Desde que comecei a ver a vida de outra maneira que comecei a ter em mente a importância de ter objetivos. São eles que me movem para a frente e que me dão um rumo a seguir.
Quando tenho um objetivo, tenho que colocar ação e largar, confiante que tudo aquilo com que me deparo é o que eu preciso para poder alcançar aquilo que desejo.
É fácil, no meio da ilusão das aparências, achar que nada está a acontecer e que o caminho que eu devia seguir seria outro. É fácil cair na tentação dos “devias” e pensar que já devia estar em determinado patamar e ter isto ou aquilo.
Mas também é pouco inteligente.
Até hoje tudo aconteceu na minha vida no momento certo. Todo o percurso que me levou de onde eu estava até onde eu queria ir, permitiu-me ficar preparada para apreciar o que eu buscava.
Querer as coisas
antes do tempo ou questionar o fluxo das coisas impede-me de ver o que
realmente interessa e de aproveitar o que vou tendo no momento para me ajudar a
sentir preparada para aquilo que virá.
Cada vez tomo mais
consciência do quão cega eu estou para aquilo que acontece, fico mais atenta a quantas
coisas importantes me passam ao lado e apercebo-me da grande estupidez que é
julgar aquilo que acontece na minha vida.
Se eu faço a minha parte, porque é que não confio plenamente na vida e aprecio o percurso?
Desde miúda que admiro os dançarinos e aquilo que eles fazem: a leveza dos seus movimentos, a sua coordenação e a fluidez com que se movem ao som da música.
Nos momentos da minha vida em que tive a oportunidade de fazer aquilo que sempre admirei (dançar) procurei sentir aquela leveza, mas a verdade é que não consegui.
Claro que em grande parte isso se deveu à minha falta de prática, mas senti que uma parte de mim não me permitia entregar pura e completamente à atividade que estava a desempenhar.
Transportando isso para outras áreas no meu dia-a-dia, vejo que essa falta de entrega se aplica em vários momentos.
Não se trata de
fazer mal as coisas ou de não saber desempenhar determinadas tarefas; trata-se
de me sentir a fazer parte com o que estou a fazer e sentir que a intuição
comanda a ação e a mente fica parada sem qualquer julgamento.
A vida uma dança e tenho que aprender a viver consoante a sua melodia, com a alegria de quem se entrega a um passo de dança e permite que o corpo encontre o seu ritmo.
São cada vez mais
frequentes os momentos em que sinto essa entrega e faço as coisas como se nada
mais existisse no mundo.
Porque na verdade a única coisa que eu tenho garantida é a efemeridade da vida. Todos os momentos passam, as pessoas vão e vêm e cada segundo não aproveitado é um segundo não vivido, que não volta nunca mais.
A vida é um constante processo de evolução e crescimento. Ao longo do seu percurso existem caminhos a percorrer para que eu possa aprender algo ou que me permitem chegar onde pretendo.
Apesar de eu saber
que tenho que passar por um determinado processo e que nada acontece de um dia
para o outro, ainda existe uma parte de mim que quer evitar isso, procurando
atalhos.
Existem ainda fragmentos da cultura do instantâneo em mim e isso faz com que eu queira as coisas para ontem, ou ainda pior: que eu queira colher sem semear.
Por muito que eu evite o crescimento, por muito que eu adie o passar por uma situação, mais cedo ou mais tarde irei deparar-me com o que eu preciso de lidar. Por muito que eu queira apressar algo, por muito que eu procure um caminho mais rápido, nada pode acelerar o processo natural de evolução.
Olhando para trás
e observando tudo aquilo que eu adiei e todos os processos pelos quais eu
evitei passar, vejo claramente que tudo seria mais simples se eu tivesse
aceitado aquilo que me era apresentado, sem julgar e confiasse que seria capaz
de lidar com tudo aquilo que fosse preciso.
Mas ver isso
também faz parte do processo de aprendizagem e tudo aquilo que eu adiei
trouxe-me até aqui, onde estou hoje na minha vida.
Resumindo: tudo faz parte de um processo e mesmo que eu resista e adie o seu desenvolvimento, vou ser sempre encaminhada para aquilo que eu preciso e para aquilo que permite que a minha jornada seja sempre a melhor.
