by Ângela Barnabé | Nov 21, 2018 | 2018

Uma das coisas que tem sido mais difícil para mim trabalhar é o desapego. Como se costuma dizer “ou se aprende a bem ou se aprende a mal” e a última opção tem ocorrido na minha vida.
(Quando falo em aprender a mal refiro-me ao ter que aprender passando a experiência de uma forma mais dolorosa, porque resisto aos acontecimentos. Podia aprender trabalhando as situações assim que me apercebo delas, mas vou adiando e quando chega a altura acabo por entrar em negação.)
Enquanto estiver apegada a alguma coisa, estou a viver um sentimento de posse. Ora, se existe posse não existe confiança e o medo de perder está sempre presente.
O segredo é usufruir e valorizar tudo aquilo que tenho e quando chega o momento de isso desaparecer na minha vida deixar ir.
Sim, porque nada exterior é eterno: as pessoas e as coisas vão e vêm. O que fica são os momentos usufruídos e vividos.
Quando tenho consciência disso, posso viver os momentos. Mas quando quero ter as coisas para mim com medo de perder, acabo por não usufruir e por criar uma situação de perda.
Se algo saiu da minha vida é porque outro melhor me espera. Não sei o que é mas sei que até hoje nada me faltou e já “perdi” imensas coisas.
O desapego não é só da parte material. Também existe um desapego a nível de crenças, o que por vezes também é um desafio para mim.
Aquilo que resultou no passado pode não resultar agora. Aquilo que vivi no passado pode não fazer sentido no momento presente.
Cada vez que eu me apego a algo, adio uma mudança e crio uma resistência à vida. Cada vez que largo permito uma mudança e abro portas para algo melhor acontecer.
Obrigado!
Ângela Barnabé
by Ângela Barnabé | Nov 21, 2018 | 2018, Inventários

Querido outubro,
Se eu pensava que agosto e setembro tinham sido intensos, tu mostraste-me que vinha por aí muito mais do que eu poderia imaginar.
Nestes 31 dias aprendi tanto, cresci tanto e trabalhei tantos aspetos em mim que é quase difícil reconhecer-me hoje, enquanto escrevo estas palavras.
Não dou por terminado o meu trabalho de crescimento, longe disso, mas ao deparar-me com todas oportunidades para crescer vejo que a única coisa que eu tenho que fazer é confiar e deixar-me ir.
Eu não sei não sei o que é o melhor para mim, não sei o que está por detrás dos acontecimentos, não sei onde a vida me leva… Mas sei que o que acontece é o melhor para mim. Sei que posso sentir-me feliz e realizada em cada momento.
Sempre ansiei uma vida estável, em que teria todos os meus objetivos realizados e seria só apreciar a vida.
Mas tenho vindo a tomar consciência que vida é crescimento. Que é naqueles momentos em que tudo parece um caos, que as coisas fazem sentido. Não é uma questão de lógica nem de tentar perceber.
É nesses momentos que baixo os braços, largo e confio que por magia tudo se encaixa. Viver é tão simples e quem complica e cria todo o sofrimento sou eu quando tento entender.
Tudo tem um propósito e quanto mais depressa tomar consciência disso, mais depressa poderei usufruir realmente da vida.
Obrigado Outubro!
Ângela Barnabé
by Ângela Barnabé | Nov 19, 2018 | 2018

Eu pensava que para fazer a diferença eu tinha que ser especial. Não podia ser igual aos outros, tinha que me destacar, tinha que fazer com que reparassem em mim.
Então passava uma grande parte do tempo tentando ser algo de destaque na vida das pessoas, fazendo coisas para agradar, pondo máscaras, fingindo ser algo que não era, para que eu me sentisse especial, para que sentisse que tinha valor.
No fundo, ao procurar fazer a diferença eu procurava sentir-me a fazer parte. Fosse na minha família, no meu grupo de amigos… Queria que gostassem de mim porque tinha uma baixa autoestima, mas também queria sentir que o meu tempo de vida era utilizado para algo útil para a humanidade.
Para fazer a diferença só preciso de ser eu própria. Isto não é nenhuma novidade nem nada que já não tivesse sido dito milhares de vezes por diferentes pessoas ao longo da história, mas às vezes é preciso relembrar.
A minha experiência é única. As minhas escolhas, as minhas situações para trabalhar, aquilo que eu decido experienciar fazem de mim alguém diferente de qualquer pessoa.
Cada vez que eu escolho estar bem eu estou a fazer a diferença. Faço a diferença para mim e para toda a humanidade, porque mais uma célula deste planeta fica bem.
A busca de ser diferente e especial apenas me faz mais comum e apaga aquilo que é a minha essência.
Quanto mais tomo consciência que cada um de nós tem uma missão a desempenhar e que o objetivo não é ser melhor que ninguém, mas sim uma pessoa melhor para mim mesma, alguém com quem eu posso contar e que em vez de se focar em dificuldades cria soluções, mais me apercebo da importância que cada um de nós desempenha neste planeta.
Eu faço a diferença quando sou eu mesma, quando me sinto bem e quando escolho ser feliz.
Obrigado!
Ângela Barnabé
by Ângela Barnabé | Nov 18, 2018 | 2018

