by Ângela Barnabé | Jun 6, 2018 | 2018

Lembro-me de, nas últimas horas de cada ano, tentar apreciar a última vez que fazia alguma coisa naquele ano. Tentava usufruir, estar presente, mas assim que soavam as 12 badaladas, esquecia a intenção de viver o momento e voltava tudo ao mesmo.
Pensava que um dia ia acontecer algo tão arrebatador que ia mudar a minha vida e iria tudo fazer sentido. Estava convicta que isso iria coincidir com o momento em que encontrasse o amor da minha vida ou então quando concluísse um curso superior, ou mesmo quando comprasse a casa dos meus sonhos.
Posso dizer que esse momento tão desejado chegou, mas não foi nada do que eu estava espera. Quando despertei para o facto de que todos os momentos devem ser vividos de forma intensa ( e não só aqueles que eram supostos) e que os grandes momentos eram poucos, a minha visão expandiu-se um pouco e pude ver a ilusão em que estava a viver.
Os grandes momentos que eu vivi até hoje foram poucos. Mas os pequenos momentos, cada segundo que faz parte da minha vida, cada inspiração e expiração, cada olhar, sabor, cheiro… esses são muitos e são eles que constroem maioritariamente a minha vida.
Cada momento é importante porque o que eu já vivi ninguém me pode tirar, mas o tempo que já passou e que eu não aproveitei não o posso recuperar.
Obrigado.
Ângela Barnabé
by Ângela Barnabé | Jun 6, 2018 | 2018

Relacionar-me com as pessoas era algo que eu considerava difícil (talvez pelo facto de a minha relação comigo mesma não ser algo fluído). Tinha medo das pessoas, desconfiava delas e sempre tinha a sensação que não podia mostrar tudo aquilo que sentia para não me tornar vulnerável.
Eu tinha uma baixa auto-estima e por isso aquilo que os outros pensavam de mim tinha um impacto enorme na forma como eu me sentia. Procurei muitas vezes que me valorizassem e fiz muitas coisas unicamente para agradar.
Por muito que eu me tentasse desligar dos outros, acabava sempre por ficar a pensar em algo que alguém tinha comentado sobre mim. Deixava-me envolver com as emoções dos outros e passava a carregar tudo o que os outros sentiam, ainda que aquilo me fizesse sentir mal.
Eu tinha que deixar ir. Deixar ir aquilo que não me fazia bem.
Deixar ir os pensamentos negativos sobre mim, sobre o mundo e sobre as pessoas. Deixar ir a tendência para me deixar influenciar e que me levava a deixar de ser coerente.
Tinha acima de tudo de deixar de querer as coisas à minha maneira e de aprender que tudo é perfeito e que o importante é sentir-me bem comigo mesma.
Ainda não sou mestre nesta área, mas todos os dias vou treinando a lição, porque sei que se não o fizer, aquilo que eu irei experienciar não será tão agradável como eu quero que a minha vida seja.
Obrigado!
Ângela Barnabé
by Ângela Barnabé | Jun 5, 2018 | 2018

Muitas vezes pensei que o bem-estar era algo difícil de alcançar e que era algo longínquo. Um dia, após muito trabalho árduo e esforço, iria conseguir sentir-me bem comigo mesma.
Mas eu estava enganada. Não relativamente a que um dia me iria sentir bem comigo mesma, mas sim quando pensava que esse dia estava longe.
O dia poderia ser aquele mesmo, naquele mesmo instante em que colocava o meu bem-estar tão longe.
Para estar bem não é preciso grande coisa. Aliás não é preciso nada para além de uma decisão.
É necessário muito mais quando procuro estar mal. É preciso focar-me no que não quero, é necessário alimentar pensamentos negativos. É preciso ir contra a minha missão e contra a própria natureza.
A ponte para o bem-estar está aqui em todos os momentos. Basta dar um passo, basta tomar a decisão que tudo muda.
Antes, se acordasse e as coisas não corressem como eu queria, eu pensava que o dia ia ser uma “porcaria”. E de facto era, mas porque era isso que eu decidia.
Hoje todos os dias digo “hoje é o melhor dia da minha vida” e é isso mesmo que acontece. Independentemente do que possa acontecer a decisão é sempre minha.
Basta escolher o bem-estar para estar bem.
Obrigado!
Ângela Barnabé
by Ângela Barnabé | Jun 4, 2018 | 2018