Posso afirmar com toda a certeza que a vida dá muitas voltas. E apesar de muitas vezes eu pensar que essas voltas são ao acaso, a verdade é que tudo acontece por um motivo.
Nunca poderia imaginar algum dia estar onde estou neste momento, com a vida que tenho, sendo a pessoa que sou.
No percurso que me trouxe até aqui duvidei muitas vezes da perfeição da vida, criando situações que poderiam ter sido facilmente evitadas. Mas olhando para trás vejo que tudo o que aconteceu teve uma razão para isso.
É certo que no meio de tantas complicações, sempre havia um caminho mais fácil para percorrer. Que no meio de tanta ansiedade e preocupação poderia ter havido mais confiança no fluxo e processo da vida.
Mas tudo isso trouxe-me aprendizagens. Não poderia estar aqui a escrever, admirando a forma como as coisas acontecem se não estivesse experienciado isso em primeira mão.
Isso hoje permite-me olhar para a vida de uma outra perspectiva e quem sabe ajuda-me a confiar mais e julgar menos.
A vida dá muitas voltas e quando menos esperamos tudo muda. As coisas passam e ficamos apenas com aquilo que usufruímos e valorizamos.
Talvez o meu percurso seja uma forma de me alertar para a efemeridade da vida e para o facto de eu passar a maior parte do meu tempo ( e talvez mesmo todo) a dormir, inconsciente para aquilo que me rodeia.
Nos últimos dias a frase “quando se está bem, está tudo bem” tem surgido na minha mente com muita frequência. E essa frase tem despertado algumas reflexões.
Sempre acreditei que algo exterior iria preencher o vazio que eu sentia dentro de mim e que um dia, num momento mágico, iria receber algo que me faria mudar a minha perspectiva da vida e que tudo ficaria bem.
No fundo, olhando para trás, esse momento veio, mas não foi o que eu esperava nem me trouxe a solução que eu pensei que traria.
É possível viver todos os dias na plenitude, apreciando os momentos, agradecendo tudo aquilo que vem até mim e vibrando com todas as descobertas e aprendizagens. Mas não existe nada exterior a mim que faça isso acontecer. O que possibilita isto será sempre uma postura da minha parte, resultante de uma mudança de consciência.
Já tive diante de mim tudo aquilo que eu queria; já tive diante de mim coisas que eu nunca procurei; e nestes momentos senti-me mal, insatisfeita e vazia de alegria pela vida.
Já tive momentos em que a mínima coisa foi motivo para contemplação, em que cada situação causou gratidão e alegria.
A diferença entre um momento de bem-estar e um de mal-estar não é aquilo que acontece; é a minha postura em relação àquilo que está a acontecer.
Quando estou bem, tudo está bem: o foco são as soluções, são a apreciação e valorização de cada momento.
Quando estou mal, tudo está mal: o foco são os problemas, a ingratidão e a insatisfação.
A questão aqui está naquilo que eu decido experienciar e na coerência entre as minhas atitudes e o mundo em que eu quero viver.
Fevereiro, o segundo mês do ano. O mês mais curto, mas que não foi por isso sinónimo de menos mudança ou de menos vida. Com tudo o que aconteceu, aqui vão três lições que aprendi ao longo destes 28 dias:
Fazer e largar sem apego ao resultado é garantia de sucesso: esta lição é resultado de coisas que foram acontecendo desde dezembro de 2018, mas foi em fevereiro que me apercebi que quando dou o meu melhor, confiante de que o que acontecer será sempre o melhor, tudo flui com uma suavidade enorme e aquilo que recebo no final é sempre melhor do que eu poderia imaginar.
Aquilo que é meu é aquilo que eu escolho usufruir: por muitas coisas que eu possa ter, por muito que eu possa ler, ouvir e conhecer, aquilo que é realmente meu é o que eu escolho usufruir. O que eu recebo das situações é o que eu escolho levar comigo, portanto tenho que estar atenta àquilo que eu escolho carregar durante esta viagem que é a vida.
Seja o que o Universo quiser: esta lição esteve tão presente que até escrevi uma reflexão dedicada inteiramente a ela. Este é um truque que eu utilizo para aprender a confiar. Em vez de perder tempo a pensar no que pode ou não pode vir a acontecer, escolho confiar naquilo que o Universo e a Vida trazem até mim, agradecendo todas as oportunidades de crescimento.
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