Como já escrevi muitas vezes, uma das tarefas que mais me tem despertado reflexões e que mais aprendizagens me tem trazido é a cozinha, mais especificamente a parte da doçaria.
Nos últimos tempos, as atividades da Casa Escola têm proporcionado uma grande oportunidade para desenvolver a minha criatividade na cozinha e com a ajuda de todos têm sido servidas grandes delícias.
Muitas vezes (talvez mesmo todas), aquilo que tinha na minha mente para “construir”, como por exemplo um bolo, não saem como eu esperava e tenho que mudar a forma como estou a levar as coisas.
É um desafio conceber uma receita, combinando a minha experiência com a de outros e depois ir adaptando as coisas à medida que vão acontecendo.
Quando deixo fluir, é uma diversão todo o processo, aprendo muito e acabo com um resultado muito melhor do que poderia imaginar. Mas quando resisto, as coisas correm “mal” e acabo com um desastre.
Se transportar este raciocínio para a minha vida no geral, vejo que é também assim que acontece.
Eu tenho um objetivo e com o percurso que me leva até ele, aprendo com as experiências, com aquilo que os outros vão partilhando e quando chego ao destino final sou uma pessoa mais “crescida” com o resultado muito melhor do que o inicialmente imaginado.
Enquanto na cozinha me delicio com os sabores e com todos os processos, na vida delicio-me com o apreciar dos momentos e de todas as aprendizagens que a vida me traz. É só permitir o fluxo criativo!
Obrigado!
Ângela Barnabé
by Ângela Barnabé | Nov 18, 2018 | 2018

Tenho uma grande tendência para controlar e para querer as coisas à minha maneira. É fácil entrar-se em obsessão e perseguir-se cegamente algo quando se deixa que essa tendência se apodere de nós.
Nos últimos tempos, para além de ganhar consciência da importância de ter um foco a seguir, tenho me apercebido do quão importante é largar.
Ainda não sei o que é o melhor para mim e penso que nunca irei saber. Não sei qual é a melhor forma de as coisas chegarem até mim, nem quando é a melhor altura para elas acontecerem.
Então aquilo que tenho que fazer é ter objetivos, colocar ação e largar. Não pensar no quando, onde e como.
Tenho que confiar que no momento certo terei aquilo que é certo para mim. Se não o fizer para que é que ando a viver?
Sempre que controlei e manipulei dei-me mal e acabei de duas maneiras: com todos os processos boicotados, sabendo que a minha falta de confiança me levou a esse resultado ou então com tudo o que queria, sentindo-me desiludida pois tudo o que obtive foi com base na falta de confiança.
Resumindo, a falta de confiança estraga muita coisa. Aliás estraga mesmo tudo.
Existe um momento de largar. Quando a minha parte está feita, quando o objetivo está idealizado e a ação está posta é altura de entregar ao Universo e esperar (pacientemente) que os resultados cheguem.
Se eu fizer isso, vou ter tudo aquilo que desejo mais depressa do que possa imaginar e de uma maneira bem melhor do que eu poderia conceber.
Obrigado!
Ângela Barnabé
by Ângela Barnabé | Nov 13, 2018 | 2018

A vida é feita de escolhas. Cada momento é definido com aquilo que eu escolho. Quero estar bem? Quero alimentar o mal-estar?
Cada vez que eu escolho adiar o meu processo de crescimento, faço com que eu seja dirigida de uma determinada maneira pela vida. Seja para que eu me aperceba que estou a adiar ou com o intuito de me mostrar que adiar não resulta, a vida levar-me-á a experiências que tenham a ver com a minha escolha.
Cada vez que eu escolho entregar, faço com que a vida me leve a coisas que estejam dentro daquilo que eu decidi. A vida assim pode mostrar-me que posso confiar e entregar-me ao fluxo, pois tudo o que acontece é perfeito.
Muitas vezes por comodismo ou por resistência tomo decisões que não estão em harmonia com a realidade que quero experienciar. Penso que isso não me irá afetar assim tanto, mas a verdade é que acabo sempre por colher aquilo que semeei.
Mais cedo ou mais tarde aquilo que escolhi vai materializar-se na minha vida e terei que lidar com isso.
Uma boa notícia: posso transformar tudo aquilo que escolhi em algo que me levará para a realidade que desejo experimentar, responsabilizando-me em 100%.
Muitas vezes a tendência é culpar-me mas sei que isso não irá resolver nada; apenas irá agravar aquilo que já não está bem.
Nunca faço as coisas com o intuito de me prejudicar, mas muitas vezes, pensando proteger-me apenas estou a perpetuar o sofrimento.
Às vezes ( talvez mesmo sempre) é necessário dar aquele passo por muito desconfortável que seja e escolher algo fora daquilo que conheço.
Posso escolher adiar aquilo que é preciso fazer ou posso fazer o que é preciso no momento certo, confiando na vida.
Obrigado!
Ângela Barnabé