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Escutar o meu corpo – 143 de 365

corpo

Desde que entrei na adolescência que criei uma relação não muito saudável com o meu corpo. Sabendo eu hoje que a minha mente interfere com a minha realidade física, consigo ver o porquê de isso acontecer.

O meu corpo era o meu inimigo e ele estava entre mim e o bem-estar que eu iria sentir quando a imagem que estava no espelho fosse aquela que eu queria ver.

Não posso dizer que me foi passado directamente um conceito de beleza, mas eu impus a mim mesma uma imagem que tinha de alcançar para ser bonita.

A minha baixa autoestima punha-me numa posição inferior a toda a gente e não conseguia sentir-me bem com aquilo que eu era.

O meu corpo foi-me dando sinais que a minha conduta não era muito boa para mim, mas eu suprimi essa mensagem, ficando cada vez mais frustrada por tudo o que ia acontecendo na minha vida.

Hoje sinto que tenho uma postura diferente. Cada vez que tenho um sintoma físico sei que é um sinal que algo não está bem. Existe culpa, medo, resistência…; tudo causado por conceitos obsoletos que eu tenho em relação à vida.

A relação com o meu corpo está diferente. Quando me olho no espelho, não procuro a beleza nos traços físicos que se aproximam de um padrão de beleza.

Procuro um sorriso, uma luz no olhar que mostra que eu me sinto bem comigo mesma e com a vida.

Procuro o entusiasmo por cada segundo novo, repleto de novas possibilidades.

Por muito cliché que isto possa parecer, só quando me sinto bonita por dentro é que posso ver essa beleza por fora.

Quando não me sinto bem comigo mesma, posso fazer mil e uma coisas fisicamente, que nunca encontro aquela “chama” de bem-estar que procuro.

Estar bem comigo mesma é uma forma (talvez mesmo a única) de garantir que tudo flui bem!

Obrigado!

Ângela Barnabé 

Foto original por Luis Villasmil on Unsplash

Não há como voltar atrás – 142 de 365

voltar a trás

Muitas vezes, quando comecei a ver a vida de uma forma bem mais agradável, resisti a novas formas de fazer as coisas. Ouvia o que me era dito, mas tentava fazer da maneira que sempre fiz.

Isso não resultava lá muito bem, ou melhor, os resultados que eu tinha não eram como antigamente e eu questionava o que estava por detrás disso.

Quando eu ouvia que havia uma forma diferente e bem melhor de fazer as coisas, a minha consciência expandia para novas possibilidades. Portanto quando eu insistia em fazer as coisas como sempre, existia uma parte de mim que já sabia fazer diferente.

Se eu sabia fazer diferente, é  porque algo mudou e se algo mudou, as coisas não poderiam ser da mesma maneira.

Eu sempre fiz o que era melhor que sabia fazer na altura e quanto mais a consciência se expande melhor posso fazer.

Quando se vive na escuridão e se vislumbra luz não há como voltar atrás. Podemos cobrir os nossos olhos para nos isolarmos da claridade, mas a memória está lá.

Muitas vezes por medo quis refugiar-me na “gruta”, porque dar um passo no desconhecido parecia demasiado arriscado. Mas ficava lá algo pendente, dentro de mim, porque sabia que estava a adiar algo importante.

Sair da zona de conforto pode não ser fácil, mas é bem mais difícil ficar lá quando se sabe que lá fora existe um universo de possibilidades para explorar e usufruir.

Obrigado!

Ângela Barnabé

Foto original por Patrick Hendry on Unsplash

Alimentar o bem-estar – 141 de 365

alimentar

Não sei de onde veio este comportamento. O que é certo é que eu passo muito tempo alimentando aquilo que me faz sentir mal.

No fundo, não procuro ativamente estar mal, mas existem pequenos acontecimentos que despoletam o mal-estar e em vez de naturalmente deixar ir e focar-me noutra coisa, tenho a tendência para os alimentar.

Esta tendência é uma das maiores limitações que eu identifiquei em mim, pois parece que independentemente do que esteja a acontecer, uma parte de mim quererá sempre o que há de pior.

Como descrevi anteriormente não sei de onde isto veio e sinceramente não estou há procura de o descobrir. O que me interessa mesmo é libertar-me disto.

Como? – perguntam vocês e pergunto-me eu muitas vezes.

Desligando a mente e deixando de me identificar com esses estados.

Ainda dou por mim sendo irritadiça e reativa. Identifico-me com isso. E quando acontece algo que despoleta isso em mim a tendência é deixar-me envolver.

Mas isso não sou eu. Isso é um padrão, um gatilho que eu criei e que alimento.

