Sinto que uma das coisas que mais me separa da vida é o controlo. Seja a nível profissional, pessoal, emocional; as minhas tentativas para que as coisas corram dentro daquilo que eu considero correto apenas impedem que tudo flua de uma forma perfeita.
Portanto tenho colocado como intenção urgente e prioritária não me deixar levar pelas tendências para controlar. É um dos trabalhos que eu considero mais difíceis até hoje a nível emocional, porque ele está sempre lá à espreita.
Seja na organização do meu dia, na criação de conteúdo, na forma como lido com as pessoas; existe sempre um impulso para deixar uma impressão, para moldar um pouco o que está a acontecer para que tudo seja mais confortável para mim.
Se as coisas não acontecem como espero, ou me apanho e uso truques para não me deixar levar pela resistência, ou então resisto e entro num ciclo de vitimização e de culpa. Se as coisas acontecem como quero fico sempre com a sensação que mexi onde não devia, ou seja, que interferi na ordem natural das coisas.
Resumindo, o melhor mesmo é libertar-me do controlo, usando truques como afirmar “Se isto está a acontecer é o melhor para mim”, ou então sair do meu próprio caminho e não me permitir tentar planear nem esquematizar.
Vou continuar neste percurso de libertação e vou partilhando aqui no blog como é que as coisas vão correndo.
Gostariam que eu deixasse mais ferramentas que uso para me ajudar neste processo? Também sentem que o controlo vos impede de viver plenamente?
Antes achava que a melhor maneira de conseguir as coisas era esforçando-me, perseguindo aquilo que queria alcançar até à exaustão. Mas hoje sei que a melhor maneira para que tudo aconteça na minha vida é fazer a minha parte (pôr ação) e deixar fluir, que tudo virá até mim no momento certo.
É muito importante começar o dia com o objetivo em mente, pronto para colocar em prática. Não falo de objetivos relacionados com tarefas, embora também sejam importantes. Falo de objetivos que me façam mudar a minha atitude em relação ao que acontece no dia-a-dia, de forma a que passe a fluir com a vida e não a resistir a ela.
Pode ser estar mais grata, aceitar o que acontece ou mesmo sentir-me bem comigo mesma; desde que seja algo que me “obrigue” a mudar algum aspeto do meu carácter que impeça que a vida flua e que me faça sentir mal.
O que inicialmente notava é que cada vez que colocava algo como intenção parece que o dia me contrariava. Se tinha como objetivo aceitar o que acontecia, ficava resistente mais facilmente. Se tinha como intenção agradecer, parecia que a reclamação estava sempre na ponta da língua.
Eu ficava confusa. Porque é que no dia em que eu colocava algo como intenção, era o dia em que eu mais sentia o oposto àquilo que tinha definido inicialmente?
Foi então que um dia se fez luz; eu estava a ter tudo o que precisava.
Como é que eu posso trabalhar a aceitação se não existirem situações que façam com que eu escolha aceitar em vez de resistir? Como é que eu posso trabalhar a autoestima, se não surgirem traços que eu não gosto em mim para que eu possa transformar esse sentimento?
A vida simplesmente me dá tudo o que preciso.
Eu não tenho o poder de controlar e escolher o que acontece, mas tenho o poder de escolher como irei agir em relação ao que acontece. Se o meu objetivo é aceitar, significa que independentemente do que possa estar a acontecer, a minha escolha será aceitar. Se estiver a resistir ou a negar significa que a minha escolha foi essa, perante o que estava a acontecer.
Não quero com isto tudo dizer que mesmo tendo esta consciência que consiga estar em aceitação o tempo todo. Tem vindo a ser um treino constante e passo mais tempo em aceitação do que quando comecei. Mas não me posso descuidar um momento, senão já sei que em vez de proagir irei reagir.
Nos artigos anteriores partilhei aquilo que aprendi e aquilo que desenvolvi nestes 5 anos de aventuras. Nesta parte de final que encerra este capítulo da minha vida, quero partilhar a gratidão que sinto a todo este processo e a todos os envolvidos.
Em primeiro lugar quero agradecer à Casa Escola António Shiva®, projeto do qual eu faço parte e ao qual devo todo o meu crescimento. A minha entrada nesta Escola marcou também a minha entrada numa nova visão da realidade e o meu início de recuperação da clareza de visão.
Não posso deixar de agradecer ao António, coordenador e mentor do projeto, pelas sugestões que me deu e por me ter guiado em todos os passos desta caminhada. Posso dizer que ele teve muita paciência para esta mente de míope.
Agradeço também às minhas colegas de equipa Isabel e Elisabete, que têm sido as minhas companheiras neste percurso e que com as suas próprias partilhas de experiência me ajudaram no meu próprio caminho.
A minha gratidão vai também para todos os que participaram no grupo online “Melhore a sua Visão” e todos aqueles que de uma maneira ou outra contribuíram para o meu crescimento.
Duas ferramentas excelentes em todo este processo foram os livros “Melhore a sua Visão” de Sir Martin Broffman e “O Manual de Gestão de Stress” de António Fernandes. Foram peças cruciais na minha mudança e considero serem as bases de toda a minha transformação. A estas obras a minha profunda gratidão.
Agradeço também aos meus olhos, que durante tanto tempo pensei estarem “avariados”, quando na verdade era a minha consciência que precisava de um ajuste. Graças a eles, posso ver o maravilhoso mundo que me rodeia, de uma forma cada vez mais límpida e clara.
E com isto encerro “As Aventuras de uma Míope”. Agradeço a oportunidade de ter partilhado esta jornada. Foi algo maravilhoso.
