.
Ouvimos por todo o lado proclamar-se o amor, um amor condicional e é disso que eu andava à procura e era isso que eu fazia aos outros.
Mas hoje, isto mexeu bastante comigo, porque ainda me vejo a fazer o que fazia antes. Tentar ser algo que não sou, para que gostem de mim.
Não é tão frequente quanto antes, mas por vezes ainda me sinto aquele ser que se sente vazio, fora da vida.
Não foi fácil escrever este texto, talvez porque quero fazer passar a imagem que já gosto de mim, para que gostem de mim (rsrsrsr).
Às vezes penso: se pudesse escolher amava-me incondicionalmente! O engraçado é que eu posso escolher isso. Não me julgar nem criticar-me; aceitar-me como sou; aceitar o meu trajeto de vida… Tudo isso é amor incondicional.
Nem nos meus melhores sonhos poderia imaginar sentir-me tão bem como me sinto hoje. Isso não significa que já atingi a plenitude e que retirei todo o lixo que fui deitando cá para dentro.
Significa que todos os dias me sinto cada vez melhor. Falar destas coisas que me incomodam faz milagres para que eu posso transformá-las em coisas que contribuem para o meu bem-estar.
Obrigado!
Ângela Barnabé



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