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As Aventuras de uma Míope #2 – A decisão de mudar

2º Artigo da série “As Aventuras de uma Míope

Ainda que me tivessem dito que eu poderia melhorar a minha visão ela só começou a melhorar quando decidi que queria mudar. Melhorar a visão pode ser considerado simples, mas por vezes não é tão fácil.

Primeiro temos que nos responsabilizar. Se eu sou míope é porque eu criei a minha miopia e se a criei eu posso mudá-la, certo? Esse é o primeiro passo e é um dos mais difíceis. É fácil dizer que é genético, que esforçámos a vista e agora temos miopia, que é da idade… Mas tudo isso não passa de justificações. Se a idade causa problemas de visão, porque é que só algumas pessoas  mais velhas têm problemas de visão?

Depois de nos responsabilizarmos temos que pedir ajuda. Porquê? Porque se a nossa forma de pensar nos levou a ter miopia de certeza que a mesma forma de pensar não nos trará a clareza. Depois de pedirmos ajuda, basta seguir sugestões.

Como mencionei no artigo anterior foi-me sugerida a leitura do livro “Melhore a sua Visão”. Apesar de ser um programa excelente, o facto de eu não ter seguido as sugestões fez com que o sucesso que atingi fosse limitado e de uma certa forma não muito real, pois houve automanipulação e sabotei o sucesso fazendo as coisas à minha maneira.

Mas, como estamos cá para aprender fui identificando que eu própria estava a boicotar-me.

Em julho de 2016 fiz o programa “O Manual de Gestão de Stress” de António Fernandes e posso dizer-vos que a minha visão melhorou significativamente. Por que é que não ficou completamente clara? Porque mesmo assim ainda continuei a querer fazer as coisas à minha maneira.

Entretanto tomei consciência que uma das características de pessoas afetadas pela miopia é o facto de acharem que elas é que sabem.

Vou exemplificar, citando uma das situações que aconteceram ao longo da minha vida.

Existe uma tarefa para ser feita que me foi delegada. Eu penso na melhor forma de a fazer e ponho as mãos à obra. Outra pessoa da equipa dirige-se a mim e sugere outra forma de fazer as coisas. Está no seu direito, certo? E o que é que a Ângela faz? Ouve a sugestão e analisa de facto uma outra abordagem? Não… Nega logo a sugestão da pessoa sem se quer ponderar. Aliás, na maior parte das vezes nem sequer ouve o que a pessoa diz.

E isto causa-me um desconforto enorme. O que a outra pessoa sugere pode ou não funcionar e eu posso ou não escolher a outra forma de fazer as coisas. O problema é a minha negação a ideias que venham fora de mim e a minha recusa em admitir que nem sempre faço as coisas da forma mais fácil ou mesmo da melhor forma.

Mas identificar que ver as coisas de uma outra forma é bom para mim foi algo tão difícil… Aliás ainda continua a ser um desafio abrir-me a outra forma de ver e fazer as coisas. Mas posso dizer-vos que à medida que vou treinando e melhorando esse aspeto em mim me sinto cada vez melhor e a minha visão está cada vez mais clara.

A questão é até que ponto ter razão é mais importante do que ser feliz e estar bem. Será que a prioridade é sentir-me bem comigo e com os outros ou tentar convencer os outros a pensarem como eu?

Com uma grande vontade de ser cada vez melhor a cada dia que passa,

Ângela Barnabé

As Aventuras de uma Míope #1 – Introdução

1º Artigo da série “As Aventuras de uma Míope

O meu nome é Ângela Barnabé e sou míope.

A minha miopia foi diagnosticada em 2011 e eu tinha 15 anos. Comecei a usar óculos, algo que que foi um pouco doloroso, pois ter constantemente uma armação a pressionar o nariz e as orelhas é algo um pouco desconfortável.

Acreditava que ia ser míope até morrer e até lá a minha visão ia piorar. No início de 2013, a minha visão piorou de facto e eu achava que era o destino a concretizar-se. Mas nessa altura eu estava a passar por um período de mudanças profundas na minha vida e posso dizer que eu não queria ver muitas coisas que estavam a acontecer.

Quando eu me juntei ao projecto da Fundação António Shiva foi-me dito que EU podia recuperar da minha miopia. Foi algo ao qual que estava um pouco resistente (características de uma míope), mas no fundo deu-me a esperança de poder libertar-me da muleta que eram os óculos.

Durante o Verão de 2013 fui deixando de usar os óculos e desde setembro de 2013 até junho de 2014 usei-os apenas nas aulas quando não conseguia ler o que estava escrito no quadro. O facto de ter deixado de usar óculos fez com que a minha visão melhorasse, mas não me dediquei muito à melhoria de visão.

Em 2015 comecei um processo de melhoria, usando para isso o livro “Melhore a sua Visão” de Sir Martin Brofman, que me foi sugerido pelo António, mas posso dizer que não me dediquei 100% ao mesmo. Os boicotes foram muitos e provavelmente a vontade de mudar foi pouca. Ainda assim senti uma grande mudança na minha visão e para poder partilhar essa melhoria criei o Grupo Melhore a sua Visão inspirado no livro mencionado acima. O grupo foi um sucesso mas devido ao facto de ter definido outros projectos como prioridades, a realização do grupo ficou em stand-by (mas o processo de melhoria individual continuou).

Agora em 2016 senti necessidade de refazer o programa, dedicando-me o mais possível e alcancei, nos últimos 2 meses, períodos de clareza total.

Decidi então criar uma série de artigos chamada “As Aventuras de uma Míope” para partilhar a minha experiência de melhoria de visão, incluindo a minha resistência à mudança, os meus boicotes e os momentos de clareza.

Apesar do processo de melhoria de visão não estar completo, posso dizer-vos que é um sucesso, pois a cada dia que passa vejo cada vez melhor.

Nos próximos artigos vou falar-vos de tudo aquilo que estou a fazer neste momento para melhorar a minha visão, mas por enquanto deixo-vos apenas a introdução.

Até ao próximo artigo!

Com amor,

Ângela Barnabé

 

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