Aproveito também para dizer que estou incondicionalmente disponível para ouvir as partilhas de quem também está neste processo de melhoria e mesmo de quem a queira iniciar e não saiba como. O meu email é angela@solucaoperfeita.com
No artigo anterior falei sobre as aprendizagens que todo este processo me trouxe e neste artigo irei escrever sobre a situação em que me encontrava e me encontro neste momento.
Em 2011 “descobri” que tinha miopia. Era uma jovem de 15 anos insegura, com uma baixa-autoestima e com uma relação com o mundo de separação, de dúvida e de ansiedade.
Em 2013, fui apresentada a uma forma diferente de ver a vida. Apesar da minha grande resistência inicial, fui mergulhando aos poucos nesta nova visão da realidade.
Em 2014, deixei de usar óculos e mais tarde, em 2015, sou apresentada a uma ferramenta crucial no meu processo de melhoria de visão. Comecei a partilhar toda a minha jornada num grupo online de auto ajuda dedicado à visão. Em 2016 comecei a escrita destes artigos, com o intuito de partilhar a minha jornada.
Hoje, em 2021, posso afirmar com toda a certeza que sou um pessoa completamente diferente do que era quando comecei este programa de melhoria.
A minha visão está mais clara e isso deve-se a uma mudança na minha postura em relação à vida. Sinto-me muito mais confiante e a crença que tinha que o mundo era um lugar perigoso e que por isso eu me tinha que defender dele, foi transformada. Os momentos de visão clara são tantos, que neste momento, considero como estado anormal a minha falta de clareza e não o contrário. Quando comecei este processo, o meu estado “normal” era uma visão turva.
Não dou por terminado o meu percurso, porque enquanto estiver cá, terei sempre como intenção crescer e sentir-me cada vez mais em harmonia comigo e com o que me rodeia.
Resumindo, esta jornada enquanto míope em recuperação abriu imensas portas na minha vida. Levou-me a partilhar as minhas maiores inseguranças, fez cair muitas máscaras e fez caminho para que eu desse um rumo diferente ao conteúdo que escrevo no meu blog e que partilho no meu dia-a-dia.
Sinto-me imensamente grata a toda esta jornada e por isso irei dedicar a última parte deste capítulo final à gratidão que sinto a vários aspetos do meu percurso.
Já faz algum tempo que não partilho uma “Aventura de uma Míope” e penso que chegou o momento de encerrar este capítulo da minha vida.
Não que eu tenha parado de trabalhar na melhoria da minha visão; a verdade é que neste momento aplico uma nova visão da vida e também um nova postura em relação à questão da miopia.
Neste último capítulo, quero partilhar aquilo que levo desta jornada de 5 anos de “Aventuras de uma Míope” e aquilo que me motiva a encerrar esta parte da minha mudança.
Aprendi que identificar-me com o problema não é a solução. O primeiro passo em direção à solução é assumir a responsabilidade pela situação. No meu caso, o primeiro passo em relação à clareza foi assumir que a minha falta de visão era ( e ainda é) da minha responsabilidade e que só eu teria o poder de mudar essa situação. Até aí tudo bem. Mas identificar-me como míope, ou seja, rotular-me desta forma fez-me envolver-me com o problema em diversas situações. Daí que o título “Aventuras de uma Míope” já não faça sentido.
A clareza de visão não é um destino a alcançar. Penso ter partilhado isso em alguns artigos dedicados ao tema da visão, mas nunca é demais relembrar-me que a falta de clareza estará comigo enquanto a minha consciência for de separação e de não confiança no processo e fluxo da vida. Consigo identificar o meu estado emocional apenas pela forma como vejo (literalmente) o mundo e já tive diversos momentos de clareza total. Mas o atingir essa clareza num dado momento não impediu que no momento seguinte existisse uma névoa entre mim e o mundo. Portanto, a clareza não é o destino mas sim um processo.
No seguimento do parágrafo anterior vem outra reflexão: a questão não é a visão mas sim o que motiva a que ela se manifeste da forma que o faz. A falta de clareza não é a causa mas sim o sintoma. Não tenho que me focar no “problema” físico, mas sim naquilo que, ao nível da consciência, me impede de ver o mundo da melhor maneira. Se eu visse claramente sempre, será que estaria ainda a trabalhar a minha resistência à mudança? Será que se o sintoma físico não me “atrapalhasse” desta maneira, será que estaria focada em todo este processo? Assim, concluo que o meu foco é acima de tudo confiar no processo e fluxo da vida, pois esta falta de confiança, para além do problema de visão, me traz outras consequências também urgentes a serem transformadas.
Não me posso esquecer que a miopia foi uma das maiores bênçãos que tive na minha vida. A miopia representa para mim um lembrete daquilo que preciso estar atenta. Apesar de eu precisar focar-me no interior, na causa e raiz do “problema”, a minha falta de clareza está lá para me indicar que algo que não está bem. Claro que sempre que isso acontece eu não me apresso a fazer exercícios para a visão, mas sim tento assimilar o que é que eu estou a sentir. A partir daí, uso as ferramentas que tenho para me ajudarem a sair daquele estado e a voltar ao fluxo.
Sentir e saber são coisas bastante diferentes. No início do meu processo de melhoria de visão eu sabia muito, mas não sentia tanto. Sabia que tinha que confiar, sabia que tinha nas minhas mãos ferramentas excelentes, mas aquilo que sentia era em muitos momentos resistência. Tive que sair muitas vezes do meu próprio caminho e muitas vezes só pedi ajuda quando já estava tão baralhada com todos os meus processos mentais que não conseguia ver nada à frente. Com o tempo e com a prática constante, aquilo que sei já se transformou em parte naquilo que sinto. E tudo isso faz parte do processo.
E estas são as aprendizagens que considero mais relevantes, das muitas que trago comigo.
No próximo artigo falarei de todo o meus percurso, onde comecei e onde me encontro neste momento.
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