Hoje estive atenta a tudo isto (ontem à noite tomei consciência deste comportamento). Passei por diversas situações que mexeram comigo, mas em vez de agir como antes, escolhi desligar-me de todas as emoções que representam mal-estar e sofrimento.

Estou a escrever este texto e posso dizer-vos que o dia fluiu de uma forma bem diferente. Não aconteceu algo mágico que desligou todo o aparato mental, mas a cada momento fui me sentindo mais presente e principalmente melhor comigo mesma.

Alimentei o bem-estar e estou bem melhor.

Obrigado!

Ângela Barnabé

Foto original por Leo Sammarco on Unsplash

Entregar-me à vida – 140 de 365

entregar-me

Eu sei que já escrevi imensas vezes sobre confiar e entregar-me à vida, mas nunca é demais relembrar-me do quanto eu me impeço de viver.

É nas pequenas coisas, nos pequenos momentos que me apercebo que muitas vezes, com medo não sei do quê, deixo que as coisas passem ao lado e evito passar por determinadas situações.

Para crescer há que aprender a lidar com as emoções, com os pensamentos e com tudo o que está relacionado com o dia-a-dia. E para aprender é preciso fazer e principalmente estar aberta àquilo que a vida me traz.

Não tenho que passar por situações desagradáveis para aprender; posso basear-me na  experiência dos outros. Mas para isso não posso resistir, pois quando o faço a bolha que me rodeia fica mais espessa e apenas consigo ver aquilo que me “apetece”.

O principal, muitas vezes, é sair do meu próprio caminho e entregar-me à vida.

Pensar, controlar e resistir são “hábitos” que tenho que perder e quanto mais me permito viver em alegria, mais fácil é transformar tudo o que acontece naquilo que preciso.

A vida sabe o que faz e se eu fizer aquilo que tenho que fazer de certeza que tudo acontecerá da melhor forma. Basta fazer e largar.

Obrigado!

Ângela Barnabé

Foto original por Papaver rhoeas on Unsplash

Ser o exemplo – 139 de 365

exemplo

Muitas vezes em criança questionei as ações dos adultos. Não pela ação em si, mas pela falta de coerência que existia, uma vez que me era dito para fazer uma coisa e depois eles faziam outra.

Muitas vezes ouvi a tão famosa frase “Faz o que eu te digo e não faças o que eu faço”. Isso deixava-me dividida porque se me diziam para fazer algo e não o faziam, alguma coisa estava errada.

Como é que podia viver genuína e autenticamente se tudo passava de uma mentira?

As coisas funcionam através do exemplo. Mais do que aquilo que se apregoa, é aquilo que se faz, a forma como se age que conta.

Nunca poderia quer fazer parte de um mundo em que se é o que se quer que o mundo seja se as minhas ações não correspondem às minhas palavras.

Se quero que o mundo seja um lugar melhor, tenho que ser eu própria melhor e as minhas ações têm combinar com aquilo que eu quero experienciar.

Se quero um mundo de amor, tenho que eu ser amor. Se quero um mundo de aceitação tenho que aceitar.

O mundo é um reflexo daquilo que eu sou e quanto mais honesta for mais permitirei a mudança e a transformação para algo cada vez melhor.

Obrigado!

Ângela Barnabé

Foto original por Kien Do on Unsplash

Seja feita a vontade do todo – 138 de 365

vontade do todo

A minha ansiedade sempre foi causada pela falta de confiança na vida. Desde que comecei a ver a vida de uma outra maneira que me foi dito que o melhor era deixar que fosse feita a vontade do todo.

Mas eu não queria. Não porque não achasse que fosse o melhor, mas porque a vontade do todo poderia não ser a minha vontade e aí as coisas iriam sair do meu controlo.

É incrível que mesmo vendo que o tentar controlar me levava sempre a mais ansiedade e que me impedia de experienciar a vida na sua essência, eu acabava sempre por impedir que as coisas fluíssem.

Hoje ainda me deparo com momentos em que tento controlar, mas cada vez mais vou perdendo esta tendência. Seria bastante estúpido se não o fizesse, pois manter algo que apenas me prejudica é andar atrás de estar mal.

Basta um pequeno pensamento para alterar todo o estado de espírito. Ainda que eu não consiga definir que tipo de pensamentos aparecem na minha mente, quem decide os que são alimentados sou eu.

Enquanto não consigo alcançar uma mente calma e sossegada, vou dando mais atenção àqueles pensamentos que me transportam para um estado de harmonia com a vida.

Que seja feita a vontade do todo.

Obrigado!

Ângela Barnabé

Foto original por Holger Link on Unsplash

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