Decidi, num momento da minha vida, que em vez de deixar que o medo fosse a base das minhas decisões, iria usá-lo como trampolim para o meu crescimento espiritual.
Olho para trás e vejo que não fiz muitas coisas por causa do medo. Tentei enganar-me dizendo que não queria realmente aquilo, mas na maior parte das vezes não era isso que estava a acontecer.
Começava a pensar nas situações que podiam acontecer, duvidava da minha capacidade de lidar e resolver as situações e acabava cercada por tudo aquilo que não queria experienciar.
Era engraçado: em vez de viver o momento presente e estar preparada para lidar com as situações quando elas aconteciam, gastava o meu tempo a pensar nas inúmeras possibilidades e acabava por não conseguir tomar decisões conscientes.
Se eu me deixar levar pelo medo não consigo fazer nada. E quanto menos faço menos consigo fazer.
Já tive muitos momentos em que agi apesar do medo e a vontade era mesmo não ter que passar pela situação (já escrevi algumas vezes sobre isto). O desconforto de agir existia, mas o desconforto de não agir e de saber que estava a adiar era bem maior e muito pior.
Eu sei que o “segredo” é confiar. Dar o passo, mesmo com medo, confiando que tudo, mas mesmo tudo, correrá sempre pelo melhor.
Obrigado!
Ângela Barnabé
by Ângela Barnabé | Mai 31, 2018 | 2018

Muitas vezes reclamei das coisas que me eram trazidas pela vida. Achava que não tinha aquilo que devia ter e que a vida era, de certa forma, injusta.
Mas se eu parasse, nem que fosse durante um minuto, poderia compreender, ou pelo menos, vislumbrar um pouco do que estaria a causar os resultados que eu experienciava.
Eu procurava algo de diferente na minha vida, achava eu, mas na hora da verdade, na hora para decidir algo diferente, no momento em que poderia escolher um novo rumo, seguia em frente e ignorava o caminho novo que surgia.
E naqueles momentos em que tinha “coragem” e seguia algo diferente, parecia que faltava algo.
Eu andava sempre à procura, mas a procura era de me preencher.
Não procurava viajar, ler, conhecer pessoas pelo simples prazer de o fazer e para enriquecer a minha experiência de vida. Eu fazia tudo na esperança de encontrar uma centelha daquela felicidade que por todo o lado ouvia proclamar.
Mas isso nunca podia acontecer.
Se eu não estiver bem, se não me sentir plena, tudo o que eu faça será sempre “perdido”, pois eu serei um “saco sem fundo”.
O meu foco principal é estar sempre bem, para que pequenos momentos se tornem grandes e para que possa usufruir de tudo.
Ainda dou por mim a resistir, a tentar justificar, mas nesses momentos interrogo-me a que ponto chego para estar a alimentar o mal-estar.
Sempre ouvi dizer que não interessa quantas vezes caímos e sim quantas vezes nos levantamos do chão.
Mas eu pergunto: será que temos que cair para aprender alguma coisa?
Obrigado!
Ângela Barnabé
by Ângela Barnabé | Mai 30, 2018 | 2018

Desde que me lembro que gosto de ser o centro das atenções. A minha procura constante por isso levou-me a um lugar não tão luminoso como esperava.
Como já escrevi algumas vezes, eu queria sentir-me importante na vida das pessoas, queria saber que de alguma maneira eu tinha valor para elas.
Para isso era necessário que eu fosse especial e para isso tinha que me esforçar para me transformar em algo que as pessoas desejassem ter nas suas vidas.
Nunca poderia estar tão errada.
Não há que ser o centro das atenções. O mundo não gira à minha volta ( e ainda bem).
Tudo tem a sua ordem e o meu papel é deixar que as coisas fluam da melhor maneira possível.
É bom saber que eu sou importante, mas para isso não é necessário nenhum esforço, nem tentar agradar a ninguém.
Basta ser eu mesma. Basta ter como intenção ser cada vez melhor para viver num mundo melhor.
Basta sentir-me bem comigo mesma e abordar a vida de braços abertos, com entusiasmo e principalmente fazer de cada segundo algo que mereça a pena ser vivido.
Tenho que me sentir com valor e isso não pode depender da postura dos outros.
Obrigado!
Ângela Barnabé
Foto original por Aaron Burden on Unsplash